quinta-feira, 29 de abril de 2010

Mudar

Aqui estou eu no lobby. Sem nada para fazer e a achar que a minha vida precisa de ser mudada, de qualquer forma e, de preferência, para melhor. Dinheiro/trabalho, personalidade, amor/conjungalidade/sexualidade e família. Ás vezes é tão díficil mudar.

A diferença entre diferença e desigualdade


Descobri uma pérola (valiosa) no blogue Jugular, disponível para ser "capturada" e, dentro dela, descobri uma pérola (evitável) como esta:

Promover a Igualdade de Género implica identificar as diferenças entre homens e mulheres em todas as áreas da sociedade.

Ora bem, uma coisa sao diferenças outra desigualdades. Sao coisas diferentes... Ou melhor, desiguais.

Why?

Porque o termo "diferenças" pertencem a um campo mais abstracto e relativo (de que diferenças estamos a falar?) e a uma dimensão naturalizada (diferenças = natureza) e as desigualdades pertencem ao espaço simbólico e sócio-cultural onde as diferenças/desigualdades sao injustificáveis. Capiche?

Já agora, podem fazer download no blogue "Jugular" de um estudo estatístico sobre (lá está) a desigualdade entre homem e mulher na sociedade portuguesa actual nas mais variadas áreas.

Sticky & Sweet Tour. Demasiado Sticky.

Vi a Sticky & Sweet da Mandonna em DVD e não gostei. Tal como no DVD do Confessions falta aquela ladozinho voyeaur que os fãs com “F” grande tanto adoram e diga-se de passagem, a Confessions sempre é muito melhor do que a SST (daí ser perdoável o esquecimento na primeira).

Depois não gosto das tentativas irritantes da Madonna a tentar parecer cada vez mais nova e diva hip hop. GRR. Mas mais frustrante que isso é descobrir que as suas tours são recriações exaustivas uma das outras. O que vale a pena neste DVD? Bem, o aúdio. Aumenta-se o volume no carro e não se consegue pronunciar uma silaba que não seja a letra da canção. Nota? 2 em 5.

Praia em Abril

Nunca fiz praia em Abril mas há sempre uma primeira vez não há? Ah e descobri que o Priz Bun (acho que é assim que se escreve) é fan-tás-ti-co! Para quem não sabe é um protector solar e simultaneamente bronzeador que só se vende em farmácias (arrendodamente 15 euros) e que dá uma corzão bem dourada à pele. I like it!

Satisfeito Vasco?

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Eu li bem?




Bem, a Queima vai ter que esperar!

domingo, 25 de abril de 2010

25 de Abris


Não posso imaginar um país onde não haja liberdade. Liberdade de escolha. Liberdade individual. Liberdade corporal. Liberdade de expressão. Liberdade de reunião. Não posso nem quero. Um país onde as pessoas já não são mais pessoas, são instrumentos de um jogo político onde as regras são arbitrárias. De facto, às vezes, acho que não existe grande diferença entre 1974 e 2010. Desencanto de Abril? Não! Mas acho que se deturparam valores. Deturpa-se a democracia. A liberdade deu lugar à liberdade para ofender, desrespeitar, para ter opiniões e discursos de ódio ou então para promover campanhas neo-liberais que pouca consideração têm com os/as trabalhadores/as (fraternidade?). A igualdade deu lugar a uma homogenização e não a uma simbologia como se tivessemos que ser todos modelos universais clonizados. A fraternidade deu lugar ao insulto fácil e à alienação, ou melhor, acho que nunca lhe concederam um lugar. Os valores democráticos foram (e são) deturpados com uma facilidade gritante mas sabe bem. Sabe bem ver os políticos de direita com um cravo na lapela comemorando aquilo que foi, claramente, uma vitória da esquerda. 25 de Abril valeu a pena? Valeu mas não pode ficar estático em 1974.


Não entendo o que é viver sem liberdade…
A liberdade de ser, a liberdade de estar
Liberdade para escolher a pessoa que amo e quiser,
Homem ou mulher.
Homem ou mulher, iguais.
De cores e feitios diferentes, iguais.
Liberdade para optar.
Eu quase que consigo imaginar…
Liberdade de reunir, liberdade para me expressar
Gritar. Gritar. Gritar
Liberdade para no lado esquerdo estar
Liberdade de fugir se o real não me agradar
Liberdade para ter coisas a ocultar
Liberdade de não me cingir e ser livre para voar
Não essa liberdade em que mais parece que na prisão estou.
Gaiola dourada, não quero e não vou!
Liberdade para sentir, liberdade para ver,
E aquilo que vejo assim posso interpretar:
Não entendo o que é viver sem liberdade…
A liberdade de ser, a liberdade de estar.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Bestas - São est@s @s professor@s que queremos nas escolas/faculdades?

