quinta-feira, 31 de março de 2011

Steps rabbit e as suas incoerências


Em primeiro lugar, o PEC não era viável porque representa um sacrifício insuportável para muitos portugueses, depois passou a ser mais que viável: insuficiente. Como dizia Zeca Afonso, «A toda a parte chegam os vampiros / Poisam nos prédios poisam nas calçadas / Trazem no ventre despojos antigos / Mas nada os prende às vidas acabadas».

Ah e tal os culpados são sempre os do Rendimento Mínimo

quarta-feira, 30 de março de 2011

Playlist de Março

1.Homens da Luta – A Luta é Alegria



Aquilo que parece, à vista desarmada, um ode salazarista ao provincianismo português ruralista pode também ser encarado como uma expressão do ortodoxismo comunista. A essência da canção é uma forma sarcástica de exorcizar as gerações rascas deste mundo e reclamar junto da Alemanha-mãe da chanceler Merkel. Admitir que a famigerada Eurovisão é tudo menos política é ir longe demais visto que tudo é política. Má imagem de Portugal? Alguma vez, tirando raras exceções, Portugal fez boa figura no festival? A canção nem é má de todo: cumpre os pré-requisitos da pop (Clã, GNR), possui significados ocultos-não-muito-ocultos (Zeca Afonso), incorpora muito bem a imagética do Povinho como um longo teatro transportado para a vida real e procura contrariar o cinzento franzino pessimista português com uma «luta que é alegria». A ideia não é original, os Deolinda tiveram ideia igual há um mês. É uma boa malha. Primeiro estranha-se depois entranha-se. É como a coca-cola. Sem gás.

2.Chromeo - Don't Turn The Lights On




Chromeo não são (ainda!) uma banda mainstream mas as suas canções, simples é certo, são certeiras. «Hot Mess» com a novata Elly Jackson é monstro dance que pisca o olho ao disco 70’s e sooa a Michael Jackson num clipe sexista q.b., «NIght by Night» é Daft Punk, de caras e este «don’t turn the lights on» é talvez umas das melhores canções disco-pop que ouviremos nas próximas épocas. Imaginem uns Cut Copy mas muito mais sexys e menos sintetizados. Voilá, habemos hino.

3.Swedish House Mafia (ft. Pitbull & Pharell Williams) - One (Your Name)



Weight house com a mãozinha safada de Pitbull e a voz infantilizada de Pharell. É de mim ou 2011 é o ano das pistas?

4.Cut Copy - Need You Now



«Where I’m Going» é Beach Boy e Beatles perdidos nos sixties a saltar às cordas, »Take Me Over» bem poderia ser um demo qualquer do último disco da banda. «Need You Know», confessa homenagem ao desporto e à partilha multicutural, é talvez a novidade de «Zonoscope». Não que seja muito diferente do resto mas ao tornar difusa a distinção entre o electro-pop à PSB e a verdadeira essência da banda, eleva os Cut Copy a um novo patamar. Depois do concerto em Portugal, tudo é possível.

5.Erik Morillo ft. Shawne Taylor - Live Your Life



Ode house à liberdade, à noite e ao self. Agitar antes de ouvir.

6.Glee - Don’t You Want Me (Human League Cover)



Eles estão de regresso em Março e em jeito de homenagem fazem um cover do furacão disco dos one-hit-wonder Human League (que por acaso tem nova malha, “Night People”), «Don’t You Want Me». A novidade é que ao amplificarem os sintetizadores conferem um som fresquíssimo á mastigada canção. Bem poderia substituir «Sing» (Chemical Romance Cover), o grande tema. Conclusão: festim obrigatório.

7.Michael Bubble – Hollywood



O menino bonito da jazzie regressa com um canção que bem poderia ser escrita para Shirley Bassey e cantada por Train. Alegre, inofensiva e cantarolável. Não fascina mas cumpre o seu serviço à comunidade musical. Obrigado Bubble.

8.HURTS – Sunday



É fácil perder-se no meio de tantas boas canções da dupla britânica mais famosa do mundo depois dos Pet Shop Boys. «Sunday» é uma amálgama bem conseguida e não enfadonha nem evidente entre Morissey, Joy Divison e Brandon Flowers. Talvez uma das melhores canções pop da década (a ver vamos…). Tiveram cá e deixaram saudades.

