segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Fetiche


Memórias de Infância


Como estamos de Amor?


«… A muitos de nós, gays e lésbicas, faltou-nos a liberdade de namorar na adolescência, dar aqueles amassos atrás do pavilhão C mais os linguados de 10 minutos nas matinés da escola (aqui não contam os namoros com o sexo oposto que foram assim como as rádios quando estão mal sintonizadas). Faltaram-nos as discussões, os ciúmes, os esquemas e as paixões incendiadas dos 16 anos. A muitos de nós, juntemos a esta falta de experiência na idade certa, a ideia de que as relações homossexuais não são saudáveis, vendida por uma sociedade homofóbica. O Amor pode ser fogo que arde sem se ver, mas a maturidade ajuda-nos muito a que não nos queimemos quando brincamos com ele…»

(António Balzeirão “Como estamos de Amor?” Com’Out 5. 98)

Desenho de Informação


«…Estamos a partir do princípio que a democracia é uma espécie de mínimo denominador comum e que é necessário, em certos casos, rebaixar a complexidade até ao nível da democracia. Qual será então o limite do mínimo denominador comum? Nada impede a democracia de se tornar mais preguiçosa e lenta e mesmo estúpida e querer, a cada passo, que a complexidade das coisas seja rebaixada ao seu nível. E gradualmente a democracia, porque quando ela é estúpida demais já não é democrática. Não é por acaso que a Grande Depressão dos anos 30 deu como resultado o fascismo em vários países: foi a escolha semi-voluntária da estupidez sub-democrática.
Felizmente, há maneiras de evitar o problema sem prescindir da democracia – porque não podemos mesmo prescindir da democracia. Felizmente, a sociedade è um grande repositório de inteligência. Vemos os efeitos disso à nossa volta; na arte de civilizações passadas, na capacidade de comunicação, na sociedade em rede da Internet…»


(Rui Tavares “Desenho de Informação” Blitz 29. 10-11)

Presa por ter cão e presa por não ter


Manuela Ferreira Salazar (Erro de Casting)


«Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que se faz. E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia»

Manuela Ferreira Leite

Playlist de Inverno

Estelle ft. Kanye West – American Boy

Esta música simplesmente não me sai da cabeça, e escusado será dizer, da minha playlist semanal! O Senhor Sofisticação do Hip Hop norte-americano, Kanye West, junta-se a uma aprendiz da Corinne Bailey Rea, senhorita Estelle, e o resultado está para os meus tímpanos como a coca para o Maradona.

“American Boy” é uma arma de arremesso R’n’B disparada na direcção do pop timbaladiano, futurista, urbano, de mãos dadas com um minimalismo electrónico charmoso. Coloquem os vossos shutter shades e vagueiem pela baixa luminosa da cidade.



Ladytron – Destroy everything you touch

Roubaram o nome a uma canção dos Roxy Music e estrearam-se em 2001 com 604. A electrónica pulmonar aliada à voz peculiar da búlgara Mira Aroyo (um misto de Björk, Dolores Ordian e até mesmo Karin Dreijer). O sucesso do seu primeiro trabalho rendeu-lhes a primeira parte dos concertos dos Nine Inch Nails. Regressam este ano com Velocifero (Velocidade + Lúcifer) mas o mundo nunca lhes perdoou o sucesso de “Destroy everything you touch”.



The Aikiu – The Red Kiss

Descobri este rapazito quando fazia zapping pelo MySpace. Normalmente não paro num perfil para ouvir a não ser que seja realmente muito bom. Bem, é realmente muito bom! A voz lamuriante sobre uma sonoridade pesada que remete ao melhor dos anos 80 recorda-me o vocalista dos The Cure, Robert Smith, que por sua vez parece o vocalista dos Smash Mouth, Steve Harwell (ouçam Friday I’m in love e apaixonem-se mesmo que hoje seja segunda). Um refrão contagiante faz toda a diferença sobre o olhar atento dos cartazes de néon de Natal enquanto se olha para o embaciado de uma loja de brinquedos antigos. Esta música faz-me lembrar um amigo…

