sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Put@ que paiuuu


Na minha faculdade só put@s! E o mais irónico da história: put@s casadas e put@s nazis! Caso para dizer: já não há put@s como antigamente…

A fé é uma arma (neste caso várias…)



Acho um exagero ter-se quase crucificado (?) o padre que possuía um arsenal de armas em casa tal que amedrontaria mais depressa o Irão numa semana do que as Cruzadas durante séculos. Afinal "herrar é umano", olhem o exemplo da Inquisição e do Holocausto.


Ter armas é “humano”, como defendeu um outro padre no MLG na TVI (em defesa da “espécie divina”), logo não é muito grave. Se ainda fosse um P. Nobel a usufruir da sua liberdade de expressão a dizer umas verdades que, por acaso, a uma boa parte do/as portugueses/as subscreve sobre a ICAR, agora um padre com armas?! Inofensivíssimo…

Women Power


Pois é, e são seis minitrAs!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A essência natural dos argumentos fascistas/biologizantes do Antigo Regime


Gonçalo Porto Carrero de Almada, Público, 13/10/2009

O casamento natural não é mais um tipo de união matrimonial, mas a essência de todo e qualquer casamento
O casamento é, na actualidade, objecto de discussão nos fóruns políticos, onde se reclama, em nome da liberdade, o direito ao que alguns entendem como novas formas de matrimónio. Para os que defendem tal equiparação, o casamento monogâmico, ordenado à procriação e educação dos filhos, seria apenas um modelo de matrimónio, sendo de admitir outros, nomeadamente o que institucionalizaria a união afectiva entre duas pessoas do mesmo sexo, mesmo que, por este motivo, ficasse excluída a priori a eventualidade da geração.
É razoável que o matrimónio conheça, no ordenamento jurídico positivo, outros contornos que não os da família tradicional, mas importa não esquecer que, em termos conceptuais, o casamento é, de per si, uma instituição que obedece necessariamente a certos requisitos essenciais. O matrimónio tradicional corresponde a um modelo histórico de casamento e, como tal, é discutível, mas há certamente alguma coisa que caracteriza a união esponsal e a distingue de todas as outras uniões. É essa essência da união matrimonial que se pode designar, com propriedade, o casamento natural. É portanto necessário identificar o que é essencial no casamento, por ser natural, e o que no seu regime jurídico é acidental, por ser meramente histórico ou circunstancial.
Mesmo os sistemas legais mais modernos não outorgam o estatuto de união matrimonial às relações existentes entre parentes próximos - como seria o caso de irmãos, pais e filhos, avós e netos, etc. - não porque ignorem que entre essas pessoas possa existir um autêntico amor, mas porque entendem que esse sentimento não é susceptível de constituir um verdadeiro casamento. É também pacífico admitir que uma união poligâmica ou poliândrica é inaceitável, não por razões de ordem ideológica ou confessional, mas porque uma tal associação é contrária à essência do matrimónio natural. Uma razão análoga é a que obriga à disparidade de sexos entre os nubentes, não por uma questão religiosa ou cultural, mas por uma exigência natural que decorre, com necessidade, da própria essência do pacto nupcial e que, por isso, não é reformável. Com efeito, o matrimónio natural é a união de um só homem com uma só mulher, em igualdade de dignidade e diversidade de funções.