9.Tarkim - Kiss, kiss



A minha estadia na Turquia fez-me perceber que sou facilmente assimilado pela cultura local (ou aquilo que, convencionalmente, se decidou chamar a cultura local”). Nada de mal até perceber que estamos no meio da pista a dançar dança de ventre ao som do» Kiss, Kiss» do cantor turco que revolucionou a Turquia com a sua… metro (homo?) sexualidade. Uma espécie de Ricky Martin euro-asiático. Venha Holly Valance e salva-nos mas nem isso. Só me resta desejar sonhar pôr em prática com o Tarkan aquilo que a canção reclama: kiss, kiss.

10.Edward Maya ft. Jigulina - Desert Rain



Outro encontro nefasto entre a house e as marracas romenas. Nefasto mas gostoso.

11.Mariza, Paulo Flores e Roberta Sá - De Braços Abertos



Pastiche lusófona que a TAP também bem soube explorar. É uma bossa nova fresca e paradoxalmente quente com letra alegre como convêm. Um pedido: não a privatizem.

12.Serge Devant - Ghost



Mais do mesmo mas fica bem nos cardápios dance.

Outros:
Sertrab Gartner – Every Way That I Can
Ladytron – Ace of Hz
Medina - Addiction
Amanda LePore - Marilyn
Britney Spears – I Wanna Go
Colbie Cailat – I Do
Skunk Anansie – Save Me/Ugly boy
Moby- Be The One
Trent Reznor & Atticus Ross - Soft Trees Break The Fall
The Inertia Kiss - I won’t say adieu
Janelle Monae – Many moons
Human League – Night People
Lily Allen - You killed it
Nina Simone - I'm feeling good
REM – Uberlin
Afrojack – Take Control

Ironias


É Merkel, é Dilma e Portugal no meio, entre as absurdas exigências dos nervosos mercados (Xanax?) - representadas pelo "Império Alemão" - e as bajulações à 7ª maior economia do mundo, por acaso, sua ex-colónia.

Kivanç Tatlitug

Influências turcas























terça-feira, 29 de março de 2011

segunda-feira, 28 de março de 2011

Questão


Agora com Sócrates fora do baralho, quem será o escape goat da direita? Passos? Vamos lá ensaiar o coro das ofendidas...

Caracol, caracol, põe os corninhos ao sol



«(...) um homem que chumba o PEC porque não está de acordo com os sacrifícios que ele impõe aos portugueses, e que passado 24 horas vem a Bruxelas dar o seu apoio a todos os compromissos assumidos por Portugal nesta matéria, é um “farsolas” (...)»

Happy B'day GaGa


Um quarto de século, uau!

Ankara, pérola euro-asiática


Semi-europeia, semi-asiática, a Turquia fica situada a meio-termo no vértice mais noroeste da Europa Oriental fazendo uma ponte estratégica com o Norte da Ásia. Escoltada pelos países europeus do leste de tradição comunista e a sul por países de índole islamita, a Turquia é um poço diverso de oportunidades multiculturais, contudo, não fica muito longe do ideal civilizacional do Ocidente e, por isso, distancia-se de todos estereótipos "islamofóbicos" que possamos ter. Uma vez lá, parece que nunca tínhamos saído verdadeiramente de Portugal.

A moeda oficial é a lira turca e em alguns pontos aceitam euros pois o euro é uma moeda forte (1 euro é igual a duas vezes uma lira, isto é, 1 lira é igual a 50 cêntimos). De fato, fazer o câmbio num banco turco implica receber mais dinheiro contrariamente ao câmbio num aeroporto onde se tem que pagar taxa de câmbio (4€ e tal).

Na Turquia fala-se o turco e só na Turquia é que este é válido. O inglês é a segunda língua mas os turcos, na sua maioria, tem um péssimo sotaque. Em jeito de curiosidade, «Olá» em turco diz-se «meraba» o que foneticamente soa a uma expressão verbal portuguesa relacionada com sexo anal (“me enraba”) - o que parece ser uma ótima forma de estabelecer uma conversa e conhecer alguém (joke) -.

Depois de longas e exaustivas horas de voo e de uma estadia prolongada no aeroporto de Munique (com direito a net e café grátis), era altura de desbravar o Império Otomano.