The Bravery – No Brakes

Começa melodiosa e inofensiva. Uns Strokes em versão sussurro. O refrão aparece do nada e cheira aos últimos cartuchos de Verão. Ideal para ouvir no Inverno. Brandon Flowers cuidado com a concorrência…




MAU - I need a Priest

Tudo o que pode ser dito sobre esta banda portuguesa multi-étnica (ironia?) já foi irremediavelmente dito. Desde do instrumental gingão de “Cum Sexy Cum” (algo como: “Vem-te Sexy Vem-te”) passando pela infantilidade colorida TMNiana, e diga-se de passagem, entediante de “It’s Lovely”, percorrendo todo o espectro erótico de uma libido em desespero de “Prick (I Am)” não nos podemos esquecer onde tudo isto começou: na fusão exótica da electrónica com um coro de vozes que persegue incessantemente o pop. “I need a priest” tem uma dominatrix 2.0 possuída pelo diabo, um nerd assustado mas profundamente feliz e um rap francês que faz o que pode para exorcizar tudo o que vê. Pai-nosso que estais no céu…



The Ark – Clamour For Glamour

A Rockyabilidade inicial é só para enganar. Uma voz que parece saída do planeta Paiva surge como quem conta uma história. O refrão cor-de-rosa ataca todos os vértices do pop e pede bis constantes com o raio da cerveja na mão num barzeco do fim da avenida. Thing For Thing/ Clamour For Glamour/ e o resto é um exercício viciante de cantarolar ditongos numa música…



Brandi Carlile – The Story

Quando se inventou a música para os anúncios ou até mesmo para as telenovelas temia-se que o teor da coisa desvalorizasse o artista e o seu trabalho tal era a massificação da canção. Isto claro, se não se tratasse de música pop. Ao longo dos anos assistimos ao fim desse preconceito e a tendência tem mesmo vindo a inverter-se. Descobriu-se a mina de ouro num panorama musical muito pouco animador. Nunca se pensou que uma balada (de potencial acusticamente rock, verdade seja dita) ainda por cima cantada por uma mulher num anúncio comercial a uma cerveja (Super Bock) tivesse o impacto que teve. Mas se o Obama pode ser presidente e se os homens se depilam da cabeça até ao dedo mindinho do pé, porque não?

The Editors – Munich

Os meninos dos The Editors ainda estavam subdivididos em óvulos e espermatozóides quando os Joy Division surgirão. E podíamos dizer o mesmo dos Joy Division relativamente aos The Chameleons (Second Skin). E poderíamos, de facto, dividir a coisa até chegarmos ao tronco comum. Mas como dizia o outro «o todo é mais do que a soma de todas as partes». Ou se calhar é tudo um grande exagero! “Munich” é isso. Mais do que qualquer coisa. Intensidade. Um laivo de crueldade. Um exercício de psicologia. A repetição para que fique bem explícito: The Editors não brincam em serviço. “People are fragile things you should know by now/ Be careful what you put them through” apetece dizer. Apetece atirar à cara em jeito de aviso. Gestalt que me perdoe…

Christina Aguilera – Hurt

Que Christina Aguilera tem um vozeirão isso toda a gente sabe. O estranho é não acabar como Celine Dion a cantar intermináveis baladas na tentativa forçada de alguma calhar na banda sonora de alguma filme de 3ª categoria. A esperança… Mas Christina não vai em roletas russas! Provando que é versatilíssima desdobra-se em mil e uma personagens. Até numa trapezista triste e arrependida. Voilá, temos balada!