A mim não me indigna que haja alguém que compare o casamento entre pessoas do mesmo sexo ao "casamento poligâmo" (ler o meu poste) ou à bestialidade. Tanto um, como outro, são comparações do tipo apocalíptico e falaciosas. Aliás, não é nada que não tenha ouvido. Agora, um Professor, de uma Faculdade (ainda por cima como a FDL) num acto puramente ideológico, doutrinário e tirânico (e já agora desesperado), coloque num teste de avaliação (que decide obviamente o destino de muit@s alun@s) duas perguntas diametralmente opostas cuja pontuações são diferenciadas (a argumentação contra o casamento entre pessoas do mesmo têm 7 pontos e a argumentação a favor 5 pontos) com a intenção clara de moldar as respostas, emitindo implicitamente um juízo de valor, uma emissão clara de uma falta de neutralidade descarada e, portanto, com o objectivo de treinar @s alun@s para uma determinada posição sobre a questão minando gravemente a liberdade de expressão (provavelmente as pessoas que são pessoalmente a favor sentiriam-se constrangidas a argumentar contra). Como futuro mediador sócio-pedagógico, tal facto é um acto de puro exercício anti-pedagógico. É esta a educação que queremos, pergunto. @s professor@s têm que dar o exemplo. É este o exemplo?

Paulo Otero, demissão já!

E o que é que provoca a estupidez?


Os anti-igualdade não param. É o número 2 do Vaticano a comparar homossexualidade com pedofilia, é o PR a adiar cada vez mais a promulgação do casamento entre pessoas do mesmo sexo, são as bestialidades de um certo Professor de Direito da FDL (já lá irei). Agora é a vez do Presidente boliviano, Evo Morales, transpôr as suas capacidades de político para a área científica (e, portanto, neutral e alheia a moralismo, claro) e afirmar que o consumo de frango do aviário (e certos produtos transgénicos) provoca calvície e o «desvio da homossexualidade».

Espera lá, não são os gays que não gostam de galinhas?!

Quem espera sempre alcança


Não sei do que é que o Cavaco está à espera. Está à espera da visita do Papa para vetar o diploma, ele voltar ao Parlamento e ser votado outra vez favoravelmente? Que assim seja mas representa uma má derrota, uma atitude infantil de alguém que não aceita, ideologicamente, uma derrota.

Mais valia que as cinzas do vulcão islandês nunca tivessem cessado...

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Novelo de lã

Trabalhos e mais trabalhos. Nem sequer tenho tempo para vir cá. As transcrições de entrevistas são a maior bullshit do trabalho de investigador. 15 minutos de entrevista demoram 1 hora de transcrição. Medonho!

O meu bus parecia um gay pride alemão. Cheguei ao lobby, estava fechado. GRRR! Fiquei logo passado. O dia está insuportavelmente óptimo mas o meu afecto e desejo parecem novelos de lã. Sinto-me muito irritado e irritável. Apetece-me partir tudo! Só me dá para estar na cama a ver filmes (vi o Bent, o Plata Quemada, Querelle e Vicky Christina Barcelona de uma assentada). Estou com raiva de mim!

sábado, 17 de abril de 2010

Ricky Martin despe-se de preconceitos



Vídeo muito madonnalês por sinal... O que fizeram os novos ares, fora do armário, ao pobre do rapaz...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

So you think you can dance



É a nova sensação de domingo à noite na SIC. Esou arrependidíssimo de não ter concorrido mas ao ver a actuação do Gonçalo Paraíso percebi: não tinha hipotese!

