segunda-feira, 27 de julho de 2009

Boas Férias

It's music, stupid!

Pois bem, vou de férias e como não gosto de ver ninguém triste, principalmente os meus leitores e leitoras, vou-vos deixar com alguns postes bem especiais, abordando as minhas temáticas favoritas: música e homens.

E rezem, mas rezem mesmo para chegar, são e salvo. Não quero chegar com um virusito da gripe A, senão já virão? Com a quantidade de vírus cibernéticos que por aí andam, os vírus via PC ganhavam um novo sentido.

It’s music, stupid!

Antes de mais, gostaria de salientar que todas as críticas musicais que escrevo e edito são absolutamente minhas, assim como todos os restantes textos do meu blogue. Aqueles textos que não forem, como por exemplo passagens ou citações, certamente terão indicações do/a autor/a e as suas respectivas referências. É claro que tenho as minhas fontes (Google, Blitz, Público, Visão, etc) às quais posso fazer determinadas reformulações (sempre citando a fonte) ou inspirar-me para produzir um texto (emitindo, ou não, a fonte de inspiração).

No que toca às críticas musicais em si, tento focar uma multiplicidade de estilos e ondas musicais mas sempre seguindo um padrão actual (no que se refere às novidades) ou pertinente dentro da minha preferência musical. Quem me conhece sabe que detesto hardcore, heavy metal. Não me dou muito bem com jazz, reggae nem rap ou hip-hop duro. Pelo outro lado, adoro disco-sound, electrónica, alguma house, sintetizadores, hi-nrg, pop urbana, 80s, o efeito diva (Ma-donna!), electroclash, algum trip hop e rock do tipo Joy Division, The Editors, White Lies (oh meu deus, sou tão gay!). Recentemente com a vaga de Amys e Duffys e VV Browns também já me rendi à fórmula pop: clube fumarento + diva com voz de bagaceira + anos 60.

2009 foi um ano riquíssimo em termos de diversidade musical e antes de lançar a minha sugestão (e não prescrição) para o mês de Julho gostava de referir o que andou no meu mp3 até hoje. No fundo, é um inventário musical da primeira metade de 2009.





Os álbuns de Peaches e Tiga (I Feel Cream e Ciao! Tiga) ultrapassaram todas as minhas expectativas. Tiga subiu na minha consideração (embora verdade seja dita, o Sexor é o Sexor) e Peaches (à qual só conhecia algumas cantigas) tornou-se numa artista de referência para mim.


O novo álbum de Miss Kittin também me alegrou e o seu hit 1000 Dreams foi (é) uma das minhas canções 2009. Irresistivelmente única, capaz de te transportar para um lugar transcendente (“Suspicious minds” é um doce trance!).




Hits como “Lights & Music” ou “Hearts on fire” dos Cut Copy ou algumas coisas dos Hercules & Love Affair fizeram as minhas delícias de 2009.


E por falar em H&LA, descobri os Glass Candy e apaixonei-me (o meu coração bate pela “Poison Or Remedy”).

E confesso, o meu amor não é monogâmico. Partilho a paixão com os electronicamente irados The Presets e a sua onda new wave retro-clubber (“Talk Like That”) e os portuguesíssimos Buraka som sistema, que são inevitavelmente um dos fenómenos da década 00 (“Yah”, “Wege Wege”, “Sound Of Kuduro”, “Aqui Para Vocês” – a minha música de Verão – e “Luanda Lisboa”).



E porque estamos numa de nacionalismos ando a ouvir algumas pérolas dos Deolinda: Ex-ce-len-te! Irreverentemente faduncho, com um sentimento pop muito apurado e uma estética modernaça. Uma espécie de A Naifa mais tradicional e, ironicamente, mais perverso. Aliás, dar um tratamento luxuoso a essa pérola nacional, o fado, começa a ser muito usual (note-se o projecto The Gift e as cançonetas adaptadas de Amália). Destaque para o “Movimento Perpétuo Associativo” que tanto me faz lembrar uma boa parte dos portugueses na hora de ir votar, “Mal por Mal”, uma espécie de luxúria à Sérgio Godinho e o “Fado não é mau”, com uma forte conotação política.