Mutya Buena ft. Amy Winehouse – Be Boy Baby

Fazer covers e usar samples está na moda. Culpem o revivalismo eighties. Mutya Buena é demasiada informada para desconhecer esse facto (ao contrário das outras bebés doces). Mas mesmo que a leste do Ocidente seria tomada como um alien se não soubesse que Amy Winehouse é a grande divã do século 00, uma espécie de Aretna Franklin Big Benizada (e alcoolizada também). Já dizia o ditado, diz-me com quem andas… Não é o caso mas Mutya bem tenta. Mas como a gente não é esquisita até podemos esquecer que The Ronettes não são apenas uma marca nova de pensos higiénicos, colocamos o barrete de Pai Natal e toca a gingar. Que o Pop esteja connvosco…



Mel & Kim – Respectable

E por falar em 80s quando os sintetizadores eram a canela das tribos Disco e brincar com as vozes eram uma espécie de água em Marte. Os duos eram o avant guard e Mel & Kim prometiam fazer boa música. Esqueceram-se de dizer que os one-hit-wonders também… Anyway, cumpriram a promessa.



Royksoop com "What Else Is There" , Keane ou Depeche Mode ficam sempre bem no sapatinho.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Dr. Viadinho Responde...


“A minha namorada quer introduzir-me um vibrador no ânus e tem tanto empenho nisso que acaba por ser bruta e magoar-me. Será que o comportamento dela revela alguma patologia?”C.V. Sertã

Quem disse que não existiam heterossexuais passivos, hein?

Maria nº 1567

Deus Todo-Poderoso e a cura para a burrice para quando??


“Fui curada da sida”

Título de uma noticia dum jornal (que presumo ser desta semana tendo em conta que nem sequer sei se é semanal ou quinzenal ou diário tal é o interesse). Chama-se “Folha de Portugal” e é patrocinado por uma associação denominada “Ajuda Espiritual”.

Freud chamava-lhe “Acto falhado”. Mas já agora, Deus já tirou um curso de medicina?



O link do tal jornal (?) aqui e espero que me paguem bem pelo patrocínio. Podem inclusive fazer o download do artigo em formato pdf no canto superior direito do site (mas pelo sim pelo não passem o anti-vírus!)

Helloooo


“Está-se a dar demasiada importância não só à merda da sexualidade como à merda do casamento. Ou casar é só f…? Parece."
Miguel Esteves Cardoso

O que é que vocês acham?

Daniel Craig

Por falar no diabo…

Charme. Muito charme. Charme com “C” grande. Grande mesmo. Bem, não sei se é assim tão grande. Daniel Craig, que outrora tinha afirmado que o James Bond poderia fazer cenas gays, é a escolha ideal para o Bond do século XIX. E que Bond! Mete muita fruta verde no bolso... Se nós duvidamos do seu talento em "Casino Royale" neste "Quantum Of Solace" ele tira-nos todas as dúvidas. Quem disse que os loiros de olhar azul cristalino estavam demodé?












































Por falar no diabo…

Charme. Muito charme. Charme com “C” grande. Grande mesmo. Bem, não sei se é assim tão grande. Daniel Craig, que outrora tinha afirmado que o James Bond poderia fazer cenas gays, é a escolha ideal para o Bond do século XIX. Se nós duvidamos do seu talento em Casino Royale neste Quantum Of Solace ele tira-nos todas as dúvidas. Quem disse que os loiros de olhar azul cristalino estavam demodé?

007 - Quantum Of Solace

Aprovado. Mas só por causa do Daniel Craig.

O filme começa a matar. Uma cena de perseguição alucinante com carros, uma corrida por entre os telhados de uma Itália caracteristicamente mediterrânea e estagna. Promessa não cumprida no desenrolar da acção. “Another way to die” (didn’t it remind you of something?) é o tema titulo e desta vez ficou a cargo de Alicia Keys e Jack White as hostes musicais. Quando pensávamos que o filme só iria a meio, acaba. Não há aquilo que se possa chamar um apogeu. O argumento não varia muito: A motivação é a vingança e as suas possíveis consequências e as mentiras dominam o enredo (será que Bond se virou contra a sua própria organização?) Referências à corrupção dos governos de esquerda na América Latina e às preocupações ecológicas sempre tão actuais não faltam. Vale pelos cenários, pelos efeitos especiais (embora nada de novo) e pela beleza da Bond Girl que tanto faz lembrar Sophie Marceau (“The World Is Not Enough” – 1999). “Quantum Of Solace”, o título não poderia ser mais sugestivo. Quanta seca…