Fresquinho e bom

terça-feira, 13 de abril de 2010

Playlist de Abril

Playlist de Março:

1 - Sabrina Washington - OMG
2 - Phoenix - Lizstomania
3 - Freemasons ft. Sophie Ellis-Bextor - Heartbreak (make me a dancer)
4 - David Guetta ft. Kid Cudi - Memories
5 - Sade - Hang on to your love
6 - Sam Sparro - American Boy (Estelle ft. Kanye West Cover) (Radio 1 Live Lounge)
7 - Gorillaz - Stylo
8 - Gramophonedzie - Why don't you
9 - Roxette - The Look
10 - David Fonseca - A Cry 4 Love


Playlist vitaminada e (pasme-se) em tons masculinos.

Goldfrapp – Rocket



O álbum dos Goldfrapp é uma ode assumida aos melhores hits dos decadentemente dourados anos 80 e este “Rocket”, primeiro avanço de “Head First”, frenético, sexy e plastificado, é uma música a ter no seu mp3 para todas as vezes que quiser transformar o seu carro numa enorme bola de espelhos irrequieta. Ou o seu foguetão.

David Fonseca - Stop 4 A Minute



Às vezes esqueço que certos/as artistas são portugueses/as. O início fica marcado por um quase-sample do grupo one-hit-wonder KC & Sunshine Band e o seu “That’s the way i like it” (muito conhecido por servir de mote a um anúncio de maionese nos anos 90), absorve muito do rock português e canta um tema muito comum nesta época pós-moderna: a falta de tempo. Não que seja uma desculpa para não ter tempo para ouvir esta canção!

Lady Gaga – Telephone



Dizem que o fenómeno GaGa é mais misterioso do que a ovnilogia (até porque GaGa é mais excêntrica do que um alien). Eu não acho. Tudo em GaGa é deliciosamente previsível. Não que seja mau ou não-original! “Telephone” é um exemplo: para começar, não é um videoclipe, é uma curta-metragem ao nível da “Thriller” do Michael Jackson que tem direito a uma continuação e ela própria deriva de uma outra história anterior (“Paparazzi” ou “Bad Romance”? Escolham!); recopia e atravessa um manancial de divãs (particularmente Madonna em Who’s That Girl com o seu ar de vamp masculinizada); sedimenta o seu simbolismo LGBT: no clipe há gays, lésbicas (com direito a beijinho) e todos/as eles/as, não heteronormativos, transexuais, hermafroditas, etc, salientando sempre o seu lado teatral (note-se no discurso com Beyoncé), femme fatale e feminista (as mulheres levam sempre a melhor); LG brinca com os boatos dos media e polemiza a nudez: “she got no dick”; o clipe é uma ode ao merchandising: sites, telefones, roupas, computadores, latas de refrigerantes, etc; há claras referências a filmes (Taratino: “Pussy Wagon” e “Pulp Fiction” do mesmo realizador; humor (nas partes em que ironiza com Shania Twain e no episódio “Let’s make a sandwich”). Em suma: nada de muito extraordinário mas genial ao mesmo tempo. It’s only pop… and we love it.

Fenech Soler - Stop And Stare (Reset Remix)



House atropicalizado agora que chegou o bom tempo calha sempre bem.

Shandi - He's A Dream



Passar Março e Abril a ver filmes eighties (“Flashdance” e “Fame”) dá nisto. Muito antes de 2004 “He’s a dream” invadir as discotecas sobre uma camada house, Shandi já fazia os seus estragos.

Anthony Romero - I Won't Let You Go (Happy Club Music)



House com loops de discursos que parecem ter sido retirados de musicas dos La Revancha del Tango e misturados com uma black soul vibrante. Não nos vai deixar mesmo ir embora.

Crazy Penis - Love On The Line



Qualquer semelhança entre esta canção e a “Sting Me Red” é pura coincidência. Faz lembrar Lusitano? Faz, particularmente o facto de serem Crazy Penis (e a saudosa “Sunshine”). Não, nunca vi nenhum pénis maluco por lá…

The Cure - Boys Don't Cry



Outra preciosidade 80’s. Soturna mas deliciosa. Hino dos EMO’s? Pergunta retórica.

Asher Roth - She Don't Wanna Man (Yes Giantess Remix)



Poderosa! É tudo o que se pode dizer deste housezinho ingénuo e esquizofrénico (quase quase tecno). Ela não quer homem mas nós queremos esta canção a bombar bem alto no meio da pista.

Modjo – Lady



Esta música enjoativa que marcou o início da década de 00 é a minha música do momento. Porquê? Porque me fazia lembrar o meu mais-que-tudo e o meu best. O “lady” é só para enganar.

