domingo, 31 de outubro de 2010

Trick or Treat?


Natcho adora a noite de Halloween: enquanto toda a gente anda disfarçada, Hugo limita-se a ser ele mesmo: um Frankenstein (ou na linguagem Gagática: um Monster). Feliz noite de Halloween! Eu não acredito em bruxas mas que las ha, las ha...

Já agora, trick or treat?

It's rainning (unluckly just) rain!

Parece que S. Pedro alinhou nas medidas de austeridade

Playlist de Outubro

Playlist de Setembro

1. Kelly Roland ft. David Guetta - Commander
2. Scissors Sisters - Any Which Way
3. Kylie Minogue - Get Outta My Way
4. Enrique Iglesias - I Like It
5. Robyn - Hang With Me
6. Sia - Oh Father (Madonna Cover)
7. Frank Sinatra - I Get a Kick Out Of You
8. South Street Player - Who's keep changing your mind (Remix)
9. Robbie Williams ft. Gareth Thomas - Shame
10. Arcade Fire - Mouth Of May


Tarde mas veio. O que se pode dizer desta playlist de Outubro? Muito dançavel e vanguardista. Bem, mas não são todas?
De lado ficaram o saudosismo folk de Brandon Flowers (Only The Young), o house gostoso de Ali Love (Love Harder), a miscelanê jazzy de Chromeo e Vampire Weekend (I Could Be), a pieguice enjoativa de Enrique Iglesias (Heartbeat) e Travis (Billionaire), o rock despido de Kings Of Leon (Radioactive), a decadencia outonal de Royksoop (Senior) e a electronica vanguardista de Daft Punk e !!!.

1. Rick L. ft. MCK – Babilonia



O sufocante Verao de 2010 já lá vai mas a verdade é que deixou hits incontornaveis. «Babilonia», apesar de parecer uma pimbalhice house, é uma ode às noites escaldantes do Bela Cruz.

2. Tings Ting – Hands



Não tardou muito para que a banda indie (seja lá o que isso for!) se rendesse à onda eighties que, feliz ou infelizmente, esgota os últimos cartuchos nesta virada de decada ou, pelo menos, se transforma numa black house calibrada. Vieram tarde? Vieram mas a verdade é que criar hits pop que perduram na nossa cabeça (quem não se lembra de “Shut up and let me go”?) é obra e destino de Tings Ting. Tudo é evocado nesta faixa: a doçura electro de Little Boots, samples de , . Caso para dizer: está tudo nas «hands» deles (e dela).

3. Goldmember - Everybody move your body



E por falar em dança calha mesmo bem ouvir esta faixa que rebusca o saudoso refrao de Martin Solveig (em Everybody) e a house erotica de Armand Van Helden (Hear My Name). O resto? É só seguir o título da canção…

4. Hurts - Confide In Me (Kylie Minogue Cover)



Ouvir o album destes jovens senhores (“Happiness”) é uma descoberta incrivel. Apesar de se pensar que tudo andará à volta de saudosismo a preto e branco (e diga-se de passagem, em parte, é isso), a versatilidade sonora é marca constante. Da veia soturna e mecanicista de Editors (Better Than Love) ao camp erotico de Pet Shop Boys (Wonderful Life), do charme iconico de Morissey (Water) à aridez country mas frenetica de Brandon Flowers (Sunday – a melhor do album), da plenitude pop de Coldplay (Silver Lining) às deixas que roçam o gotico romantico de uns HIM (Blood, Tears & Gold), do clamor de estádio que evoca multidões num misto de Mercury (Stay) e uns piegas U2 (Evelyn) à densidade sedosa de Kylie (Devotion), Hurts é muito mais que pop charmosa. E por falar em Kylie, a diva até direito a um cover tem…

