quarta-feira, 21 de outubro de 2009

As fogueiras do séc. XXI e o politicamente correcto


A polémica em relaçao às declarações de Saramago sobre a Igreja conseguiu abafar a controvérsia que foi as declarações de Maitê Proença. Ambas as controvérsias fazem-me lembrar os cartoons de Maomé que quase obrigou, há uns anos atrás, o mundo árabe a declarar guerra à Europa e a essa coisa estranha e indesejável (?) chamada de Democracia e liberdade de expressão. E é mesmo sobre Democracia e liberdade de expressão que estamos a falar!


A mesma liberdade de expressão que faz a Igreja dizer que a homossexualidade é anti-natural, um nojo, algo a ser abatido, é a mesma liberdade de expressão que faz Saramago, Prémio Nobel, a proclamar, e bem, que a Igreja é um antro de atrocidades, Deus um bastardo e a bíblia uma livro inútil (não por estas palavras. Ver link).


A polémica de Saramago com a Igreja nem sequer é nova…


Quererem-no tornar um bode expiatório, uma espécie de comedor de pecados não me parece legítimo. Justificarem uma perseguição ao homem é atroz. Só porque alguém disse o que pensa. Nem sequer está em cheque a liberdade de expressão religiosa ou a opção religiosa…
A Inquisição do politicamente correcto ainda continua entre nós, apesar de sermos (ou proclamarmos) como um Estado laico. Ámen.

2 comentários:

João Roque disse...

Concordo no essencial com o que afirmas, mas não é Saramago o melhor exemplo para falar sobre DEMOCRACIA e LIBERDADE DE EXPRESSÃO.
Tu não podes lembrar-te, mas na altura do PREC, foi ele o autor do maior acto de censura do jornalismo português pós 25 de Abril.
Abraço.

Lobby Queer disse...

Pois mas quem falou em democracia e liberdade de expressão fui eu porque eu podia ter dito o mesmo que ele e nao fui autor de nenhum acto de censura (pelo menos prescritivo, universal/abrangente, público ou legal).