Movimento Perpétuo Associativo


Agora sim, damos a volta a isto!
Agora sim, há pernas para andar!
Agora sim, eu sinto o optimismo!
Vamos em frente, ninguém nos vai parar!

Agora não, que é hora do almoço...
Agora não, que é hora do jantar...
Agora não, que eu acho que não posso...
Amanhã vou trabalhar...


Agora sim, temos a força toda!
Agora sim, há fé neste querer!
Agora sim, só vejo gente boa!
Vamos em frente e havemos de vencer!


Agora não, que me dói a barriga...
Agora não, dizem que vai chover...
Agora não, que joga o Benfica...
e eu tenho mais que fazer...


Agora sim, cantamos com vontade!
Agora sim, eu sinto a união!
Agora sim, já ouço a liberdade!
Vamos em frente, e é esta a direcção!


Agora não, que falta um impresso...
Agora não, que o meu pai não quer...
Agora não, que há engarrafamentos...
Vão sem mim, que eu vou lá ter...



Ultimamente tenho ouvido alguma coisa da recente vaga synth pop e, dentro das múltiplas ofertas, fiquei encantado com Little Boots. Das suas concorrentes (Ladyhawke, Lykke Li, La Roux e Colette) talvez a que se possa equiparar mais seja La Roux mas mesmo assim, Little Boots tem uma frescura muito própria (será do loiro?).


Grandes Pequenas Botas



Do seu quarto onde fazia covers de Cyndi Lauper e Hot Chip para a concretização do seu primeiro LP em 2008 foi um tirinho e do seu LP para o primeiro álbum pouco menos foi. Little Boots é apontada pelos críticos como a grande promessa da música electro-pop de 2009 e, deixem-me que diga, não podiam estar mais certos! Saquei o álbum (se quiserem podem-me denunciar) desta menina, intitulado curiosamente Hands, e não consigo parar de ouvir.

O que podemos esperar?


Um vendaval electro-pop, recurso a sintetizadores (às vezes em excesso), timbre ameninado à Kylie Minogue, sem espaço para grandes introspecções e refrões viciantes como pastilhas elásticas. Um álbum pensado para entreter multidões sem cair no circo pop; às vezes pouco penetrante e supérfluo mas plural, inteligente e directo.

Os dedos das mãos – Nota 0 - 5


New in town




A escolha da faixa “new in town” para abrir o álbum é, por si, perspicaz. É um convite claro às pistas de dança, muito graças ao refrão, simples mas incisivo, acompanhado de um sintetizador robusto. Uma curiosidade: primeiro ouvi o remix, depois a música; fiquei fascinado com o remix mas a música desiludiu-me um bocadinho. Aliás, sempre que o remix é do Fred Falke acontece-me isto. O remix põe em destaque a pronúncia francesa de LB (Mylene Farmer, pura e dura): genial!


Nota: 3 (para o remix nota 5)


Earthquake



Com um início demasiado estridente (talvez como um terramoto), não amansa em lado nenhum e puxa-nos de repelão para o centro da Terra. O refrão entranha-se na ponta da língua e já não há saída. Uma das minhas preferidas, para ouvir num descapotável a caminho da praia.

Nota: 5

Stuck on repeat




A coqueluche de Little Boots. No LP tinha 7 minutos e tal e no seu álbum de originais reduz-se para 3 minutos. Apesar de ser o primeiro sucesso de Little Boots e o refrão ser populacho e sincero, após algumas audições torna-se enjoativo e extenso. O título não podia ser mais inapropriado.

Nota: 2

Click



Se acha que depois do festim electrónico das faixas iniciais, “Click” parece amainar o ritmo do álbum: puro engano! O ritmo preambular chill dá lugar a harmonias extravagantes demasiado irregulares. Exagerado para ser um grande hit. Parece que lhe faltou a imaginação na elaboração do som e estrutura da canção. Apesar de a temática ser pertinente (as novas tecnologias), peca por tentar ser sensual. É o dedo mindinho do álbum. Next!