A diferenciação sexual exige-se em função da complementaridade que é essencial ao casamento, mas também da sua fecundidade, porque o matrimónio não é dissociável da finalidade procriativa, apenas realizável quando a união se estabelece entre pessoas de diferente sexo. O casamento, mais do que amor ou união, é o pacto em virtude do qual a mulher se capacita para ser mãe, isto é, mater, a palavra latina que, muito significativamente, é a raiz etimológica do termo "matrimónio".
Os gregos e os romanos, que conheciam e toleravam as uniões de facto entre pessoas do mesmo sexo, nunca tiveram a veleidade de lhes reconhecer o estatuto jurídico do casamento: seria absurdo considerar matrimonial a união homossexual, na medida em que esta, por se estabelecer entre pessoas do mesmo sexo, não é apta para a geração. Portanto, a aptidão da união matrimonial para a prole não decorre de uma histórica intromissão religiosa ou cultural, mas da mesma essência natural do matrimónio. Seria aberrante, não só juridicamente mas também em termos lógicos, considerar que dois homens possam constituir um "matrimónio". Aliás, também na linguagem popular, um casal não são dois machos ou duas fêmeas, mas um de cada, precisamente porque só essa união é prolífica.
Admitir um direito subjectivo universal ao matrimónio é um contra-senso: se é verdade que todos os cidadãos têm, em princípio, direito a optar pelo estado matrimonial, é evidente que o exercício dessa sua faculdade só é pertinente quando observam os requisitos essenciais do matrimónio. Qualquer pessoa é livre de comprar ou de doar, mas não pode pretender comprar sem se obrigar à entrega do preço do bem adquirido, nem querer doar a troco de uma compensação pecuniária, porque qualquer uma destas exigências contraria a essência do respectivo contrato, na medida em que a compra pressupõe sempre uma contraprestação e a doação é, por definição, gratuita.
Discuta-se, se se quiser, o que há de histórico e cultural e até religioso na configuração jurídica da instituição civil do matrimónio, mas não se esqueça o que neste instituto é essencial, por ser natural. Admita-se, no limite, a institucionalização de uma sui generis união de pessoas do mesmo sexo, mas não à custa da perversão da instituição matrimonial.
O casamento cristão é, talvez, uma modalidade discutível, nomeadamente numa sociedade que já não se pauta pelos princípios evangélicos e, pelo contrário, faz questão em se afirmar laica e multicultural. O casamento tradicional é certamente um modelo respeitável, mas é legítimo que uma sociedade pós-moderna não se reveja em figurinos de outras eras. Mas o casamento natural não é mais um tipo de união matrimonial, mas a essência de todo e qualquer casamento e, por isso, um bem universal que, como a natureza ambiental, faz parte do património da humanidade.

Licenciado em Direito e doutorado em Filosofia. Vice-presidente da Confederação Nacional das Associações de Família (CNAF)


“O casamento natural não é mais um tipo de união matrimonial, mas a essência de todo e qualquer casamento.”


Chamar ao casamento um facto da natureza é um inequívoco. O casamento é uma instituição, não um facto da natureza nem uma característica dessa mesma natureza. Os próprios animais não se casam. Por outro lado, ao nomear um tipo de casamento (“casamento natural”), pressupõe que existem vários tipos de casamento mas só um é natural. Está subentendido que esse “casamento natural” é um casamento entre homem e uma mulher e, obrigatoriamente, considera a heterossexualidade, ela própria uma instituição, um modelo, uma regulação normativa e invenção moderna, um facto da natureza (é discutível afirmar que a própria homossexualidade é um facto da natureza, adiante…). Discutível mas juridicamente irrelevante. O contrato social não se faz de dados da natureza mas através da lógica da mobilidade e possibilidades sociais. Como certamente aprendeu em Direito…

O casamento é, na actualidade, objecto de discussão nos fóruns políticos, onde se reclama, em nome da liberdade, o direito ao que alguns entendem como novas formas de matrimónio.
Penso ser legítimo que “alguns” reclamem “em nome da liberdade” outras formas de casamento.


Por casamento entende-se o casamento civil. Instituições não estatais como a Igreja podem considerar o casamento natural, o matrimónio, etc, mas quando se fala de Estado e direitos civis não podemos misturar conceitos. Casamento não é matrimónio e o casamento discutido “nos fóruns políticos” é o casamento civil. O casamento sobre o aval do Estado.

Para os que defendem tal equiparação, o casamento monogâmico, ordenado à procriação e educação dos filhos, seria apenas um modelo de matrimónio, sendo de admitir outros, nomeadamente o que institucionalizaria a união afectiva entre duas pessoas do mesmo sexo, mesmo que, por este motivo, ficasse excluída a priori a eventualidade da geração.


“Ordenado à procriação e educação dos filhos” o casamento natural, de carácter religioso, não o casamento civil. Repete-se o inequívoco e volto a afirmar: estamos a falar do casamento civil. Por outro lado, creio que a própria reprodução biológica seja uma questão que interesse o Estado, pelo menos, a nível burocrático. O que não podemos achar é que o alargamento do casamento a pessoas do mesmo sexo comprometa o potencial reprodutivo da população, assim como a própria liberdade de escolha sexual não o fez…

É razoável que o matrimónio conheça, no ordenamento jurídico positivo, outros contornos que não os da família tradicional, mas importa não esquecer que, em termos conceptuais, o casamento é, de per si, uma instituição que obedece necessariamente a certos requisitos essenciais.


Quem estabelece esses “requisitos essenciais”? A Igreja? O Estado? Ou por outro lado, os cidadãos e cidadãs? Onde estão escritos esses “requisitos essenciais”? Na bíblia?