5. Madonna - It's So Cool (Final Demo 2002)



De vez em quando surgem a público algumas raridades do bau musical da eterna Rainha da Pop (GaGa ainda terá que esperar!). “Animal” é um inofensiva musica pop a tentar tocar o sado, “Latte” (a tao falada música com o Timbaland) é tosca e sampla descaradamente Gogol Bordelo, “Broken” é uma celebration em estado puro (e não se percebe porque não constou no terceiro album de memorias em 2009), “In Love For Love” é uma balada roqueira mas jovial muito à American Life e Set To The Right é (dentro da linha American Life) uma mensagem política forte sobre a capa de cançao acustica desarmada (e cuja frase “i have learned nothing is for free/ if my ship goes down, no one’s gonna come for me”, tão Madonna, é tão real e apetece ser dita eternamente). Entre estas e outras, o destaque vai para “It’s so cool”. Em Celebration a música aparece calibrada (e sejamos francos, super mega hyper tecno pimba); a versao recem lançada é um demo acustico (com direito a coro) de 2002 (a música seria integrada no American Life) e faz muito mais sentido. Ás vezes pergunta-se porque é que Madonna escolhe tão mal as canções de albuns com demos, b-sides, bonus tracks e raridades tão bons. “It’s so cool” era na verdade uma canção soft: “profets are telling us, we’re near the end/ but i’m telling you, that’s all pretend”. Madonna gosta mesmo de provocar, hein?

6. Katy Perry - Firework



Não adianta! Nunca amarei Katy Perry. Dirão voces: “mas a morenaça do pedaço apareceu tres vezes nas tuas playlists!”. Ok, assumo, o que não quer dizer que venere. “I Kissed a Girl” era uma estrategia de marketing escancaradamente inteligente (e como hit pop, muito bem conseguido), “Waking Up in Vegas”, apesar de mais diluido, continua a ter um forte magnetismo pop, “Hot’n’Cold” é uma mega bomba, “California Gurls” um acto falhado, “Teenage Dream” chover no molhado e “Peacock” malicia declarada. Contudo, ao ouvir uma música do novo album (“ET”), descobri o jogo de Katy (tirando o velhissimo jogo da exploração corporal e eatrategia de garota do poster): Katy explora muito bem o imaginario conceptual das canções e das metaforas populares (como Madonna o faz, Britney nem se quer tentou e GaGa não consegue muito bem no meio de tanta salgalhada). É inteligente concerteza. “Firework”, seu novo single, está para Perry como “Beautiful” está para Aguilera: exploração de dramas e evocação da esperança atraves da musica (tem gays? Tem). Não se pode dizer que, apesar de “Fireworks” ser pegajosa como a gripe A, Katy seja musicalmente multifacetada. Repito: não a amo mas não posso dizer que não gosto.

7. Dragonette ft. Don Diablo - Animale



Frenesim algures entre Crystal Castles e MIA. Me gusta!

8. Rihanna - Only Girl (in this world)



Tal como Perry, parti de uma ideia errada de Rihanna. Parti do pressuposto que Rihanna era uma copia mais modesta e magra de Beyonce. Como acho Beyonce uma cantora com personalidade falsa, os meus amores por Rihanna não abonavam muito a seu favor. Os inocentes albuns (com forte pitada caribenha) iniciais também não eram muito apeteciveis. “Umbrella”, a musica mais chata de sempre, tornava Rihanna um alvo a abater (só salva pelo estrandosa “Disturbia”). Bem, nada a favor. Contudo, ao ouvir Rated-R achei Rihanna mais controlada e assertiva (Photographs é um show). “Only Girl (In This World)” está longe de ser magnifica (até pelo clipe básico onde não se percebe muito bem onde começa Kelis e acaba RuPaul) mas dá para viajar na doçura pop da musa negra.

9. Shirley Manson - Sanson & Dalilah

Assumo: uma cota de parte de ver The Sarah Chonicles deve-se à Shirley Manson. Para quem não sabe, Shirley é a vocalista das minhas bandas preferidas de sempre, ou melhor, a minha preferida: Garbage, e portanto uma das minhas maiores musas. Em “Sanson & Dalilah” volta ao seu período Angelfish onde o indie-rock cru misturado com o erotismo encandescente da feminilidade vaporosa de Shirley parece recriar uma teatrialidade apocalíptica que combina com a série.

