terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Na minha playlist

Moby – Disco Lies




O universo de Moby gira entre cometas, estrelas e planetas longínquos. Que é como quem diz: o universo de Moby é o nosso universo. Mas existe uma pequena diferença: nós, de vez em quando, descemos à Terra. “Natural Blues” (faixa-título do nostálgico filme “Cacoon”), “We’re all made of stars” (uma espécie de “Imagine” à Moby) ou até mesmo “Lift Up” (estão a imaginar a população Maia a dançar à volta de um OVNI caído?) são prova da existência de Moby em outros planetas. Habitou-se a usar a electrónica em detrimento de apogeus de sons como quem coloniza Marte. Já navegou na nave vocal de Debbie Harry em “New York, New York” (a Roosevelt da costa este dos EUA) e recentemente foi a vez de Shayna Steele fazer de divã cósmica em “Disco Lies” do álbum “Last Night”. Um pequeno passo para a música…

Snow Patrol – Chasing Cars




Cheira a bolo-rei. Talvez seja o snow no nome. A gente gosta (em doses moderadas). Tem brinde?

Shirley Bassey – Diamonds Are Forever



Shirley Bassey é a responsável por mais shows de transformismo por metro quadrado que há memória. Pode-se colocar na mesma caixa de Cher, Marilyn Monroe (“Diamond’s are girls best friends”), Madonna (“Material Girl”), Tina Turner (“Goldneye”) ou Gloria Gaynor mas este “Diamonds are forever” revela tanto charme à 007 que faz knock-out a todas as suas adversárias.
“I don’t need love…” para cantar com convicção…


Chico Buarque – Geni & Zepelim




Rege o pódio da minha playlist. 101 em 100. Esta canção de Chico Buarque (Avé!) demonstra a maravilha que é o cancioneiro brasileiro. A canção é o contar de uma história. Descrição sem discrição de uma história sobre uma prostituta (a “Geni”). Crua e real. A atenção dada ao pormenor remete à poesia de Alexandre Herculano e encerra com uma moral de se lhe tirar o chapéu. Confirma-se o que Carlos do Carmo confidencia (em tom de elogio ao facto de Chico Buarque ter improvisado o fado em “Fado Tropical”) à Blitz: “O Chico Buarque fê-lo de uma forma politizada, lúcida, social, muito à Chico. Ele é um derramador de pérolas, um sujeito com um talento ímpar.” Quem fala assim…

P.S. “A Balada da Gisberta” de Pedro Abrunhosa vai pelo mesmo caminho.



Janet Jackson – Feedback (Moto Blanco Full Vocal Mix)




O irmão está na rua da amargura mas a Janetzinha sabe-a toda. Uma carreira fulgurante durante os anos 80 cimentou-a bem no r’n’b pelas terras do tio Sam (pleonasmo?). “Feedback” poderia ser (o regresso ao) o início de tudo. O Big Bang. É apenas uma canção viciante com direito a bolinha vermelha. E a pop feminina actual, prima afastada da década 80, não se resume a isso?

I-F – Energy Vampire (Tiga Remix)

A evidência de que Tiga também ouve Bloodshy & Avant. Um castelo feito de plataformas de luz que se desmontam. Uma floresta com árvores que são amoras gigantes crescendo invertidas. Cogumelos-caveiras. Rios dourados e quentes que desaguam em efeitos visuais de acid-rock. Elefantes que voam. Nuvens com formato de corações castanhos. Dali, estás despedido.

Hithouse – Move your feet to the rhythm of the beat



Descobri acidentalmente as semelhanças de “Move your feet to the rhythm of the beat” com a “You Belong” dos (conhecem as reacções típicas de alguém que está na eminência de referir o nome do(a) amado(a) e desfalece?) Hercules & Love Affair (A grande revelação de 2008!). Samplar está mesmo na moda. E estar na moda nunca valeu tão a pena. Sabem que mais? Mexam os vossos pés ao ritmo da batida!

Armand Van Helden – Hear My Name (Original Mix)



Número 2 no top. Estão a ver uma montanha-russa? Imaginem-se a subir. Progressivamente. Cada vez mais rápido. Rápido. Raaapido. Até que colidem e se desfazem em milhões de bolinhas de sabão? Tudo isto acompanhado com a urgência luxuriante de uma voz feminina que tanto faz lembrar Juliet (“Avalon”). O sonho. E tudo recomeça. Dizem que Armand Van Helden é o futuro da street (?) house. Caso para dizer, ouçam o nome dele!


Amy Winehouse – Tears Dry on Their Own



Seria ofensivo elaborar uma playlist e não constar o nome de Amy Winehouse, ou não fosse Amy Winehouse o grande fenómeno (ou a grande estratégia de marketing pop) do século XXI. “Tears dry on their own” é o atestado da música pragmática da diva (?). Escura mas swingueira, confessional, natalícia e um aviso sensato, mesmo vindo de quem vem, que todos nós deveríamos seguir. Ou seguimos ou toca a enfrascar no conhaque! E já dizia o outro, “as pessoas dão conselhos que nunca seguem”, né verdade Amy?

New Young Pony Club – Ice Cream



Os New Young Pony Club são a grande revelação da pop britânica actual. Um dos hypes de 2008. Rotulados com o sempre actual new rave, defendem-se dizendo que prezam “a vertente dançável mas também valores clássicos de escrita das canções”. Comparam-se a Madonna e Prince em início de carreira e tomam como referências Gang Of Four, New Order e LCD Soundsystem. Mais um bocadinho e roubavam o prémio Mercury aos Klaxons. Este “Ice Cream” do 2º álbum Fantastic Playroom está repleto de innuendos sexuais que não passam despercebidos nas vocalizações sexy de Tahita Bumer. E ainda é Inverno!

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