O matrimónio tradicional corresponde a um modelo histórico de casamento e, como tal, é discutível, mas há certamente alguma coisa que caracteriza a união esponsal e a distingue de todas as outras uniões.
É essa essência da união matrimonial que se pode designar, com propriedade, o casamento natural. É portanto necessário identificar o que é essencial no casamento, por ser natural, e o que no seu regime jurídico é acidental, por ser meramente histórico ou circunstancial.

A homossexualidade seria então acidental… Tal como a religião. O facto de o casamento tradicional ser um modelo histórico não implica que seja um modelo universal e/ou sempre susceptível de se justificar. Ate mesmo os modelos seculares podem ser postos em causa, aliás, como o feudalismo ou a escravatura. Aqui não estamos sequer a por em causa o casamento tradicional como instituição em causa. Pelo contrário, estamos a reconhecer-lhe a sua importância e é precisamente porque reconhecemos importância que o queremos alargar a tod@s cidadãos e cidadãs.


Mesmo os sistemas legais mais modernos não outorgam o estatuto de união matrimonial às relações existentes entre parentes próximos - como seria o caso de irmãos, pais e filhos, avós e netos, etc. - não porque ignorem que entre essas pessoas possa existir um autêntico amor, mas porque entendem que esse sentimento não é susceptível de constituir um verdadeiro casamento.


Mas entre familiares próximos, heterossexuais, pode haver reprodução, ora não é a reprodução o mecanismo diferenciador usado pelos reaccionários, como o Drº Gonçalo, para não permitem o casamento entre pessoas do mesmo sexo?!

É também pacífico admitir que uma união poligâmica ou poliândrica é inaceitável, não por razões de ordem ideológica ou confessional, mas porque uma tal associação é contrária à essência do matrimónio natural.


Na mesma linha do pensamento anterior reafirmo. Não faz sentido comparar o casamento entre pessoas do mesmo sexo com o casamento polígamo ou o casamento incestuoso porque aquilo que divide o primeiro dos dois últimos é aquilo que separa também o casamento entre pessoas do mesmo sexo com o casamento entre pessoas de sexo diferente: a reprodução. Na minha linha de pensamento, quem defende o casamento entre pessoas de sexo diferente, defende o casamento polígamo e o casamento incestuoso. Alem do mais, desconheço o que é a “essência do matrimónio natural”.

Uma razão análoga é a que obriga à disparidade de sexos entre os nubentes, não por uma questão religiosa ou cultural, mas por uma exigência natural que decorre, com necessidade, da própria essência do pacto nupcial e que, por isso, não é reformável. Com efeito, o matrimónio natural é a união de um só homem com uma só mulher, em igualdade de dignidade e diversidade de funções.


Igualdade? Mas não temos que tratar diferente o que é diferente?


A diferenciação sexual exige-se em função da complementaridade que é essencial ao casamento, mas também da sua fecundidade, porque o matrimónio não é dissociável da finalidade procriativa, apenas realizável quando a união se estabelece entre pessoas de diferente sexo.

Matrimónio e casamento são coisas separadas. Assim como casamento religioso e civil. Para alguém que estudou Direito e supostamente deve ser neutral ainda não consegue fazer distinções básicas entre Estado e Igreja?! Repito: o casamento é ABSOLUTAMENTE dissociável da finalidade procriativa. Ponto.

O casamento, mais do que amor ou união, é o pacto em virtude do qual a mulher se capacita para ser mãe, isto é, mater, a palavra latina que, muito significativamente, é a raiz etimológica do termo "matrimónio".


Fosca-se! Matrimónio é DIFERENTE de casamento!

Os gregos e os romanos, que conheciam e toleravam as uniões de facto entre pessoas do mesmo sexo, nunca tiveram a veleidade de lhes reconhecer o estatuto jurídico do casamento: seria absurdo considerar matrimonial a união homossexual, na medida em que esta, por se estabelecer entre pessoas do mesmo sexo, não é apta para a geração. Portanto, a aptidão da união matrimonial para a prole não decorre de uma histórica intromissão religiosa ou cultural, mas da mesma essência natural do matrimónio. Seria aberrante, não só juridicamente mas também em termos lógicos, considerar que dois homens possam constituir um "matrimónio".

Mas esses mesmos gregos e romanos institucionalizaram a homossexualidade numa estrutura mais ampla de poder que, por sinal, se representou “superior” à própria estrutura das relações heterossexuais. Mas mesmo assim, é irrelevante falar dos gregos e romanos. Estamos a falar das pessoas de hoje. Por outro lado, refere que essa finalidade procriativa “não decorre de uma histórica intromissão religiosa” no entanto continua a designar o casamento civil (é disso que estamos a falar” de “essência natural do matrimónio”. Contradições…
Aberrante é a homofobia.