10. Cut Copy - Where I'm Going



Ouvir “Where I’m Going” dos Cut Copy e ouvir uma música dos extintos Beach Boys é exactamente a mesmissima coisa. Parece que Cut Copy deixaram de lado a sua onda retro, ou melhor, foram muito mais longe: lá onde os iconicos 50’s se aliam à rebelia 60’s. Em vez de perguntarem para onde vão deviam perguntar de onde vem…

Pare, SCUT e olhe II


Eu, que em muitos aspectos sou pro-estado, tenho uma certa relutância em considerar que o Estado deva interferir (condicionar?) nos acessos a determinados lugares (portagens) e muito menos que deva aumentar os impostos nos moldes desses regimes para aumentar a receita pública...

Terminator - The Sarah Connor Chronicles



Depois da escuridão camp de «True Blood» e da fluroscência teenager de «Glee», eis a minha série do momento: The Sarah Connor Chronicles, uma revisão clean do Exterminador Implacável e que tem Shirley Manson como cabeça de soundtrack :)

Criar link de acesso rápido ao seu perfil facebook

É intrigante como é que muitos perfis de facebook tem um link associado que é útil para dar a alguém o acesso ao nosso perfil. Esse link aparece em "informações de contacto", "perfil de utilizador" mas vamos lá editar e não aparece nenhum campo. Pois bem, Natcho descobriu uma forma de você (sim, você!) criar um link de utilizador de acesso ao seu perfil face. Basta seguir este link. Nota: só pode criar um nome de utilizador (a formulação do link é automática!) uma única vez e nem sequer permite underscores e outras engenhocas gráficas. Anyway, é útil para dar o link de acesso ao seu perfil...

sábado, 30 de outubro de 2010

O Orçamento e o Bloco Central

Tanta merda para o PSD afinal aprovar o Orçamento (então a subida do IVA?). O PC tem é muito jogo de cintura e encontra nas conjungações à direita do PS um bom porto.

Enquanto houver Bloco Central estamos feitos...

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

The Social Network

Natcho está à espera deste (possível) filmaço (tão baseado no facebook!): «The Social Network» estreia a 3 de Dezembro. Tic, toc, tic toc...

Bang!


Alguém viu os (excitantes!) outdoors do novo perfurme by Marc Jobs, «Bang»? O menino da propaganda (e responsável por maior número de desmaios por metro quadrado) é o próprio designer da campanha, Robert Duffy. Realmente, muito bem conseguido! Era pegar no Robert e «Bang!»...

Frase da Semana

«A cura para o amor é a prevenção» Natcho (eu mesmo!)

domingo, 24 de outubro de 2010

Caso para rir

A TVI hoje esmerou-se na sua anti-laicidade: exibiu uma reportagem (repito: uma reportagem!) sobre o método utilizado numa aula de religião moral que consiste em... rir! Não podia ser a reportagem perfeita: dá mesmo vontade de rir!

E num mundo alternativo onde fosse a heterossexualidade reprimida?

sábado, 23 de outubro de 2010

A Língua Portuguesa é muuuito traiçoeira


Natcho comeu uma pita (salvo seja!); uma pita shroama seus/suas perversos/as!

É bom mas fica-se com uma halitose impossível a alho (friso: com a pita shroama!) :D

Projecto Inclusão

Atenção: a rede ex aequo está a promover o seu mais recente projecto, o Projecto Inclusão que, à semelhança do Projecto Educação LGBT (2006), possui uma vertente formativa/educativa no sentido de formar profissionais educativos (professores/as, psicólogos/as, etc) paras as questões LGBT agora tão visibilizadas e empoderadas pela Educação Sexual nas escolas.

Fui hoje à formação e amei! A Sara Martinho, a responsável do Projecto e uma das dirigentes da ILGA Portugal, é fantástica. Para obter mais informações clicar no link acima presente e... passem a palavra!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

A minha vida transformada em:

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...