Outras que ficaram de fora:

Tiesto ft. Nelly Furtado - Who wants to be alone

Janet Jackson - Make Me

Rihanna - Rude Boy

A minha sinceridade e a perplexidade da turma

“Os transexuais são paneleiros como os outros” Eu, em plena apresentação do meu trabalho sobre bullying homofóbico, explicando a uma colega como é que a homofobia ataca identidades heteronormativas

Porque é que eu falo de sexo como se estivesse a tomar o pequeno-almoço?

Vocês não podem ter armas nucleares, nós podemos


Nunca percebi muito bem se esta acção dos EUA. Será motivada por acções humanitárias ou interesses de manutenção de poder (nuclear/económico/simbólico)?

Gulags neles


PCP apresenta candidato próprio às presidenciais de 2011. Às vezes tenho vergonha de ser de Esquerda!

Oh morreu, que pena!


A culpa não é nossa, é deles


A respeito das comparações surreais da ICAR entre homossexualidade e pedofilia e desmentidas: Crimes sexuais aumentam em Portugal, refere a TVI, sendo os principais os abusos sexuais de menores e violações. Esperava uma hecatombe homofóbica mas não. Tiveram o cuidado de especificar: os abusadores são predominantemente homens e as vítimas do sexo feminino ou menores (de que sexo?) de 16 anos, que mantêm uma relação de proximidade.


Chegam a referir até a razão para este aumento: a maior acção pró-activa da polícia e o aumento da visibilidade e denúncia. Não é mau. Então… Afinal, são os homens heterossexuais os grandes culpados dos crimes sexuais. Estamos conversados?

Next!


Mas a vida continua! ;)

Uma dor insuportável

Imaginem aquelas situações onde existem todas as possibilidades de cada coisa dar certo. Aqueles momentos em que juramos que podemos ser alguém melhor, alguém recente, como se nascêssemos para o mundo a primeira vez. Idealizamos os projectos, delineamos as metas, predefinimos os processos. Todas as possibilidades de dar certo só podem dar certo. Juramos que não há cá paixões nem afectos a atrapalhar. No fundo, nos consciencializamos como é que o amor (ou qualquer outra coisa muito parecida) tem intenções cruéis e é sugador de energia, cheio de falsas esperanças e mentiras disfarçadas de meias verdades. De repente, nem ele, com todo seu magnetismo luminoso pode-nos desviar do nosso futuro e dos nossos sonhos sobre esse futuro: acabar a licenciatura, arranjar um part-time e ser bem sucedido. De repente (há sempre um “de repente”), aparece um obstáculo (e há sempre um obstáculo). Não é um obstáculo qualquer. É obstáculo bom, sabe bem ser barrado por ele. Ofusca-nos o olhar, dá uma nova vibração ao coração, faz-nos gostar de nós em tempo presente sem nos preocuparmos com o futuro para termos razões para sorrirmos. É um empecilho pulsante feito de carne e osso. E a cada dia que passa é bom estar assim. Desviar-me do meu trilho, deixar-me absorver por todo aquele fulgor, por toda aquela chama. Ser queimado e sorrir ainda por cima.

O tempo passa. Janeiro, Fevereiro, Março, Abril. E de repente (novamente o “de repente”), a chama extingue-se. Aquela razão que me fez gostar de mim em tempo presente deixa de fazer sentido e com ela já não há sentido em gostar de mim. É como se me separasse de duas pessoas ao mesmo tempo: do outro e de mim. E o obstáculo deixará de ser um obstáculo porque já não há corrida, competição ou futuro. Aliás, já não há nada. Nem amigos, pessoas, alguma humanidade. Apenas revolta, vazio e dor. Revolta por sermos orgulhosos, por fazermos coisas que não devíamos mas fazemos na mesma, revolta por não gostarmos de nós o suficiente para que nos deixemos ser amados, pela inevitabilidade do rumo que as coisas tomam, sempre com a esperança de que possam mudar mas não mudam, viram-se para trás e olham para nós com desdém e riem-se, riem-se alto até que nos despertem em nós mais revolta; vazio pela sensação do nada: nada do que passou parece ter significado, nada do que virá parece ser nada, até o presente parece ser uma vasta lacuna feita de coisas que gostaria que não fossem… nada; e, afinal de contas, uma dor insuportável que advêm de tudo isso: do peso de cada coisa e de não saber lidar com nada. Nem com a revolta nem com o vazio nem com a própria dor. Uma dor que não se pode exprimir por palavras porque se pudesse as palavras comiam-se umas às outras de raiva, de imutabilidade, de desespero. É uma dor de dentro. Faz-me doer o coração embora a aorta continue a funcionar e o sangue continua a correr mas é indiferente. É uma dor que assenta no facto de estar vivo. E faz-me querer estar morto. Faz-me quer voltar a Janeiro, desta vez, sem planos mas novas promessas de aniquilar obstáculos ou de não nos deixarmos seduzir por eles. Não que o desejo de reviver tudo outra vez tenha desaparecido. Não. Mas porque acho que nada poderá ser do jeito que foi. E é isso que me faz sentir outra vez revolta, vazio e dor, uma dor insuportável.