Aliás, também na linguagem popular, um casal não são dois machos ou duas fêmeas, mas um de cada, precisamente porque só essa união é prolífica.

Não interessa o que a linguagem popular diz. A linguagem popular é submetida a codificações de poder fortíssimas que durante séculos foi “implantada” pela própria Igreja. Não é de espantar que ate os discursos populistas estejam poluídos de religiosidade. No dicionário a definição de “casal” é outra. Quererá dizer que o dicionário vai para o Inferno?


Admitir um direito subjectivo universal ao matrimónio é um contra-senso: se é verdade que todos os cidadãos têm, em princípio, direito a optar pelo estado matrimonial, é evidente que o exercício dessa sua faculdade só é pertinente quando observam os requisitos essenciais do matrimónio.


A universalização de um direito não pressupõe a universalização das práticas porque esse direito (desejável) até pressupõe uma dicotomia de práticas (heterossexual e homossexual).


Qualquer pessoa é livre de comprar ou de doar, mas não pode pretender comprar sem se obrigar à entrega do preço do bem adquirido, nem querer doar a troco de uma compensação pecuniária, porque qualquer uma destas exigências contraria a essência do respectivo contrato, na medida em que a compra pressupõe sempre uma contraprestação e a doação é, por definição, gratuita.


Então quer dizer que a cidadania pressupõe um preço? Então porque não travar os impostos aos homossexuais já que esses mesmos homossexuais andam a pagar o casamento dos outros? Pressuponho que muitos heterossexuais andam a fazer falcatruas nos contratos. Por outro lado, os contratos são omissos em relação a muitas coisas… Nomeadamente, o casamento. Há um outro aspecto que gostaria de referir: o próprio contracto de casamento entre pessoas de sexo diferente pressupõe uma desigualdade entre sexos pois são as mulheres que através dos seus corpos pressupõem o cumprimento final das regras do contracto (a reprodução). Ora, não será isso ilegítimo?

Discuta-se, se se quiser, o que há de histórico e cultural e até religioso na configuração jurídica da instituição civil do matrimónio, mas não se esqueça o que neste instituto é essencial, por ser natural. Admita-se, no limite, a institucionalização de uma sui generis união de pessoas do mesmo sexo, mas não à custa da perversão da instituição matrimonial.

Já referi milhões de vezes que… zzz… o casamento… não é… nat… zzz… tu…ral… zzz

O casamento cristão é, talvez, uma modalidade discutível, nomeadamente numa sociedade que já não se pauta pelos princípios evangélicos e, pelo contrário, faz questão em se afirmar laica e multicultural. O casamento tradicional é certamente um modelo respeitável, mas é legítimo que uma sociedade pós-moderna não se reveja em figurinos de outras eras. Mas o casamento natural não é mais um tipo de união matrimonial, mas a essência de todo e qualquer casamento e, por isso, um bem universal que, como a natureza ambiental, faz parte do património da humanidade.


O casamento entre pessoas do mesmo sexo é, talvez, uma modalidade discutível, nomeadamente numa sociedade que já não se pauta pelos princípios democráticos e, pelo contrário, faz questão em se afirmar subliminarmente religiosa e uniculturalmente totalitária. O casamento entre pessoas do mesmo sexo é certamente um modelo respeitável, mas é legítimo que uma certa mentalidade moderna o ponha em causa. Mas o casamento cultural não é um tipo de união matrimonial, mas a essência de todo e qualquer casamento (entre pessoas de sexo diferente, entre pessoas do mesmo sexo, etc) e, por isso, um bem universal que, como a cultura humana, faz parte dos bens da humanidade.


Em suma, na minha perspectiva, o casamento PMS não perturba o valor fundamental do casamento na nossa sociedade. Os cidadãos e cidadãs homossexuais querem apenas a possibilidade de se casar, e não minar a instituição do casamento civil. Aliás, essa possibilidade de casamento PMS não mina o casamento como conceito nem como instituição, até porque os conceitos são mutáveis e a sua alteração não pressupõe um atentado democrático mas uma atitude positivista e integrativa da sociedade. Não querem a abolição do casamento. Não atacam a natureza binária do casamento ou as regras da consanguinidade. O facto de casais do mesmo sexo desejarem aceitar as obrigações solenes do casamento referentes à exclusividade, apoio e compromisso mútuos é um testemunho do lugar duradouro do casamento nas nossas leis e no espírito humano.