Sabia que...

... o negócio mais lucrativo do mundo é o tráfico de armas (o mais legal: petróleo);
... o café é o segundo!
... o Butão (ahah) tem um índice de desenvolvimento que avalia a felicidade das pessoas.

O que se aprende em "Sistemas da Formação, Trabalho e Justiça Social" e em "Socioantropologia do Desenvolvimento"!

domingo, 17 de outubro de 2010

Mojito


Provei ontem no Cafe Au Lait (Galerias de Paris). Era de pressão mas é booom! Caso para dizer, nas palavras de Katy Perry: i drank a mojito and i like it! :D

Quem é ZON está... Off!

Natcho precisava de um part-time em Julho e respondeu a um anúncio para assistente de call center da ZON mobile nesse mesmo mês. Passado uma semana (tudo ocorreu nos princípios do mês) chamaram Natcho e ele foi prontamente às entrevistas. O centro de recursos humanos era ( e é) a Rhmais. Natcho fez as entrevistas (uma em grande grupo, outra individual e a última – falhada - em grande grupo).

Na última entrevista Natcho percebeu que algo estava a correr mal porque a formação que era suposto acontecer na segunda, não aconteceu e foi adiada. Tudo bem, shit happens… Ficaram-me de me chamar (entretanto já estaria integrado para a formação). O tempo passou, passou, passou. Estávamos a chegar a Setembro. Natcho ficou preocupado porque se as formações forem exteriores ao horário de trabalho (17h-00h) seriam incompatível com as aulas. Ninguém me chamou… A Rhmais vai se desculpando com o atraso na data da formação… O tempo passa, o Natcho passa-se.

Em inícios de Outubro (3 meses depois), Natcho recebe, finalmente, a data de início da formação e tem informações que esta será de tarde. Natcho rejubila sabendo que o horário que entretanto escolheu contempla aulas de manhã (algumas de tarde mas com jeitinho tudo se arranja…). Na penúltima quinta Natcho recebe a informação que afinal a formação vai ser de manhã porque (tchan!) não há salas de formação LOL (sem comentários). (In)felizmente (Natcho engoliu o orgulho e a dignidade), na última semana, Natcho é contactado para integrar a ZON facturação (que medo!) e a formação já será de tarde… Apesar de tudo, Natcho aceita mas que sirva de bom exemplo: as empresas não respeitam os/as trabalhadores/as.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Propostas interessantes


«A tampax devia fazer um anúncio com esta saída dos mineiros chilenos...»

Tiago Mesquita no Facebook

terça-feira, 12 de outubro de 2010

As liberdades

Medina Carreira acha que pode salvar o mundo, o Nobel é dado a cientistas defensores do neoliberalismo e Passos Coelho ainda tem a lata de dizer que a responsabilidade da crise não é sua (tradução: a responsabilidade da crise é do Socras!). Pois não querido Passos Coelho; a culpa da crise é da gânancia desenfreada dos mercados que as políticas alaranjadas tanto defendem (ver propostas de revisão constitucional).

Mas já que os/as neoliberais tanto defendem a liberdade bora lá assinar a petição pelo pluralismo de opinião no debate político-económico.

Resident Evil 5: Aftlerlife

Acção, efeitos especiais, suspense e ficção. Assim, é o Resident Evil 5: Afterlife... Uma pergunta: porque é que a Alice se arma em Lara Croft?


Bolsas de estupidez

Parece que nada sobrevive nestes tempos de vacas magras (desculpa Felícia Cabrita). Nem as bolsas de estudo para estudantes do Ensino Superior que já sofrem cortes!

Os recentes cortes na Acção Social estão directamente ligados à aplicação do PEC e a partir daí o decreto-lei 70/2010 (que entrou em vigor no dia 1 de Agosto deste ano) tem como estratégia de fundo uma poupança de 300 milhoes de euros (90 este ano, 199 no próximo). Sem consequencias! Afinal se 25% dos 70 mil bolseiros começar a receber uma bolsa mais baixa ou até mesmo perde-la, não é nada de mais! Para complexificar existem estudantes que recorrem a empréstimos para pagar as propinas...