Frase da semana

«Também somos ricos das nossas misérias.» O Princepizinho

A minha rosa murchou...

sábado, 10 de abril de 2010

Oh senhor Bispo, se se descuida, só se enterra mais a si e à sua Santíssima Ordem


Os destruidores homofóbicos


O artigo do Pedro Arroja é o exemplo perfeito do carácter histericamente homofóbico que as falácias e as generalizações podem assumir. O carácter imediato dessas generalizações tem o poder de se misturar com o populismo machista e homofóbico do analfabetismo português e fazer dos homossexuais (gays, particularmente, ou não vivessemos numa sociedade patriarcal) um bode expiatório perfeito (como as minorias étnicas ou as mulheres).

Exercício interessante: substituam a palavra homossexual por homem e o resultado será o mesmo. Independentemente da orientação sexual desse homem! Provocação: os homens heterossexuais e os homofóbicos tem um apetite muito superior pela destruição. Por outro lado, os conservadores decidam-se: ou concentra-se no estereótipo da efeminação gay ou no suposto lado violento dos gays. Em quê que ficamos?

Reparem na relação grosseira entre o HIV-Sida e os gays. Reparem no estereótipo da promiscuidade. Reparem na tentativa inusitada de colocar a homossexualidade como lei universal (como se os homossexuais quisessem ser uma norma ou como se certas práticas heterossexuais pudessem ser tomadas como leis universais. Exemplo: cunnilingus).

Texto cheio de erros argumentativos baseados em ilações (até a sexualidade de Kant - filósofo preocupado com a verdade moral das coisas - é posta em causa). Artigos científicos para fundamentar as suas pressuposições? Etnografias de lugares gays? Pedro Arroja, o povo pode ser tomado como estupido mas há uma diferença entre parecer e ser. E por favor: PA, não seja um destruidor! Mas Pedro Arroja têm razão numa coisa: talvez devéssemos ser mais violentos, talvez o Pedro Arroja não escrevesse bosta como essa.

Ass: um gay, não violento (mas no caso do Pedro Arroja abro uma excepção), seronegativo, futuro mediador sócio-pedagógico.

Foto: dois rapazes iranianos condenados à morte por actos homossexuais.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Ipad, para que te quero?

Quando as marracas se cruzam com os turbantes

"É sempre bom ouvirmos as contribuições, de alguém do outro lado do mundo, e não nos restringirmos só à nossa visão de ocidentais" Prof. Alexandra Sá Costa depois de ouvir a intervenção do Omar, aluno mexicano em Erasmus.

O México não fica no Ocidente?

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Shemar Moore - More More Moore!

Chama-se Shemar Moore e conhecemo-lo da série Criminal Minds e, de facto, faz-nos pensar que a série deveria mudar de nome: Prevert Minds! Tem ar de chuchu, apelido de pedido constante ("More! More! Moore!") e pele da cor de leite achocolatado e sim, dá vontade de beber. Temos que agitar antes de abrir?


























quarta-feira, 7 de abril de 2010

De todas as cores


TC dá luz verde a casamento gay. Errado: TC dá luzes de todas as cores ao casamento gay.

A doença da homofobia


A homofobia é, como todos preconceitos, matreira e está repleta de ramificações: encontra-se ancorada no sistema de sexo/género, na forma como a sociedade está organizada (diz-se, por isso, que é um problema estrutural), nas percepções que determinado grupo transmite ou dá a entender (ou daquilo que se diz dele), etc. De tão manhosa que é, até mina os seus alvos usuais, castrando a consciência de classe dos grupos afectados, virando-os, uns/umas contra os/as outros/as, e fazendo das vergonhas interiorizadas o seu combustível inextinguível. Assim, e mais importante que tudo, a homofobia é uma construção social e é precisamente por ser uma construção social que é variável (consoante o contexto histórico) e passível de desconstrução (e talvez aí esteja a nossa emancipação).