Esta posição favorável baseia-se numa perspectiva universalista em que a defesa da instituição do casamento como valor social não é desafiada pelo sexo dos cônjuges. Tem também um cariz integracionista, algo a que a legislação que alterou o Código Civil espanhol acrescenta um propósito igualitarista, encarando a possibilidade do casamento entre PMS como parte de um processo maior de transformações da instituição no sentido da sua democratização.
Na lei espanhola pode ler-se que “a relação e convivência de casal, baseada no afecto, é uma expressão genuína da natureza humana e constitui uma via privilegiada para o desenvolvimento da personalidade”. Um lugar de destaque é conferido a uma visão histórica e sociológica evolutiva: “a sociedade evolui [e] a convivência, em casal, entre pessoas do mesmo sexo, baseada na afectividade, tem sido objecto de reconhecimento e aceitação social crescentes e tem vindo a superar preconceitos arreigados e estigmatizações”.
Além disso, o preâmbulo reconhece a “longa trajectória de discriminação baseada na orientação sexual, discriminação que o legislador decidiu eliminar”, como parte da “promoção da igualdade efectiva dos cidadãos” e aprecia mesmo o “contributo dos colectivos [LGBT]” (tradução minha).
Os defensores do casamento entre PMS afirmam mesmo que o resultado da luta feminista teria sido a democratização do casamento pelo que, subsequentemente, para gays e lésbicas a reivindicação do direito a casar ter‑se-ia transformado no teste supremo à homofobia. Neste sentido, afirmam‑se contra a reivindicação de formas específicas de união civil ou um tipo de casamento com outro nome. Esta posição resumiu-se, no debate espanhol, na frase “a dignidade pressupõe a igualdade”, ou seja, a questão do casamento vai para além da necessidade de resolver problemas materiais das pessoas, tendo um papel simbólico na definição da pertença à polis; soluções como a PaCS francesa são liminarmente recusadas; e a igualdade de direitos é a exigência inalienável mesmo que, uma vez alterada a lei, alguns dos seus defensores não queiram casar. Esta linha de argumentação é mesmo desenvolvida por quem tenha uma visão crítica da instituição do casamento, postulando a prioridade da obtenção da igualdade de direitos sobre a desejável procura de alternativas legais e civilizacionais à instituição do casamento.
Frases como “não podemos discutir com decência o assunto com pessoas que não têm o direito de se casar, quando nós temos; vamos obter primeiro direitos iguais e depois discutiremos o valor do casamento”, são disso exemplo.


artigo de MVA e retirado e adaptado de Revista Crítica de Ciências Sociais, 76, Dezembro 2006: 17-31

Magnus


Tem um aspecto sofisticado, é calmo e está repleto de gays. Pode-se desfrutar de umas torradinhas em pão biju bem deliciosas ou umas empadas de frango irresistíveis ou enquanto lê, desfrutar de um café bem agradável ou até mesmo navegar na Net com o wireless à borliu. Um espaço a ter em conta para o típico confert antes das noitadas. Ver aqui.


Nota: 9



Magnus Coffee

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Memórias de Infância


Fetiche


Frase da Semana



“Temos que dividir o problema em partes”Jack, O Estripador

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

As fogueiras do séc. XXI e o politicamente correcto


A polémica em relaçao às declarações de Saramago sobre a Igreja conseguiu abafar a controvérsia que foi as declarações de Maitê Proença. Ambas as controvérsias fazem-me lembrar os cartoons de Maomé que quase obrigou, há uns anos atrás, o mundo árabe a declarar guerra à Europa e a essa coisa estranha e indesejável (?) chamada de Democracia e liberdade de expressão. E é mesmo sobre Democracia e liberdade de expressão que estamos a falar!


A mesma liberdade de expressão que faz a Igreja dizer que a homossexualidade é anti-natural, um nojo, algo a ser abatido, é a mesma liberdade de expressão que faz Saramago, Prémio Nobel, a proclamar, e bem, que a Igreja é um antro de atrocidades, Deus um bastardo e a bíblia uma livro inútil (não por estas palavras. Ver link).


A polémica de Saramago com a Igreja nem sequer é nova…


Quererem-no tornar um bode expiatório, uma espécie de comedor de pecados não me parece legítimo. Justificarem uma perseguição ao homem é atroz. Só porque alguém disse o que pensa. Nem sequer está em cheque a liberdade de expressão religiosa ou a opção religiosa…
A Inquisição do politicamente correcto ainda continua entre nós, apesar de sermos (ou proclamarmos) como um Estado laico. Ámen.

