quinta-feira, 30 de junho de 2011

Igualdade... para ficar tuuudo igual.



Uma Ministra da Igualdade que é contra a igualdade civil entre hetero e homossexuais? De caminho, temos um Ministro da Justiça que é a favor da arbitragem, um Ministro da Saúde que é a favor das sangrias e um Ministro da Tecnologia que defenda o regresso à roda.

Haja bom senso!


Ver aqui.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Frase da Semana

«(...) o melhor conselho lógico que se pode dar a um amigo é o de que se não sabes para onde vais qualquer caminho que tomes conduzir-te-á lá» (Scweder, 1997: 155).

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Não acredito em bruxas mas que elas há, há

Depois da notícia do acidente que vitimizou o ator e cantor Angélico Vieira aconteceram-me coisas muito estranhas.

A primeira aconteceu, quando no caminho para Leça e tendo como temática o acidente, o carro quase se espeta contra o da frente. A segunda, quando no caminho nocturno para casa (e depois de umas caipiradas nas Galerias de Paris) - isto quando tinha acabado de perguntar ao meu best o que poderia causar um despite de carro e ele responde: «um animal morto!» -, encontramos um gato morto no meio da rua (anteriormente tinhamos visto um cão morto, perto da rotunda do Norteshopping... Freaky!

Bicha, acorda

Os gays que dizem «eu sou gay mas não sou "bicha"», será que não percebem que estão a beneficiar a heteronormatividade já que ninguém diz «sou hetero, mas não sou machão»?

sexta-feira, 24 de junho de 2011

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Boas marteladas

Kazaky


Chamam-se “Kazaky” (que parece surgir da palavra russa "czar"), são ucranianos (e presume-se, gays) e são quatro (Oleg, Arthur, Kirill e Stas).

Costumo rotula-los como a primeira boysband europeia gay mas é errado (até porque, nunca houve uma boysband verdadeiramente hetero). A música oscila entre o electro-pop sofisticado e o house mais leviano com referências camp q.b. O factor interessante é o recurso ao voguing, estilo de dança conhecido da comunidade gay norte-americana no inicio dos anos 90 (e eternizado por Madonna em «Vogue») e claro, a energia e intensidade das suas coreografias; considero-os mesmo “os melhores bailarinos mainstream do mundo” (e penso que são uma fonte de inspiração para o Tiago Careto, ex-bailarino do antigo programa da SIC, “Achas que Sabes Dançar?”). Outro ponto a favor é a beleza dos bailarinos, desde da sofisticação do corpo até à atitude feminina, francamente erótica, do voguing. Apetece perguntar: qual é vosso preferido?

Irina Werning

É uma fotógrafa argentina, formada em História e Economia, e a sua especialidade é fotografar um mesmo sujeito em criança e depois em fase adulta, retratando os dois estados na mesma fotografia (em jeito da famosa dicotomia “antes/depois”), com um nível de pormenor assombroso e que está na origem da série expositiva «Back to Future». O efeito dicotómico é espectacular e remete imediatamente para o «74, 75» dos O’Connel. Fiquei fã!



























O direito e a direita


Afinal o direito das mulheres valem a pena! Mas vindo da direita não sei não... Essa é a diferença entre agência feminina e agência feminista.

Piratas das Caraíbas 4 e X-Men: First Class

Os “Piratas das Caraíbas 4” são um produto intragável com um Depp armado em funny character; “X-Men: First Class”, na tentativa de rebuscar as histórias mais passadas da saga, relativas ao período Kennedy, comete alguns erros históricos. Mas sempre prefiro os mutantes em comparação com histórias mal amanhadas de piratas, com argumentos para lá de evidentes.

Biutiful

Há alguma coisa nos filmes de língua espanhola que me fascina. Penso (e note-se que não sou um crítico de cinema reconhecidamente legítimo) que tenha que ver com dois factores principais: a) o realismo, que contrasta evidentemente com o luxo minoritário dos filmes de Hollywood e b) a metaforização, isto é, os símbolos que dão sentido às histórias e que as eternizam sem o fazerem de uma forma artificialmente construída. Talvez sejam influências de Almodôvar, não sei. Sei, sim, que «Biutiful» tem essas duas componentes e, claro, Javier Bardem.

Basicamente a história tem que ver com um sujeito que negoceia a integração de imigrantes ilegais com os mercados de trabalho francamente exploratórios (chega a abordar os novos racismos, i.e., “asiaticófobia”) e que, numa relação emocionalmente conflituosa e oscilante com a ex-esposa – prostituta -, tem que cuidar dos dois filhos. Contudo, está a morrer de cancro e precisa de alguém que cuide deles. Isto é, uma história que (re) constrói afectos poderosíssimos e que, apesar de longa e monótona em alguns momentos, não deixa de ser, ostensivamente, Biutiful.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Hoje na praia

Calinada 1

Rafael: Qual é a diferença entre piroca e piça? É que piça é mais agressiva.