Boas noticias: a FAP pede um subsidio de transportes para alunos/as em estágio e um complemento de material escolar para cursos que o assim exijam (Medicina e Arquitectura). Ou seja, nada que me favoreça concretamente mas são propostas interessantes. Ricardo Mourão da FAP refere que o modelo de contratualização será benefico pois os/as estudantes que já estão inscritos/as passam a receber automaticamente a bolsa no ano seguinte (não tem que, vergonhosamente, esperar meses para saber se lhes é atribuída bolsa ou não) assim como o modelo de linearização onde o estudante recebe um valor de acordo com o seu rendimento familiar.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Frase da Semana


«if you want a happy ending, that depends, of course, on where you stop your story» (Orson Welles).

Malgrado


Da próxima vez que escutarmos os slogans falaciosos e religiosamente bolorentos da “homossexualidade = anti-vida” (como se a homofobia fosse pró-vida - como se observa no video -…), da próxima vez que escutarmos os discursos semi-tolerantes do clichezíssimo “não tenho nada contra mas”, da próxima vez que acharmos que a homossexualidade (e os gays e as lésbicas) já não é (são) mais um tema tabu e desejarmos parar de falar dele (remetendo a homossexualidade para o campus invisibilizante e estrategicamente homofóbico do “privado”), da próxima vez que acharmos que os homossexuais têm muita liberdade (como se quantifica a liberdade?) e as marchas são uma cambada de exemplos de maus costumes! (afinal a liberdade serve também para se poder expressar/manifestar, certo?), da próxima vez em que a insensibilidade homofóbica se dramatizar com exemplos provocados e vitimizantes de uma certa “heterofobia” (?), pensemos duas vezes.


(Sweet as) Candy



A Candy é uma revista de moda dedicada ao universo dos/as travestis e dos/as transexuais (mas não só!) retirada da ideia de Luis Venegas, editor independente espanhol. Infelizmente, as suas edições são anuais, só existem 1000 cópias e custam à volta de 30€, ou seja, uma relíquia. Dêem uma olhada no site.

Pena de morte a quem é a favor da pena de morte


Em relação a ontem (10/10/10)
Então? Não se devem importar muito pois não?

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O grande desafio da República


Eu e Deus - Monólogos

O tema da religião sempre me causou uma certa alergia. O conceito, na sua forma e na sua forma operacional, é algo que me repulsa por si só. E este sentimento não foi só adquirido, ele é também inerente a mim. Sempre tive experiências de vida que me levaram a concluir que, definitivamente, era tudo menos uma pessoa religiosa.

Quando tinha oito anos a minha mãe, tal como as mães de milhares de crianças inocentes, colocou-me na catequese. Estamos a falar da Igreja Católica. Entendi aquilo como um procedimento natural, normal, não o via, como vejo hoje, de uma tentativa ideológica de normalização, domesticação do corpo, da alma e do pensamento (brainwash). Esse meu lado néscio, contudo, não me livrava de encarar aquilo como uma tortura: estar sentado durante horas, a ouvir um homem possivelmente fundamentalista a recitar textos que foram escritos por x mas que, estupidamente, insistia que tinham sido escritos por Jesus. Eu e milhares de crianças por este mundo fora…

Nunca liguei muito àqueles processos solenes e acabei por desistir. A minha mãe tinha-se divorciado do meu pai e o afastamento daquela localidade (Ermesinde) tinha vocacionado a catequese, para meu regozijo, ao esquecimento. No entanto, as histórias sobre o início da vida (em termos mais latos a origem do Universo), a morte (o Apocalipse) e o desconhecido exerciam (como sempre exerceram) sobre mim um efeito curioso. Ora, são essas as grandes temáticas que, por exemplo, a Igreja Católica sempre soube utilizar como estratégia inviolável de legitimação. Basta vermos os avanços do cristianismo aquando das invasões bárbaras na Europa Ocidental sobre o signo da morte, muito na perspectiva daquele provérbio húngaro muito conhecido: “em toca de lobos, não há ateus”. Acontecimentos comparáveis ao crescimento dos movimentos nacionalistas após crises económicas. E assim somam e seguem (algumas) religiões…