Os Substitutos



Este cartaz chamou-me a atenção... Porque será né?




O trailer



Vai começar...


terça-feira, 20 de outubro de 2009

Muita Areias para a minha camioneteee








Quem diria que este mulher tem quarentas ah?


É inevitável um pequeno discurso sobre a questão da nudez:


Acho uma enorme coragem, por parte da Cristina Areias, em se expôr assim e mais fantástico considero o facto do pai dela, a filha (filho/as: um território sempre problemático nestas questões da sexualidade autónoma dos pais) e o ex-marido (porque raio a opinião dele conta?) aceitarem a sua exposição.


A questão da nudez é problemática (trans-historicamente e universalmente, por acaso, não é…) quando a nudez é feminina (porque será né?) e quando isso acontece em Portugal, país de brandos costumes (menos do que parece e ainda bem).


Sabemos bem que quando um homem se despe, tudo bem, quando uma mulher o faz já é put@! Uma concepção válida também, por exemplo, para a questão das conquistas sexuais e passo a citar Giddens, no livro Transformações da Intimidade:


“(…) a reputação sexual das raparigas residia na sua habilidade para resistir ou conter avanços sexuais, a dos rapazes dependia das conquistas que conseguiam consumar” (Giddens, 1996: 7)


Nota: tal ilação de Giddens refere-se ao estudo de Lillian Rubin em 1989 nos EUA. É uma ilação focada na dinâmica sexual heterossexual mas, de certa forma e com os seus entraves técnicos (como por exemplo, não haver uma diferenciação biológica entre sexos), à dinâmica homossexual, gay e lésbica.


Amo fotografia e acho a nudez uma realidade que deve ser banalizada, não no sentido de objectificação, mas no sentido de a “naturalizar” nos discursos e nas práticas. Vivemos numa sociedade pós-moderna, temos acesso fácil à nudez e à pornografia. What’s the big deal? Não a considero perversa nem acho que o facto de a aceitar, de repente, vai fazer com que toda a gente ande por aí nua (pensamento apocalíptico dos conservadores). Sentenceio discursos de pseudo-moralistas que a condenam. Desaprovo apenas o apelo fácil (despir por despir – o choque) e descontextualizado, defendendo sempre que cada um/a tem o direito de fazer o que quiser com o seu corpo (nudez, prostituição, aborto, etc). Faz sentido a nudez da CA e o dinheiro faz sempre jeito…


Tal como na questão da gravidez adolescente, a nudez é um assunto inevitavelmente controverso e levanta múltiplas questões, neste caso, relacionadas com algumas vertentes do feminismo:


Devemos encarar a exposição da mulher, desta amplitude, uma degradação da mulher porque a torna um objecto fácil ao olhar masculino (hetero) e, simbolicamente (embora não generalizadamente), predador e dominador e isso só fomentaria a desigualdade de género, ou por outro lado, devemos encarar a situação da exposição da nudez feminina como revolucionária e legítima visto que põe os géneros em pé de igualdade (repare-se que a nudez masculina não é vitima de repressões do mesmo modo que a feminina. Inviabilizar/legitimar uma seria inviabilizar/legitimar a outra)?


De qualquer forma, um belíssimo e sensual trabalho. PARABÉNS Cristina! :)


Pena a minha camioneta só transportar exemplares clientes do sexo masculino…

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Martini Bianco – Bianco, prieto, logo que dê moca!



Este sábado reencontrei-me com o Vasco… e bebi um martini bianco.
Aconselho vivamente… o segundo! :)

Perversão do conceito de família?



Como chamariam a uma estrutura constituída, por exemplo, por uma criança, o seu pai biológico e a sua mãe biológica e onde o pai, bebe desenfreadamente, maltrata, insulta, espanca a mãe, é infiel, obriga o/a filho/a a passar fome, etc etc etc? Chamariam a isso de família? E a uma estrutura constituída por um casal de homens (ou de mulheres, é indiferente) que se respeitam e se amam, que a seu cargo tem uma criança que amam e prometem cuidar, não eram capazes de chamar de “família”?!


Há uns dia soube da história de uma mulher que, durante a sua vida, deu à luz 21 crianças. Vou chamar a isso uma família ou uma comunidade? Estou indeciso…
O que é que os conservadores têm a dizer sobre isso?!

Banksy.net

Encontrei este site, por acaso, no blogue “Tempos que correm” do Miguel Vale de Almeida e fiquei fascinado. Nele podemos desfrutar ilustrações fantásticas que misturam o kitsch, a pop art e a ironia, tudo numa amálgama crítica e esquerdista. Alguns exemplares:













Lá no Brasiuuu


“Agora vamos mostrar mais uma cena do quotidiano de dois índios amazónicos” TV


Nídia – Vô, o que é o quotidiano?


