
Ontem como estava desocupado fiz zapping na TV e acreditem que era muito mais fácil a prova de existência de vida extraterrestre. Numa das trezentas e setenta mil novelas brasileiras que a SIC transmite vi a actriz Claúdia Raia. Tive um flashback. Acho que por uns instantes regressei ao passado quando era um puto de 7, 8 anos. Estávamos portanto no séc. XVI A.C. Lembro-me de uma vez nas pimbalhices musicais do senhor meu pai entre as quais José Malhoa e Nel Monteiro deparo-me com um vinil de capa brilhante e fundo azul com uma mulher vistosa em realce. Na verdade, o aspecto da mulher era um bocadinho porno vintage mas isso não lhe tirava um certo glamour que tinha apesar de não ser tão feminina como uma Bette Davis ou uma Marilyn Monroe. Não tinha ar de femme fatale, muito pelo contrário, era capaz de meter o Mike Tyson e o Michael Jordan num bolso em micro-segundos. A estrutura óssea era tudo menos delicada e conferia-lhe poder. Era poderosa. Cintilante. Uma criatura da noite. Uma drag queen. Tinha um aviso invisível que alertava "Saiam da minha frente, vou passar!". Uma autêntica amazona irradiando luz.
Anos mais tarde descubro que era uma actriz brasileira de algum sucesso no país irmão. Quem não se lembra da irascível vilã Ângela da novela "Torre de Babel"? Actualmente tem dois filhotes com o marido, Edson Celulari (e não, não é uma marca de telemóveis!). O meu instinto gay nunca me enganara: no início deste ano foi premiada por uma associação GLBT brasileira e afirmou sorridente como uma verdadeira diva gay: "Fui a única bicha que já nasceu operada!". Já não bastava ter sido casada com o Frota. Se o José Castelo Branco te ouve...
1 comentário:
Fabulosa Raia, comecei a gostar dela, quando as telenovelas eram poucas, mas interessantes, a fazer uma das duas prostitutas de uma daquelas "cidadezinhas brasileiras da Globo", numa telenovela de grab«nde êxito, mas cujo nome já não estou certo.
Como mulher, é linda, como pessoa essa frase diz tudo...
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