Calinada 2

Aparecem elas [Kylie Minogue e Geri Halliwell] a jogar ao braço da força...!

Pois, não será antes "braço de ferro"?

domingo, 19 de junho de 2011

Não gosto dos meninos

Não, não é o que parece. Take it easy, boys! Be patient, girls!

Na época das comemorações LGBT, uma curta-metragem, inspirada no projecto «It Gets Better», sobre o ser-se lésbica, gay, bi e trans na sociedade brasileira moderna. Vale a pena ver!


Retirado novamente do Quilt. Destaque para o minuto 08m55s!

sábado, 18 de junho de 2011

Ministro da Educação: um erro Crato


Quando pensava que mais nada poderia correr pior, pimba! O Nuno Crato para Ministro da Educação. Porquê esse espanto? Eu explico.

Imaginem que alguém entra no vosso lugar de trabalho (uma aula, um estabelecimento de compra/venda, etc) e vos diz que não estão a efectuar bem o vosso trabalho. Pior: imaginem que põe em causa o vosso trabalho enquanto área científica válida e legítima. Imaginem alguém a entrar no laboratório do Einstein e exclamar que aquilo que ele fazia era pura especulação, não passava de um ritual de magia oculta. Quem diz o laboratório de Einstein, como símbolo máximo da Física, diz também a Matemática enquanto área de saber científico.

Pois, este senhor fez tudo isso com as Ciências da Educação. Para ele (e para muitos outros como Filomena Mónica, Gabriel Mithá Ribeiro, M. Fátima Bonifácio, etc) a Educação não se pode constituir como área do saber. Ela não pode ser, por isso, admitida como Ciência.

Ora, convinha que Nuno Crato esclarecesse o que ele entende como Ciência sobre o risco de eu próprio achar (isto do “achismo” é fantástico!) que a Matemática não é uma Ciência. Mas como eu, não estando relacionado de todo com a Matemática nas suas dimensões mais específicas (isto é, com a sua gramática epistemológica profunda), não o posso fazer assim como o Nuno Crato também não o pode fazer com as Ciências da Educação. Cada área (ou grupo, etc) só se pode definir nos seus próprios termos. É de uma enorme petulância meter o nariz nos assuntos do/a outro/a.

O “eduquês”

Este senhor, agora ministro, escreveu a algum tempo atrás uma crítica àquilo que ele (e os outros sujeitos e sujeitas atrás mencionados/as de apelidos ostensivos) chama do “eduquês” ou de “pedagogia romântica”.

Começa por afirmar que estes/as teóricos/as da educação são movidos/as por “convicções ideológicas cegas”. Bem, quem está cego nesta história toda é o Nuno Crato porque subentender uma profissionalidade com uma ideologia é perversamente incoerente já que os/as mediadores/as sócio-pedagógicos/as podem ser de esquerda, de direita, socialistas, neoliberais, apartidários, anarquistas, fascistas, etc. Da mesma forma, um argumento de acusação sobre a impregnação do/a outro/a na ideologia é um absurdo porque a própria acusação de ideologia parte… de uma ideologia. Simplificando para o Nuno: eu não posso admitir que x está a ser “ideológico” porque, simultaneamente, ao atacar x, estou a ser ideológico também. De facto, nada está fora da ideologia (se o Nuno lesse Althusser chegaria lá e poderia curar a sua cegueira…) e tanto é verdade que o Nuno Crato chega a Ministro da Educação pelas mãos da direita.

A transmissão como ideal

Nuno Crato, como muitos e muitas que partilham das suas angústias, refere que os “pedagogos românticos” ignoram que haja uma “crise” na educação, porque de facto ela há, e defende que o tipo ideal de aulas é as do tipo expositivo, transmissivo, verificáveis há milhares e milhares de anos.

Ora pois bem, estas duas premissas entram em contradição porque se é verdade que o tipo expositivo é uma constante transhistórica (contudo, é errado dize-lo das aulas porque só no séc. XIX é que a escola surge como dispositivo de separação da família e no séc. XX se assiste à sua massificação frágil com entraves em muitos países, i.e., Portugal salazarista), não é menos verdade que processos de formatividade são uma constante, isto é, há formações educativas que extravasam daquilo que se teria pensado como o ideal educativo institucionalizado e os/as sujeitos/as só aprendem porque atribuem sentidos, consoante as suas experiências, aos conteúdos transmitidos.