Ankara é pintada de rostos diversos, na sua maioria, carregados e pouco expressivos. Não deixa pois de não surpreender que muitas pessoas prefiram a libertina (in a good way) e cosmopolita Istambul.

O quarto da Guest House (espécie de pousada de juventude) fica um pouco distante do centro e o caminho até lá é marcado por regiões (vales e colinas) montanhosas que exibem ostensivamente edifícios megalómanos, - industriais e habitacionais - e shoppings - como a Panora - enquanto a zona pobre da cidade se agita num outro extremo da cidade. A Turquia é pois um país de contrastes.

O pequeno-almoço na Guest House é servido sobre o modus operandi self-service e continha, entre o previsível cacete e queijo, chá e paté de rosas (o chá é terrivelmente amargo), salame, azeitonas, ovo cozido, pepino fatiado e requeijão. Os quartos não tem persianas o que satisfaz as ideias perversamente kinky dos voyeurs e a água em conjunção com a comida provocou mais estragos no meu estômago do que dezenas de revoluções tunisinas, egípcias e líbias, todas juntas.

Qualquer reclamação, a comunicação na Guest House aos funcionários era feita pelo Google Translator que passavam o seu tempo a idolatrar o enorme plasma no âmago da sala que ora passava telenovelas turcas ou notícias populistas num canal equivalente à nossa TVI.

De fato, ao nível da culinária, a Turquia é peculiarmente diversificada, talvez em demasiada. Como alternativa nem os internacionalíssimos kebaps nos salvaram. Os kebaps turcos nada têm que ver com os kebaps “portugueses”: aproximam-se ligeiramente de pizzas e a comida turca, embora não muito distante da portuguesa, pauta-se pelos excessivos condimentos (sal, caril, menta, etc). Sejamos sinceros: qualquer coisa era melhor que comida de avião onde o pequeno almoço podia ser um pão com omeleta ou batatas assadas com espinafres.

O MacDonald’s, símbolo máximo do capitalismo ocidental e porto-de-abrigo a não “nativos” que não se deram bem com a comida turca típica, é um belo (e espera-se, último) recurso. Ao contrario dos portugueses, o da baixa da cidade é limpo e parece ser o lugar ideal para namorar revelando-se assim um lugar não acessível a todos/as (ou então o nacionalismo turco o invisibiliza), deixando antever o fosso socioeconómico turco.

No centro de Ankara, numa zona tão luminosa quanto Tokyio espalhados por uma infinita rua semelhante à Rua Santa Catarina no Porto, os turcos fazem-se à vida com o mercado negro (marcas roubadas, falsificações, etc).

Ao nível político, a "democracia" turca ganha contornos de anedota se tivermos em conta que certos sites como o bloguer (não se trata de um site qualquer mas sim do ex-líbris da liberdade de opinião) são interditos, as críticas ao Governo que são punidas pela lei, que tirar fotografias a edifícios estatais pode resultar em infracções e o exagerado culto ao líder-fundador da Turquia (Ataturk) e a reação ultra-nacionalista dos/as turcos/as ao hino nacional (os/as turcos/as simplesmente param quando o hino nacional turco toca independentemente do que estiverem a fazer. Assisti por experiência própria e curiosamente... aderi. A psicologia de massas explica...). Não é por acaso que a bandeira turca marca presença em cada colina do território.

Talvez por isso a Turquia tenha um historial que a impeça de entrar na EU (ou será antes o número da sua população que influencia drasticamente as decisões da EU no Conselho Europeu e que ameaça sobretudo simbolicamente a “Europa Cristã”?). No entanto, os turcos não estão muito preocupados. Entrar na EU significa perder a moeda e sobretudo a identidade, identidade essa bem demarcada nos rituais de masculinidade e no culto da militarização. As escolas contem painéis com a história da Turquia com imagens fortemente “soldadeirizadas” e, contrariamente àquilo que se observa nas salas escolares europeias, na sala só existe um mapa da Turquia e não um mapa-múndi.

Ao nível da religião, esta é essencialmente islâmica, com mesquitas por todo o lado (Sarkosy, Cameron, tremam!), mas curiosa e surpreendentemente muitas poucas pessoas com quem contactei não acreditavam em “Deus” ou papagueavam aquela ideia agnóstica do “algo mais”.