Assistimos hoje a várias formas de vislumbrar a homofobia pois ela assume uma pluralidade de formas que, ora são explícitas – a homofobia do senso comum: agressão e insulto – ora são implícitas – as estratégias da invisibilidade: “ninguém precisa de saber que ele é gay”, etc -. É a inversão dos propósitos.

Ao contrário do que se afirma no imaginário social (que a homofobia do tipo insulto/agressão é a mais grave), eu abomino muito mais o segundo tipo de homofobia – a invisibilidade – e essa estratégia também é virulenta pois quando detectada tem a capacidade de fazer metástases e assim se multiplicar noutras formas. E há uma que eu acho formidável.

Ricky Martin assume a homossexualidade. Tudo bem, ai que bonito que ele é. De repente chega a lume uma notícia: Ricky Martin recebe uns tantos para dizer que é gay. Não percebem a ligação com a minha explicação inicial sobre homofobia?

Reparem: num tempo, não muito distante, onde a descriminalização da homossexualidade era demasiado recente para ser levada em conta, o erro era a homossexualidade e a sua assumpção (notem o simbolismo criminal do termo “assumir” como quem “assume” um erro ou “assume” um crime). Nessa altura, o insulto era ecoado em tons de acusação e o homossexual precisava urgentemente de se camuflar, de se invisibilizar para não conspurcar as regras rígidas da heteronormatividade. Os homossexuais permaneceriam os invertidos ultra-minoritários de outrora. Hoje o cenário mudou: com as constantes mudanças legais a favor dos homossexuais – esqueçamos o genocídio do Uganda –, qucoming outs e vão desde da descriminalização da homossexualidade (índia) até à igualdade no acesso ao casamento civil (Portugal - o TC deu luz verde ao casamento -, EUA - aos poucos -, Cidade do México), os gays e lésbicas (e bissexuais e transexuais) sentem, de uma forma geral, mais condições para se afirmarem enquanto tal, isto é, de se assumirem. Ou seja: assistimos a frequentes (e arriscaria a dizer que assistimos a coming outs famosos todos os dias). Ou seja, a invisibilidade estratégica da homofobia do passado está a perder os seus efeitos. Que formas de parar estas visibilidades (no caso dos famosos, funcionam – regra geral – como modelos positivos de afirmação)? Conspurcar o próprio coming out descredibilizando até a própria homossexualidade. À semelhança do que acontece quando dizemos à nossa amiga heterossexual que determinado rapaz é gay e ela, num gesto que pode ser tomado como competitivo, imediatamente põem em causa a nossa afirmação: como é que sabes?
É isso, que a um nível mais macro, começa a acontecer. Tende-se a suspeitar da veracidade da homossexualidade das pessoas (em particular dos famosos) para que, na impossibilidade de criminalizar a homossexualidade, esta permaneça oculta ou, neste caso, descredibilizada: ele é gay porque lhe deram dinheiro. Ela é lésbica mas são só boatos difamatórios.

Portanto, temos que ter atenção a estas questões. Novas homofobias emergem e novas formas de a deter também. A meu ver, duvidar da heterossexualidade de alguém sempre será uma técnica bem conseguida mas não suficiente. Mas é interessante constatar como a homofobia é um problema virulento. Inventa-se uma cura (ou melhor, possibilidades de curas) e ela desenvolve resistências a antibióticos. Bastard!

Crisis? What Crisis? - A fálacia da pergunta

Os portugueses gastaram 600 milhões na Páscoa. Onde pára a crise?

Noticia falaciosa: que portugueses? Meia dúzia? A elite? Não, os capitalistas de ambição desenfreada continuam a ter que se justificar.

Glee

"Glee" é a série do momento e já terá uma segunda temporada. Estreia na TVI dia 10 (a confirmar). Baseia-se naqueles musicais que misturam comédia, romance e drama do género "FAME" e merece uma olhadela. Nota: a popularidade é tanta que a revista "Hustler" está a pensar em fazer uma versão pornográfica. para quando os castings? :P


Frase da semana


«A mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original.» - Albert Einstein.