X de LuXúria




A senhorita Kylie é uma força da natureza. A sua grande vantagem em relação a outros furacões da Pop como Madonna ou Cher (embora esta se tenha perdido em mil e um vocoders) é que Kylie não é uma camaleoa. Nem quer ser. Através da sua música recria um espectro vazio no qual qualquer um pode projectar as suas fantasias. Depois da batalha contra o cancro, o seu décimo álbum de carreira (“X”) não faz a coisa por menos. Precisamente por esse entrave Kylie teve a urgência de viver a vida a cada segundo. E até aqui nada de novo. Na juventude auto-proclamada eterna, na voz irresistevelmente erótica. Concretiza-se o milagre das novas tecnologias na música. Bloodshy & Avant são os seus cúmplices no crime e comprovam que a tendência Daft Punk cedo não se evaporizará como a vocalizações robóticas das suas composições. Britney Spears já lhes tinha prestado vassalagem no seu Blackout.

“Speakerphone” é frenético, extasiante, tóxico e luminoso. “The One” apresenta-se mais fria e mais mecânica como se quer à dupla Freemansons. Carossel Disco-house. “Two Hearts”, primeira demonstração de “X”, pisca o olho ao glam-rock e Kylie personifica uma Marilyn Monroe em potência. Carece de vida. “In My Arms” é a euforia em estado puro sobre o olhar atento de um Trafalgar Square resplandecente “Wow” são confettis. Combinava com “Holiday” de Madonna. Kylie exala tirania feminina rosa-choque em “Like a Drug” (a minha preferida). “Lose Control” é uma fuga dum castelo recheado de vampiros enebriados. “Excuse My French” um chupa-chupa de pura amora, “All I See” um sussurro de caramelo ao ouvido e “Nu-Di-Ty” uma incursão falhada pelo RnB. Não se pode ter tudo.

Como dizia Ana Patrícia Silva na Blitz nrº19: "”X” é um atestado da jovialidade de Kylie, sofrendo apenas quando a separam do seu habitat electrónico”. Quem fala assim...

Para quando o "Y" Kylie?

Creative Commons License
X de LuXúria by Hugo Santos is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a Obras Derivadas 2.5 Portugal License.

Wassup

Descobri este vídeo graças a uma palestra dada na aula de Seminário na Quinta passada pelo jornalista Joaquim sobre a crescente importância das novas tecnologias na sociedade actual e o seu impacto na educação assim como as suas vantagens e desvantagens. De chorar a rir:

2000:



2008:

Frase da Semana


“Censura-se pela porta da frente, entra-se pela porta de trás”Sofia Marquês Silva, Professora de ICS

Não diria melhor…

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Arte no Porto?

Galerias de Paris

Quem disse que o mundo só tem 7 maravilhas?

A revista “Forbes” avaliou os pontos turísticos que receberam mais pessoas por ano. Os EUA batem recordes. Dos 20 lugares 9 são norte-americanos. Sem espanto. As contas foram feitas com turistas e pessoas do próprio país. A ver:
20. Seaworld, Califórnia, EUA – 5, 7 milhões