Posso contar uma pequena história deste processo: tinha uma professora de alemão no secundário, durante três anos, que mais parecia uma versão feminina de um general das SS (e sim, o facto de ser “ a disciplina de alemão” aflui para esta estereotipagem) e que, chegada à sala, desatava a transmitir matéria como o Marcelo Rebelo de Sousa numa sexta-feira no telejornal da TVI. A única coisa que retive de alemão foi uma singela e curta (e pertinente) frase que recordo de uma aula em que, a professora começou a cantar na aula (desmontando toda a imagética fascizante que tinha construído, levando os/as alunos/as à risota incontrolável): “ich bin auslander und spreche nich gut deutsch” (sou estrangeiro e não sei muito bem falar alemão). Se de facto as aulas expositivas são lindas e maravilhosas explique-me isto.

É de realçar que nunca em nenhum discurso do “eduquês” ouviu dizer que as aulas expositivas são nefastas. Apenas que existem outras metodologias que podem coexistir com elas. Na verdade, o treino e a memorização só fazem sentido se os/as sujeitos aprenderem sentidos sobre o que lhe és transmitido.

O discurso da crise

A mesma historicidade (retórica, de um universalismo cego e cheia de irregularidades, claro) que o Nuno Crato confere às aulas expositivas é a mesma historicidade que confiro ao discurso da crise.

De facto, não há nenhuma sociedade onde a geração mais velha se queixe da mais nova e isto é válido para os tempos de Sócrates (o filósofo) ou Platão até aos nossos dias. O discurso apocalíptico da crise é co-substancial à concentração de poderes numa só figura e, por isso, atentatório à democracia mas é uma táctica muito bem alardeada nos círculos ideológicos de Crato com o objectivo claro de atacar a Escola Pública e as classes socialmente desfavorecidas, isto é, aqueles/as que sofrem mais com o distanciamento da cultura escolar/educativa às suas realidades. Mais: o discurso da crise (e de facto há uma crise na educação que Crato tenta implementar) só fere a credibilidade de quem a salienta. Um professor a referir que os seus alunos agora não aprendem nada ou um Ministro da Educação a exclamar que a educação está perdida é, alem de uma estratégia para se fazer parecer “O” redentor, um ataque profundamente masoquista. Assim sendo, até a indisciplina, sendo uma construção social, só se torna “indisciplina” porque se condiciono todo o tipo de dinâmicas para que ela funcione como “indisciplina”.

A “examocracia”

Compreende-se porque é que Nuno Crato quer impor os exames como modelo único de avaliação. Porque reduz a educação à transmissão e memorização e anula quer as competências sociais (também elas mutáveis na sua operacionalidade conceptual) quer os sentidos que se atribuem às aprendizagens. E porque os exames falam, de forma genérica, a linguagem da classe média/alta, o Nuno espera que estes tenham a função (perversamente anti-democrática!) de separar o “trigo do joio”, de uma forma claramente e falaciosamente essencialista (um exame, num outro momento, teria resultados diferentes).

A par dessa apocalipsação pacóvia está um silogismo falacioso que procura dicotomizar, dizer que se não é “sim”, é “sopas”. Por exemplo, se se crítica as aulas expositivas então está-se a deduzir que elas são um terror; que se os alunos tiverem voto na matéria na gestão das escolas então os alunos passam a comandar a escola e haverá um desastre nuclear, uma bomba atómica (vá, ajudem-me neste processo de arranjar coisas mesmo más…). É retórica da mais vil. É precisamente por Nuno Crato defender que a escola é uma instituição com instâncias democráticas que se deve envolver toda a comunidade educativa na e com a escola e isto é válido não só para professores/as ou directores/as mas também encarregados/as de educação, alunos/as e funcionários/as.

Contudo, em certa parte, concordo com o Nuno Crato. Há uma crise na educação. E ela começou agora.

Ass. Hugo Santos, “um pedagogo romântico”

CRATO, Nuno (2003) “A Pedagogia Romântica e a Falta de Bom Senso”, in Jornal de Letras, Artes e Ideias, pp. 1 – 5.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Homem que é homem... é gay!