Privilégios apedofilados? Não! A César o que é de César

Excelente artigo de Rui Tavares sobre o escândalo de pedofilia dentro da Igreja Católica.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Originalidade, não?


Há uma coisa chamada rivalidade, outra chamada prejúrio (que já é mau que chegue) e outra chamada perseguição política. Ora, a perseguição política é, na sua essência, anti-liberdade de expressão certo? Não há nada mais original do que se inventar milhentas mentiras sobre o primeiro-ministro? De caminho, vamos assistir notícias do género: "Primeiro-ministro coloca demasiado sal na comida. Quer matar os portugueses por incentivo à hipertensão" ou "Sócrates recebe um presente de aniversário da sua mãe. Favorecimentos proporcionais à idade?". É que, mais tarde ou mais cedo, o povinho percebe que ali há gato (nem que seja porque os/as portugueses/as gostam de vítimas).

Be original please, Jesus Cristo foi crucificado no Domingo passado, há, sensivelmente, dois milénios atrás. Não precisamos de mais mártires ou bodes expiatórios ou populismos, particularmente daqueles que, por norma, os condenam.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Abrazos Partidos



Assistir a um filme de Almodôvar é como apreciar um quadro de Dali. Lá estão contidos, de uma forma diluída, um conjunto de metáforas, demónios interiores, simbologias indecifráveis, mistério e imprevisibilidade que, ao mesmo tempo que confundem o/a espectador(a)/apreciador(a) de arte, ao mesmo tempo o confortam com uma familiaridade invulgarmente gritante. “Abrazos Rotos” é assim.

À primeira vista (tirando o facto de o personagem ser cego), “Abrazos Rotos” parece ser um remake heterossexualizado do “La Mala Educacion” (até resgata um dos actores principais, ): tem romances controversos e sofridos, passados sombrios que se misturam com presentes igualmente inusitados, mistério que se conjuga com a imprevisibilidade (temos a certeza do desfecho e, de repente, nada é aquilo que parece), meta-análises sobre filmografia (um filme que retrata os processos de um outro filme que, por acaso, se mistura com a história), enredos gordinhos, iconografia gay que baste (personagens – gays, não heteronormativos ou de sexualidade fluida –, ícones – Jeanne Moreu, Andrew Hepburn, etc –, música camp, tragédia, etc), intensidade feminina (o ex-líbris dos filmes de Almodôvar e, consequentemente, complexos de Édipo mal resolvidos (mães sofredoras, pais ausentes ou, metaforicamente, cegos).

“Abrazos Rotos” continua a ser um grande filme para quem ame Almodôvar (tipo, eu) e nunca se canse de o revisitar, para outros/as pode ser uma total falta de originalidade mas numa coisa devemos estar, à partida, de acordo: a Penélope Cruz está divinal! Nunca a apreciei muito como actriz; sempre a tinha achado demasiado singela e pouco expressiva mas em “Abrazos Rotos”, Penélope Cruz é elevada a diva (particularmente nas cenas em que se parece com Andrew Hepburn).

Nota? Nota: 4,5. “Abrazos Rotos” é, apesar de tudo, um bom filme.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

10 verdades que são mentira (mas são verdade!)

Hoje é o dia da mentira. É um dia interessante tendo em conta que não se diferencia de todos os outros. Mas é mais interessante ainda se tivermos em conta que, neste dia, as verdades passam por mentiras e, portanto, é o dia ideal para contarmos as verdades inconvenientes. Aqui focam as minhas 10 verdades inconvenientes (que neste dia são pura mentira, atenção):

• Tiro catotas quando estou sozinho, à noite, no meu quarto;
• Sou de esquerda e sou um bocadinho (ok, muito) consumista;
• Às vezes leio a “Maria”;
• Tenho um prazer mórbido a dizer que sou ateu quando, às vezes, penso que sou agnóstico;
• A minha lista telefónica tem 14 contactos;
• Já fiz sexo em cima de um capot de um carro;
• Nunca fui a Barcelona e digo sempre, às pessoas, que fui;
• Às vezes, vejo o programa do Goucha;
• Colecciono pornografia (especialmente Belami, Eurocreme, Salieri e do Cadinot);
• Acho que, nunca na vida, ninguém me vai amar o suficiente.