Poucas são as mulheres que se vêm com o véu. Só as mais velhas parecem faze-lo. Incrivelmente, a onda progressista (e laica) vem das escolas privadas e não das públicas verificando-se a mesma assimetria entre as duas. Estratégias do neoliberalismo? Talvez, mas a verdade é que é um mito pensar que as turcas são grosso modo umas reprimidas.

Os estereótipos dos turcos enquanto péssimos condutores são os únicos que se confirmam. As ruas estão pautadas de táxis (lê-se «taksis") loucos como os paquistaneses em NY (se bem que estes últimos, à partida, não passam os sinais vermelhos ao contrário dos turcos) e de DOMUS, pequenos autocarros, que fazem a ligação centro-periferia-centro pelo mero custo de duas liras (1€) e não hesitam em atropelar pessoas fora das passadeiras.

De forma genérica e apesar de algumas caras distorcidas (que tanto existem lá, em Portugal, na lituânia, no Japão, etc) os turcos são acolhedores e prestáveis, pautando-se por vezes de uma necessidade afetiva surreal (às vezes em exagero se tivermos em conta os avanços despropositados de dois marmanjos turcos, que nunca ouviram falar de desodorizantes, às raparigas estrangeiras ocidentalmente loiras; mulheres ocidentais = malucas, fáceis, disponíveis e sluts -).

Outro episódio curioso foi o fato de a Eurovisão ser uma espécie de melting point referencial. Quando queríamos destacar o país recorríamos à Eurovisão e tal era válido para todos os países, até para Portugal com um historial negro neste famigerado festival.

«Every way that i can» e »Kiss, Kiss» eram hits turcos arrasadores. Cantarola-los (ou tentar faze-lo) era conquistar os estranhos corações otomanos.

No supermercado ou nos táxis ouve-se a «S&M» da Rihanna, isto é, uma canção sadomasoquista a tocar num minimercado local onde mulheres de véu fazem compras, possivelmente, para os seus maridos.

É real. A globalização marca presença a cada instante numa cultura fragmentada. Ankara é pois um misto, por vezes irónico, entre o tradicional e o moderno, convivendo entre si o que não deixa de ser interessante e sintomático de algo: a Turquia enquanto força motriz euro-asiática em potencialidade ou, poeticamente falando, uma diamante em bruto para ser polido.

sábado, 12 de março de 2011

O meu novo bichinho

Nixon Coolpix S3000

terça-feira, 8 de março de 2011

Evas

«Girls can wear jeans
And cut their hair short
Wear shirts and boots
'Cause it's OK to be a boy
But for a boy to look like a girl is degrading
'Cause you think that being a girl is degrading
But secretly you'd love to know what it's like
Wouldn't you
What it feels like for a girl»
Madonna – What it feels like for a girl


A democracia, essa “coisa” política tão desejada e tão polemicamente conturbada, impregnada de sentidos hermenêuticos dualmente paradoxais, foi inventada, no sentido expresso da própria acepção da palavra, pelos Gregos.


Etimologicamente decomposta, designa o poder (cracia) do povo (demo). O que isto quer dizer? Quer dizer que a classe política (o Governo, a identidade governativa, etc) é eleita pelo conjunto de cidadãos que ela representa (ou pretende representar) e estes ficam atrelados a este sistema de eleição, efetuada pelo voto, daí a designação de “cidadãos”, ou seja, aqueles que praticam a cidadania.


Ora, como se sabe, os Gregos dividiam as suas gentes em cidadãos, metecos, escravos e mulheres, sendo que só os primeiros poderiam votar (daí serem “cidadãos”). Aos outros, eras-lhe vetado esse direito. Visto que o sistema democrático pretendia através de uma organização social assente na legitimidade equalitária, o acesso aos locus de decisão (entre Governo e cidadãos), parecia contraditório que uma camada das suas gentes, significativamente abrangente, não pudesse votar. Que fosse excluída da democracia e assim da cidadania. Que fosse representada por outras tantas gentes sem que tivesse o poder de optar se quisessem ou não serem representadas.


Torna-se um facto que a questão do voto para as mulheres (e como viria a ser mais tarde para os/as negros/as) seja uma matéria de grande importância para as feministas do sec. XVIII, impulsionadas pelos ideais iluministas da Revolução Francesa, embora estas primariamente erguessem a sua luta em redor do trabalho assalariado e da educação para todos/as.