Só consigo dizer duas palavras: Homofóbico! Machista! Estratégia de marketing assente nas (possíveis) reações como a cerveja "Tagus" há uns anos atrás? No doubt! Liberdade de expressão? Logo que não colida com o princípio de não discriminação... ou então também não tenho o direito de ser contra os/as heterossexuais? Há muito espectáculo de travesti e marcha gay (e anti-gay) por aí? Há, mas ser-se gay (ou else) não ataca ninguém. Dizer-se:

Quarta regra de um Homem que é Homem:
Higiene:
a) Toma banho rápido com sabão azul - Fuzileiro
b) Toma banho rápido, com shampoo, mas não lava as orelhas - Macho
c) Toma banho sem pressa e saboreia a experiência - Homem
d) Leva 1 hora e usa pétalas de rosa na água da banheira - Joga na outra equipa

é outra questão! Enfin, produto ideal para o homem das cavernas...

We all live in right submarine, right submarine, right submarine



Em cima de mim não é de certeza. Paulo, Paulo, sempre tão imaginativo... Bem, vamos fugir de submarino para longe?

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Os padres já não são o que eram

Poste readaptado do Quilt:




Há males...

Agora é que o PSD não vai mesmo gostar dos (e/i) migrantes...

Para sair do Armário é só abrir a Porta

«A interrogação deverá ser então, por que razão parece existir um temor quase colectivo na sociedade portuguesa em relação à homossexualidade de Portas? Repare-se que o facto de se insistir constantemente que isso é lá do domínio privado não possui equivalente para a heterossexualidade – ninguém diz da heterossexualidade que “isso é do domínio privado”.» (Nuno Castro, in Solstício)

E evidente que não expus, e muito menos condeno, a homossexualidade de quem quer que seja.Tenho grandes amigos homosexuais e respeito as suas opções de assumirem ou não.Não sendo gay, apoiei e apoio publicamente o casamento homosexual e a adopção de crianças por pessoas e casais homosexuais (tendo até criticado o meu Partido por não ter sido consequente nesta matéria). Em Portugal não vi, nem vejo, muitos representantes partidários a fazer o mesmo.No PE tenho um percurso consistente de apoio às iniciativas para defender os direitos humanos das pessoas da comunidade LGBT e para protestar contra a violação dos seus direitos (recentemente trabalhei numa resolução condenatória do assassinato do destemido activista gay ugandês David Kato ).Uma pessoa gay, para mim, é como todas as outras pessoas: merecedora de consideração em função dos seus actos e palavras e não da sua orientação sexual. Jamais me inibirei de censurar um gay, se acho que o merece, só porque é gay. Mas detesto, isso sim, a hipocrisia cobarde e sem escrúpulos de quem na vida pública prega a moralidade convencional, em contradição com práticas próprias. (Ana Gomes)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Frase da Semana


«A diferença entre a vida e os filmes, é que o filme tem que fazer sentido, a vida não.»
Joseph L. Mankiewicz

domingo, 12 de junho de 2011

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Esquerda

«Eles [Bloco, PCP e PS] não são de esquerda (...) a esquerda, na origem, é uma aliança. Mais do que uma doutrina ou uma ideologia, a esquerda é a aliança daqueles que não são ricos nem poderosos. A esquerda é uma aliança de pessoas livres e iguais, fraternas entre si na mesma dignidade». (Rui Tavares)

Azares e Sortes

A Conferência de Segunda: Era a única pessoa na sala para além do conferencista. Fui-me embora.
A Conferência de Quarta: Adiada.
A Conferência de Quinta: Muito boa; contudo, não deram certificados apesar da garantia.

Inexplicavelmente, não tive qualquer problema com a declaração do meu IRS.

Nova ameaça terrorista na Europa

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Não diria melhor...

«Welcome to the dark ages. Agora é que - infelizmente - algumas pessoas vão perceber como é coxo o discurso sobre a equivalência entre PSD e PS. E como foram vítimas de uma narrativa fulanizada anti-sócrates promovida por uma comunicação social dominada pela direita. E como a dor da crise vai ser aumentada. Vou ali apanhar um pifo.» (Rui Tavares)

SARACENO, Chiara (1997) Sociologia da Família


Livro indispensável para uma análise sociológica transhistórica sobre a família ocidental branca e heterossexual. Chiara Saraceno é uma referência nos estudos sobre a família e foi uma das minhas grandes descobertas este semestre a par dos estudos de Karin Wall, Sofia Aboim e Vanessa Cunha sobre a desfamiliriazação masculina, de tal forma que estou a ponderar a temática da minha tese de mestrado sobre bullying homofóbico.

Rafael Nadal

É um dos tenistas canhotos mais famosos do mundo e já posou para a marca «D&G». Vem de Espanha e quem viu o videoclipe «Gipsy» de Shakira deve conhece-lo. As piadas de cariz sexual com raquetes e bolas nunca fizeram tão sentido.