Prosseguindo: era um miúdo apaixonado por Astrologia (recebia sempre um livrinho de horóscopo no Natal o que indicava simultaneamente um gosto acrescido pelas personalidades arquétipas inerentes a cada signo e, portanto, à Psicologia) e por livros religiosos (encomendei alguns livros sobre a vida de Jesus à extinta Reader Digest).

Houve uma altura na vida em que recebia Testemunhas de Jeová na minha casa e até gostava de as ouvir. Por detrás de todas as falácias e manipulações inconscientes, pareciam-me pessoas inócuas. Acho (agora olhando para trás) que gostava de algumas visões das Testemunhas precisamente porque eram anti-Igreja Católica (nomeadamente mais desapegadas e humildes) e porque eram (ao contrário de algumas leituras oficiais) mais tolerantes com a homossexualidade (as TJ’s admitiam que a homossexualidade podia ser genética!) embora, em outros aspectos, fossem terrivelmente e conservadoramente radicais (como no vestuário e na questão de doação de sangue, por exemplo).

A partir dessa altura tornei-me sem religião.

Aos 20, com a maior consciencialização sobre o activismo LGBT, pensei que era ateu mas não, acho que sou agnóstico. É uma ideia radical afirmar convictamente que Deus (ou outra/s identidade/s divina/s ou divinizada/s) não existe/m. Por outro lado, admitir que essa/s identidade/s possa/m existir embora não seja certo a sua existência (e daí a inevitável conclusão que podem também não existir), até por questões empíricas (distancio-me assim de argumentos pro-teístas sobre a existência ante-visibilidade concreta) é uma pressuposição mais real. Mesmo que me atirem à cara as teorias de Pascal porque estamos a falar de identidade/s e não códigos de conduta que se relacionam com conceitos tão longínquos e socialmente/humanamente construídos como Inferno ou Paraíso… Essas identidades (reconhecidamente sócio-construídas) podem estar separadas desses códigos de conduta. Daí a admissão que eles podem estar fora do que se chama religião. E chegamos a outro ponto.

Diferenças entre identidade/s divina/s e Religião

Nunca tinha pensado muito nestas questões até que o facebook me pedia (não obrigatoriamente) uma religião. Foi difícil e percebi que misturava Deus e religiões. Que mesmo em relação a Deus é controverso já que, sendo Deus uma construção social, a ideia que se tem dele é equivoca. Porque Deus e não Deusa? Porque Deus, singular, e não Deuses, plurais? Será o conceito de Deus reportado a certas ideologias políticas sobre uma aura de aparente neutralidade?

Ter uma religião não implica acreditar (ou ter em consideração a possibilidade de existir) num Deus (ou numa Deusa ou Deuses, etc) e o contrário também é verdadeiro daí que quando o facebook me peça uma religião não implica a crença (ou não-crença) numa identidade mas uma outra coisa: um sistema organizado que pode (ou não, embora esta hipótese seja muita relativizada) advir dessa crença e que implica códigos de conduta, regulações comportamentais, etc, à semelhança dos mecanismos jurídico-legais. Partindo desse princípio, a minha religião no facebook é: “reticente em relação a qualquer sistema de crença organizado” embora me considere agnóstico. Essa opção (ser-se agnóstico) está contemplada lá mas eu defendo a radical diferenciação entre religião e crença (ou possibilidade de) numa identidade (ou identidades) exteriores ao real (deuses, aliens, o monstro das neves, etc).