Avô – É uma terra que fica lá no Brasil…

Gravidezes


Numa aula de Sociologia da Educação surgiu a dúvida: como poderemos encarar a gravidez adolescente como um problema social, passível de ser problematizado, quando a mulher (sozinha ou num projecto de casal – homossexual ou heterossexual) quer ser mãe?

Variações (do País e do Mundo)


Se houve algum acontecimento que, após o 25 de Abril, fosse o símbolo de uma liberdade temerária e pura, esse símbolo era António Variações. Quantos países se podem orgulhar de ter alguém que é simultaneamente um ícone pop e um ícone gay?

Variações, nascido em Braga, educado pelo mundo, era o paradigma da música de alto consumo vinda algures do outro lado do oceano e que teve origem na fusão entre a essência hippie dos movimentos de contra-cultura, a energia disco-sound do início dos loucos anos 80 e a identidade da musica tradicional portuguesa.

O estilo musical de Variações possui várias marcas notáveis, cunhos audíveis da sua arte, sendo eles:

· O sentimento populacho e a adulação ao estado português-autêntico. A roçar o pimba, está patente, por exemplo, no recurso a provérbios portugueses: “É para amanha/ o que podes fazer hoje” ou “quando a cabeça não tem juízo/ o corpo é que paga” ou “quando fala um português/ fala um ou três”;

· A temática pop art na estética e, sobretudo, no lirismo. Canções como “Toma o comprimido” ou “Linha Vida” são exemplos paradigmáticos de críticas ao consumo e, ao mesmo tempo, menção de realidades dos nossos quotidianos;

· O factor camp. Na estética e nas canções. Em “canção do engate” (o título, por si só, é gay que se farta), o pós 25 de Abril leva-o a cantar: “tu estás livre e eu estou livre” numa clara alusão à própria homossexualidade. A questão do tempo, do processo de envelhecer (especialmente penoso para alguns homens gays), dos papéis sexuais (“Dar & Receber”), da insatisfação persistente (“Estou Além”), da ligação à mãe (“Deolinda de Jesus” – Édipo) e a adoração a um ícone feminino, nesse caso, Amália (o efeito divã) são retratos reais do sentimento de muitos gays portugueses, principalmente na década 70 (“Amália-voz-de-nós” e o cover de “Povo que lavas no rio” da artista supracitada);

· O contraposto entre o rural e o urbano (“Olhei para trás”);

· O apelo incessante ao misticismo (“Anjinho da guarda”);

· As referências a Pessoa: “Canção”.

Outras Pérolas

Erva daninha a alastrar

Metaforas incríveis (“eu não sei se me quero polir/ também não sei que se me quero limar”), ritmo frenético e concentrado (lembra Da Vinci) acompanhado por uma estrutura rígida da canção. Seria um grande hit.

Linha Vida

Brincadeiras com a astrologia e as previsões (“quem me capaz de me informar se é linha recta ou vai entortar” – referindo-se à palma da mão). Pop com “P” maiúsculo.

Anjo da Guarda

Na impossibilidade de se voltar para Deus, apela-se a um ser igualmente etéreo que nada é mais do que um refúgio seguro para os percalços terrenos. Variações viu a luz. E a luz o viu a ele.

Quero é viver





A forte componente hedonística de Variações parece ser inversamente proporcional à passagem do tempo. Nada que preocupe o libertário cantor já com destino traçado pelo maldito vírus.

Frase da Semana


''Pinto a mim mesmo porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor.'' Frida Kahlo

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Maitê Proença - A brasuca comedora de pecados

Os portugueses e as portuguesas andam indignado/as com os comentários preconceituosos da Maitê Proença. Muito provavelmente, os mesmos portugueses e portuguesas para quem a mulher brasileira é sempre uma puta.



Já agora, quando é que o PNR faz um vídeo a desculpar-se pela forma como trata, por exemplo, os negros e os imigrantes?

Rapazes nus (que mais valiam estar vestidos) a cantar!