19. Universal Studios, Florida, EUA – 6 milhões



18. Torre Eiffel, Paris, França – 6, 7 milhões



17. Cidade Proibida, China – 7 milhões





16. Everland, Coreia do Sul – 7, 5 milhões





15. Sacré-Coeur, Paris, França – 8 milhões




14. Universal Studios, Osaka, Japão – 8, 5 milhões




13. Louvre, Paris, França – 8, 7 milhões




12. Parque Nacional Great Smoky Mountain, Tennessee, EUA – 9, 2 milhões




11. Grande Muralha da China, China – 10 milhões



10. Disneylândia, Paris, França – 10, 6 milhões



9. Catedral de Notrê-Dame, Paris, França – 12 milhões




8. Disneylândia, Tóquio, Japão – 12, 9 milhões



7. Fisherman’s Wharf e Golden Gate National Recreation Área, S. Francisco, EUA – 13 milhões



6. Cascatas do Niágara, EUA/ Canadá – 14 milhões



5. Disneylândia, Califórnia, EUA – 14, 7 milhões




4. Trafalgar Square, Londres, Inglaterra – 15 milhões



3. Magic Kingdom, Flórida, EUA – 16, 6 milhões



2. National Mall e Memorial Oark, Washington, EUA – 25 milhões




1. Times Square, NY, EUA – 35 milhões


Uma Vida Inventada


A conhecidíssima actriz brasileira Maitê Proença acabou de escrever um livro baseado na sua história de vida conjuntamente com uma boa dose de ficção. Maitê, que aos 40 ainda continua a ser considerada um sex-symbol do país irmão, promete que "Vou deixar você roendo todas as suas unhas.". Fala sobre assasinato do pai pela mãe, do suicídio dele e de aborto. Chama-se "Uma Vida Inventada". Convém ler.

"W"

É o primeiro filme biográfico de um presidente dos EUA feito com este ainda a ocupar o cargo. 'W.', realizado por Oliver Stone, estreia-se hoje em Portugal, com Josh Brolin no papel de George W. Bush. Mas não é uma demolição arrasadora de 'Dubya'. Muito pelo contrário
Oliver Stone filmou uma cena de W., o seu filme biográfico de George W. Bush (estreia-se hoje), em que o Presidente dos EUA está a ver um jogo de futebol acompanhado dos seus dois cães e de Saddam Hussein, e de repente engasga-se com um aperitivo e quase morre sufocado. E outra em que Bush passa sobre Bagdade num tapete voador, enquanto a cidade é bombardeada pelas coligação aliada. Estas duas cenas foram cortadas da montagem final de W. por Stone, que achou que eram excessivamente fantasiosas, logo prejudiciais para um filme centrado na história factual de como George W. Bush, a ovelha ranhosa de uma ilustre e rica família texana, se tornou no Presidente dos EUA.Quem estava à espera que W. fosse um trabalho de demolição de não deixar uma pedra em pé, de um dos mais impopulares e odiados Presidentes da história dos EUA, pode tirar o cavalinho da chuva. Em W. não há nem sombra da militância ardorosa de denúncia de JFK (1991), nem um grama da ferocidade tenebrosa de Nixon (1995). O Stone rottweiler que ferra e não larga mais a presa destes dois filmes (e de Salvador, e de Nascido a 4 de Julho...) é um amável fox terrier em W.Oliver Stone disse que W. , escrito por Stanley Wiser (Wall Street), não ia ser um panfleto anti-Bush, um filme para causar apoplexias em série à direita neocon e fazer embandeirar em arco todos os opositores, inimigos e críticos de Dubya, da esquerda mais radical até à direita conservadora tradicional e libertária.Falando à Variety, Stone declarou que queria fazer "um retrato justo do homem. Como é que Bush, um alcoólico irresponsável, se transformou no homem mais poderoso do mundo? Vou falar dos demónios da sua vida privada, dos confrontos com o pai e da sua conversão ao cristianismo, o que explica muita coisa sobre de onde ele veio". O realizador até quis "mostrar o lado positivo do Presidente" e uma ou outra qualidade, caso da "tenacidade".E Stone fala de tudo isso. Mas ao fazê-lo deixa W. , por um lado, anestesiado pelos estereótipos do biopic familiar, como uma espécie de Dallas com política; e pelo outro, aprisionado pelas condensações e simplificações da realidade e das complexidades dos jogos políticos e da ideologia que enformaram a presidência de George W. Bush.W. é atiladinho de mais para ser crítico, e reducionista de mais para ser informativo: a invasão do Iraque foi causada pela sede de petróleo, Dick Cheney é o "Papa negro" da Casa Branca, que manda em vez do simpático parolo Bush, não há uma menção aos neocons nem à poderosa influência de Israel. E quase todos os actores, Josh Brolin incluído, fazem imitações sofríveis das figuras reais que personificam.W. é um retrato de George W. Bush em cores suaves de compreensão, quando se estavam mesmo a pedir cores violentamente contrastadas.