A República - O ideal laico

Porque raio me lembrei de escrever sobre esta temática? Porque hoje é o dia nacional da implantação da Republica, essa coisa política que nunca esteve tão ameaçada como nestes tempos críticos!

O sentido simbólico da República advêm exactamente dos princípios modernos oriundos dos ideais franceses iluministas: liberdade, igualdade e fraternidade. Ela procura cortar com a religião (sendo, no seu âmago, pro-laicidade) e consequentemente todas as suas formas simbólicas como o feudalismo (sendo, por isso, esquerda/socialista). A República (neste caso, portuguesa) está em estrita ligação com Modernidade mesmo em termos temporais (finais do séc. XIX).

A Modernidade foi (ou é?) benéfica porque permitiu a ruptura Igreja/Estado nas mais diferentes formas: empirismo, lógica hipotética-dedutiva, neutralidade e objectividade, dúvida metódica, etc; o problema é que a Ciência acabou por se apropriar da linguagem moral da própria religião para perpetuar os mesmos dogmas que esta vaticinara e pior, tentou se apoderar do saber de forma a ser encarada como uma autoridade indiscutível, exclusivamente singular, ocidentalizada, branca e masculinista.

A Ciência como autoridade epistemológica passa a ser o instrumento de legitimidade do real e de controlo estatal. A sua elevação coincide com a formação dos Estados-nação e com os discursos higienistas da eugenia e (evidentemente) do pro-fascismo/nazismo, ideologias muito próximas em termos conceptuais com determinadas religiões como a judaico-cristã (hierarquia, regras morais, punição, etc). Em certa medida o Holocausto era a versão moderna da Inquisição “medieval”.

O grande desafio para as Repúblicas é a laicidade total das sociedades e dos estados o que não implica o desrespeito pelas diferentes religiões, crenças, areligiões (conceito meu), não-crenças, agnosticismo, etc, muito pelo contrário; precisamente por se querer invocar esse respeito é que se remete as expressões religiosas para o campus do privado, fora dos regimes de poder exteriores, fora dos conflitos conceptuais (embora se reconheça que a dimensão privada é também já um foco de poder (ou não-poder) e que, parecendo ser uma questão desactualizada, ela nunca este tão em cima da mesa agora (a questão do véu islâmico na França, os crucificos na Madeira, os lobbies evangélicos brasileiros, o eterno conflito ocidente/oriente, as caricaturas de Maomé, etc). Ser pró-laico faz sentido e só se pode ser pró-laico sendo um/a verdadeiro/a republicano/a.

Alegre dia da República

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

E Deus-Estado criou o Natcho e a IVA

Natcho participou num projecto de investigação da FPCEUP relativo à «Acção Local no Combate à Pobreza e Exclusão Social» transcrevendo entrevistas (1h de transcrição = 50€). Natcho transcreveu 10 entrevistas e recebeu 650 (contando os minutos...). Como Natcho não queria perder certas regalias sociais optou pelo pagamento por acto único em detrimento dos recibos verdes. Em caso de acto único a "entidade empregadora" responsabiliza-se a pagar o IVA (que depois será pago nas Finanças, até a um mês do pagamento, pelo indíviduo, neste caso, eu!). Na altura (21/09) o IVA era de 21% (agora 23%), Natcho teve que pagar de IVA 136.50€...

Will be there crisis outer space?


Wayne Lawrence

Chama-se Wayne Lawrence, é um fotógrafo caribenho e tem um toque peculiar na sua arte: fotografa retratos (caras, corpos) de indivíduos racialmente híbridos (race-mixed) e com corpos, poses e imagéticas normalmente anti-moda (negras com celulite, raparigas de bairro, brasileiras pimpadas, etc). O trabalho de WL captura o efeito-choque preverso de La Chapelle, a sobriedade do retrato de Melodie McDaniel e a atitude anti-mainstream de Jesus Del Pozo. Descobri há pouco tempo o seu trabalho e decidi partilhar para tod@s @s amantes de fotografias. Eis um cheirinho:















Ver mais:

http://www.waynelawrenceonline.com

http://instituteartistmanagement.com

Frase da Semana


«as far as i'm concerned, being any gender is a drag» Patti Smith

sábado, 2 de outubro de 2010

Calças à italiana


É a nova moda masculina. A baínha das calças para cima a mostrar o tornozelo (Alexander Skarsgard dá o exemplo). Azeiteirice? Esqueça! A moda é como o amor, tem razões que a própria Razão desconhece...