Diz quem viu que é uma peça onde os actores revelam pouco talento. Em toda a asserção da palavra.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Confusões convenientes às maiorias


Irlanda: ou anda ou desanda


“Tenho dúvidas de que a democracia plena seja pedir a quem votou na resposta ‘certa’ que volte a votar até acertar. Mas…” Sérgio de Andrade, Jornalista

Ilusões e Justiça


Quando estabelecemos um diálogo gostamos de ver a(s) outra(s) pessoa(s) e que essa(s) pessoa(s) vos veja(m), excepto em casos em que se envolvam, ou discursos unidireccionais (mas isso não seria considerado um diálogo mas sim um monólogo) ou novas tecnologias (telemóveis, cartas, msn, hi5, etc). Ora, a minha relação com as fotos de cara, visíveis e reais, do gaydar é exactamente igual. Só estabeleço um diálogo quando a outra pessoa me “vê”, através da foto de cara (digo a cara porque é o simbolicamente o semblante da pessoa), visível e real (a questão da veracidade da foto pode ser posta em causa mas de qualquer forma a cara ali representada lá é sempre um referencial) e eu a “vejo” reciprocamente. Não há outra forma. O plano virtual não é o plano real mas não vejo motivos para que seja drasticamente diferente.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Morreu Stephen Gately


Sim, aquele cantor gay dos Boyzone (qual deles?) que teve algum sucesso a solo. Quem não se lembra da música "A New Beggining"? Ao que parece, morreu afogado no próprio vómito. É o que dá não saber nadar...

Ah?


"Estive 5 semanas, quase um mês para trajar" Lígia

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Há gente do PSD que pensa


"Devia haver uma lei que não permita que autarcas que sejam indiciados juridicamente concorram às autárquicas" Marques Mendes



Apoiado!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Em relação às autárquicas


"Em Portugal, o acto de votar é cada vez mais o único direito de quem tem só deveres, sendo a consequência disso a eleição de muitos que só tem direitos." António Carvalho, Visão número 8 de Outubro de 2009, na página 10 na secção "Correio do Leitor.

Burlasconi - A sua novela italiana


Acusou o Tribunal Constiticional de imparcialidade pois ser dominado, segundo ele, por esquerdistas ao refutarem a Lei Alfano que dá impunidade a dirigentes políticos. Ora, se o TC fosse dominado por "direitistas" a imparcialidade continuaria e tal seria sancionável (ou não, né?)


Pergunta: O primeiro-ministro italiano acha-se mais do que um mero cidadão?!


Recorde aqui outras gaffes de Burlasconi.

Obama PAZ PAZ PAZ


Pois é, ganhou o Nobel da Paz. E cá para mim, não foi um prémio por causa daquilo que ele fez, mais por aquilo que pode fazer!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Flash Forward - Visões do Futuro



É a nova série do canal televisivo norte-americano da AXN e promete ser um grance sucesso. Já existem outdoors a patrocinar o "produto"...

Normalmente, as séries de ficção cièntifica fornecem-nos visões do passado e despolentam uma luta romancista das personagens. E se a visão que receber for do futuro?

Queens Fight

O mundo está louco!!!

Frase da Semana


«É preciso metade do tempo para usar a outra»
Locke

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A nossa Diva eternizada pelo nosso Divo - Variações canta Amália

António Variações - Voz Amália de Nós




Fiz dos teus cabelos a minha bandeira
Fiz do teu corpo o meu estandarte
Fiz da tua alma a minha fogueira
E fiz, do teu perfil, as formas de arte

Fiz das tuas lágrimas a despedida
Fiz dos teus braços a minha dança
Deo o teu sentido à minha vida
E o grito dei-o ao nascer de uma criança

Todos nós temos Amália na voz
E temos na sua voz
A voz de todos nós


Dei o teu nome à minha terra
Dei o teu nome à minha arte
A tua vida à primvera
A tua voz à eternidade

Todos nós temos Amália na voz
E temos na sua voz
A voz de todos nós

A tua voz ao meu destino
O teu olhar ao horizonte
Dei o teu canto à marcha do meu hino
A tua voz à minha fonte

Todos nós temos Amália na voz
E temos na sua voz
A voz de todos nós

Dei o teu nome à minha terra
Dei o teu nome à minha arte
A tua vida à primavera
A tua voz à eternidade

A Fractura - Condição homossexual na Literatura Portuguesa Contemporânea


Vou comprar. É do Eduardo Pitta (para quem não sabe, o nosso autor "queer" nacional - expressão amigável e, espero, não redutora - e a temática interessa-me... Ver os detalhes aqui.

Aeon Flux

Este fim-de-semana revi, na minha opinião, um clássico moderno (?) do cinema de ficção cientifica que mete girl power, pop culture, clonagem e sociedades distópicas, tudo no mesmo saco. Estrelado pela belissíma Cherlize Threton.

terça-feira, 6 de outubro de 2009