Retirado daqui.

Obama Presley

Palavras para quê?

Shut Up and Listen!

Shut Up And Let Me Go - The Ting Tings

“Shut up and Let me Go” é o grande hit desta banda. Surpreende pelo minimalismo instrumental e pela estética new rave. A piscar os olhos aos CSS.

Memórias de Infância


Extrema - Bichisse









Algo está a acontecer na extrema-direita.

Toda a gente sabe que as ideologias (Deus, Pátria e a Família) da extrema-direita são tão compatíveis com homossexualidade como a tribo Conguito da Guiné com o iPhone. Desde das primeiras publicações alemãs (muitas delas de extrema-esquerda) que punham em causa a virilidade do líder nazi Adolf Hitler e do seu braço (direito, pois claro), Ernest Röhm (consta que este gostava pouco da fruta) que o mundo percebeu que a intocabilidade moralista dos nazis tinha o seus dias contados. Na Holanda, em 2005, um líder de extrema-direita assumidamente gay (Fortuyn) morreu assassinado 3 dias após ter tomado posse como primeiro-ministro. Em 2008, Jorg Haider, líder do partido BZO austríaco que conseguiu 20% dos votos populares às eleições, também não escondia a sua homossexualidade de ninguém. No dia do acidente que lhe causou a morte tinha vindo dos bares gays da cidade. Stephen Petzner, antigo porta-voz era o delfim político e amante de Jorg Haider (lobby gay?).







A comunidade gay sempre teve a certeza que indivíduos que tinham comportamentos homofóbicos eram também, uma grande parte, homossexuais. Teoria essa fruto do senso comum e não da análise científica. Muitas vezes esse ódio internalizado é um mecanismo de defesa para assegurarem a sua virilidade perante a insegurança da possibilidade homossexual. É dizerem a eles mesmos: “Eu não posso ser gay! Eu não posso sofrer o mesmo tipo de ostracismo do que ele, logo vou goza-lo para me reafirmar como heterossexual!”. Este processo chama-se homofobia internalizada e é fruto de uma homossexualidade egodistónica. Processo esse que só faz sentido quando o individuo não esta tão seguro da sua preferência erótica. Se estiver seguro porque se sentiria ameaçado? Muitos homossexuais absorvem o preconceito de que são vitimas e exteriorizam para pessoas com a mesma orientação sexual, muitas vezes criando hierarquias dentro da própria comunidade gay (comentários referentes aos comportamentos masculinos/femininos: “Ai, aquele é tão bicha!”, ao papel sexual activo/passivo: “Aquele é uma passivona!” ou então ao comportamento sexual próprio da atitude pessoal: “Não vou a bares gays. São todos promíscuos lá!”. Como não existe diferenciação de sexos/géneros, claramente visíveis entre heterossexuais (homem/mulher) recorre-se a outros artifícios. Vale lembrar a insurreição de muitas mulheres contra os primeiros movimentos sufragistas ou o tumulto de muitos escravos negros contra os primeiros movimentos anti-esclavagistas? Muitas vezes, membros de determinado grupo, por conformismo, deixa-se levar pela estereotipização. Nesse contexto surge a ironia no uso da linguagem: os negros tratam-se por “nigga”, termo depreciativo usado nos EUA para designar “preto” ou os gays que se tratam por “queer” (bicha), termo depreciativo (um dos muitos) para designar gay. Eu chamo-lhe de Processo de Empowerment. O recurso a essa estratégia é dominar o bloqueio do termo diferenciador pela vítima do mesmo. É como pôr uma loira a contar uma anedota de loira, entendem pá? Haider, see you in hell.