O sexo e (os shoppings d)a cidade

Ontem descobri que a Berskha do Marshopping é tipo uma zona de engate gay. É como entrar num covil cheio de lobos (ou lobas) e estar seguro que se sai de lá com uma mordidela.

Eu e o meu best entramos e um gajo olhou-nos, com aquele arzinho de “sai daqui ou eu como-te”, e que percorre o corpo da vítima desde da ponta dos pés à ponta de fio de cabelo mais longo da cabeça. God! Logo de seguida um rapaz de camisa verde persegue-nos e à saída o empregado (sem contar com o empregado da Sisley do Dolce Vitta [DV] que ficou embasbacado) olha-nos nos olhos (com o típico olhar que gay sabe muito bem decifrar…). Ainda olhamos para a montra para ver se víamos algo de jeito (para além dos gajos) e um guna gabou-nos o rabiosque (sem contar com o empregado da Levis do DV que comentou as calças que comprei com um formalmente autentico mas conceptualmente falso: “assenta-lhe bem no rabo!”). Dia muito intenso ontem…

Info-exclusão...


As contradições da direita


Estava a almoçar, por acaso, um valente prato de feijoada enquanto ouvia o sempre manipulador Portas num comício nos Açores afirmando, com dedo em riste e à boa maneira Mussoliniana, que o Estado era um monstro que procuraria enriquecer os seus cofres a todo custo (ok, não foi bem assim mas a essência da questão era essa) e que tal concepção atacaria profundamente (algumas?) pessoas. Parei de comer e soltei uma gargalhada!

Em primeiro lugar não deixa de ser curioso que o canal televisivo que exibia tal barbaridade fosse a TVI (facto já muito explorado aqui no blogue). Não deram tempo de antena ao Francisco Louçã nem ao Francisco Lopes mas sim ao Portas. Estranha forma de democracia (seja representativa ou absoluta já que o CDS-PP é um partido irrisório - ou pelo menos inferior, nas sondagens ao contrário do BE ou do PCP)… Podia mudar de canal mas os meus avós flirtam com a TVI (idosos = público-alvo da TVI; outro facto curioso). Em segundo lugar, acho de uma profunda contradição o comentário de Portas e só o toma como verdade quem adora a demagogia (muitos idosos e agricultores adoram-na!) e as falácias camufladas de verdadezinhas verdadeiras.

A contradição: o facto de o Estado ter um grande monopólio no que toca às economias (como as golden shares, por exemplo) indica, não que seja um bicho-papão, mas que controle e impeça a privatização desmedida que implica necessariamente desemprego para fundamentar os seus avanços pró-capitalistas. Ora, essa concepção é a favor das pessoas e não contra. Tal como refere José M. Castro Caldas no blogue “Ladrão de Bicicletas”, a direita não pode dizer certas coisas (como querer reduzir o SNS, minimizar o Estado Social – reformas, RSI, função pública -, criar escolas para ricos, etc -) porque soa mal e portanto, como contra-ponto, focaliza-se nos clichés (as pessoas, o bem-estar, os trabalhadores, etc) para, camuflando os processos, conseguir, através da demagogia, o apoio popular. Seria bom que o Portas (e o CDS) esclarecesse que, quando refere que o mal fadado Sócrates anda ao sabor dos mercados, afinal é o próprio CDS, na sua loucura pro-privatização, que quer andar ao sabor dos mercados! O CDS não pode mentir aos e às portugueses/as!

Logo a seguir a imparcial TVI dá a notícia da compra de um carro de luxo por parte do Estado…