Com este pequeno exemplo grego percebe-se que ainda hoje em muitas sociedades as mulheres não tem o direito de escolher quem as representa e isto não é mal menor. É uma violência simbólica que fragiliza as mulheres no plano social. É o não usufruto de uma cidadania ou de uma cidadania incompleta. Um grupo da população vê-se proibida de votar e sujeita a leis que não escolheu, que não formulou.

Esta desigualdade em comparação com o seu “homólogo”, o homem, está descrita no «Génesis» bíblico. Deus é claro quando cria o homem, Adão, à sua imagem e semelhança (Deus = homem) e depois surge a Mulher, atrelada, co-dependente, de uma costela (Mulher é apenas parte de Deus), sujeita as ordens de Adão, projetada no imaginário coletivo como uma bruxa, uma prostituta sem piedade, que induz ao homem ao maior dos pecados sendo a razão principal da sua expulsão do Paraíso.


O mito fundador é exemplo do destino predicado às mulheres. O destino da desigualdade. As mulheres não podem ter acesso à educação, não podem ter acesso ao trabalho assalariado, não podem votar, não podem escolher os seus esposos (muito menos esposas) (e estamos a falar de leis). No plano social, as leis sobre o adultério (Sakineh) são muito mais repressivas para elas (se um homem tem várias mulheres é um Don Juan, se uma mulher tem vários homens é uma puta, dizia Aguilera em «Can’t Hold Us Down», daí que a palavra cortesão/â tenha diferentes concepções).


Quando olhamos para a “nossa” sociedade Ocidental (nem falarei da cultura islâmica) e pensamos que estas leis parecem tão ridiculamente obtusas e que hoje nada disto acontece, talvez seja melhor pensarmos duas vezes: os números da violência doméstica “vitimizando”, na sua maior parte, mulheres (e aquela violência que não ousa visibilizar-se); as discrepâncias assalariais (as mulheres recebem 30% menos no exercício do mesmo cargo); os estatutos legais como o exercício da parentalidade que é imposta às mulheres e negligenciado nos homens embora hoje a realidade tenha lentamente mudado e os códigos sociais simbólicos como a questão do papel de género, da manutenção vigiada da sua sexualidade, da desconstrução identitária do sujeito feminista (ser mulher branca/classe alta/ocidental… não é mesma coisa que ser mulher negra/classe baixa/não ocidental…), do exercício das profissionalidades, etc.


A igualdade no campo do género parece conquistada mas há muita coisa por fazer visto que a desigualdade é estrutural à própria sociedade e portanto co-extensiva a ela. Faz sentido assim haver uma constante dinâmica de “ação/contra-reação”. De facto, olhando para as revoluções do mundo árabe, feridas pelas marcas da desigualdade capitalista, podemos ter uma larga esperança que a igualdade de género seja uma inevitabilidade (grita-se «Liberdade para as Mulheres» na Arábia Saudita) à qual nenhuma força política ocidental parece-se opor.


Em suma: parece-me que as Evas não ocidentais estão prestes a dar uma lição aos misóginos Gregos clássicos o que é paradoxal porque muita nossa cultura, epistemologicamente tida como “superior”, foi fundada no égide da harmonia democrática grega. É preciso ser-se muito mulher…

segunda-feira, 7 de março de 2011

A desunião das direitas

Gostava de ver qual a posição da direita neoliberal em relação ao florescimento da direita bas fond. Será o fascismo eugenista compatível com a moderna direita pro-mercado?

Felipe, Rodrigo e Edilson: Trio Carnavalesco

Carnaval remete para o Brasil e as suas folias inconsequentes e pornochanchadas desinibidas. Por isso mesmo os homens desta semana são do país da Cidade Maravilhosa, albergue das telenovelas da Globo, do Samba e da água de coco. Abram alas, Felipe Folgosi (ator), Rodrigo Carvalho (ex-BBB) e Edilson Nascimento (modelo) vão passar no nosso sambódromo.

Felipe Folgosi


























Rodrigo Carvalho










Edilson Nascimento


























































































Este poste não seria possível sem a ajuda de Pedro Álvares Cabral. Muito obrigado.

[por vezes pode acontecer existirem fotos de alguns outros muchachos que não sejam os referenciados ou então fotografias repetidas. Tal deve-se a erros de triagem efetuada para o poste. Como tal, as minhas devidas desculpas, se bem que no Carnaval... ninguém leva a mal]