Nota: 2

Remedy



Uma das minhas favoritas. Peca por tocar perigosamente em grupos de eurodance como Cascada mas o irresistível sintetizador guia a essência pop da canção e somos conduzidos por um feitiço hi-nrg até ao centro da pista. Não há remédio!

Nota: 5

Meddle



Relaxada, com um certo swing, revelando uma Little Boots má e exigente e que pela primeira vez, dá descanso nos sintetizadores. Canção ritmada para acordar com bom feeling. Sempre que a ouço lembro-me da “these boots are made for walking” da Nancy Sinatra.

Nota: 4

Ghost



E é desta! O álbum tornou-se mais pausado mas será que isso é bom? Este “Ghost” não passa de uma marcha monocórdica e quase fúnebre, fazendo jus ao nome. Pelo menos, é óptima para praticar dança contemporânea de tão introspectiva que parece ser, pouco mais. Quer dizer, salva-lhe o facto de ser peculiar no álbum e pop o suficiente para não conseguirmos parar de ouvir.

Nota: 3
Mathematics



Valeu a pena a espera: a minha preferida. A faixa-genial do álbum. Sonoridade à Cyndi Lauper, construções sonoras à Crystal Castles, metáforas que justificam o titulo da canção e bem colocadas, pop girlie ao nível de La Roux. “You’ll see nothing can divide just a heart plus a heart”, apetece cantar até à exaustão e dedicar à nossa cara-metade. É o dedo indicador do álbum.

Nota: 5 (posso aumentar a escola para 100 e dar-lhe 99,9?)

Symmetry



Little Boots não consegue mesmo esconder as suas influências (prazeres culpados?): frases incisivas, vocoder frágil e explosões sonoras dão lugar a um refrão compartilhado com uma voz masculina (Phillip Oaekey) que nos remete imediatamente para Human League e Félix e que a acompanhará até ao final da canção. E não, não se consegue descolar do rótulo de Kylie Minogue, até mesmo na opção temática da canção: o amor imaculado revestido de verniz electro-pop. “Only you can make me feel like this”, Que bonito, o amor…

Nota: 5

Tune into my heart




Não, não é uma faixa de Nelly Furtado produzida por Timbaland. Mas poderia ser. Canção de apelo infantil que revelam outras vítimas temáticas. Se em momentos anteriores eram os cálculos matemáticos, os mortos e os fenómenos naturais, desta vez, são as frequências de rádio. Não é excelente mas é perfeitamente audível. De uma canção tão inofensivamente amorosa não se poderia dizer outra coisa.

Nota: 4

Hearts Collide




E porque estamos numa de cantar o amor sobre fórmulas científicas que tal usarmos a lei da gravidade espacial para desafiarmos os sentimentos? “Hearts Collide” é espacial mas forte. Uns Goldfrapp amansados. Little Boots volta à carga no que toca aos sintetizadores mas desta vez, de uma forma, muito etérea e ok, a gente perdoa-lhe a repetição e falta de originalidade.

Nota: 5

No Brakes + Broken Heart




O ritmo desacelera de vez e esconde uma outra faixa: “Broken Heart”, cantada ao piano como as melhores baladas de Mika. “No brakes” é um prenúncio do final com direito a falas de Little Boots e ritmos exóticos à Hercules & Love Affair. Para relaxar. E a mão fecha-se lentamente.

Nota: 3



Fazer um inventário da música de 2009 e não falar em Michael Jackson é impossível. Por incrível que pareça, não sou grande fã mas desde que ele morreu, reconheço que tem coisas incríveis. A morte tem um efeito perverso de golpe publicitário, principalmente quando mediatizada. E milhares de portugueses/as sentem-se como eu, vai uma aposta?

“Can you feel it” dos Jacksons é um projecto daquilo que MJ se iria tornar: pura energia.

Através de hits como “Thriller”, “Bad” (incrivelmente parecido com “Ghostbusters Theme” do Ray Parker Jr.), “Beat it”, percebemos que MJ é um terramoto nervoso.

A swingueira “don’t stop till you get enough” (“I want you back” dos Jacksons em estado mais frenético) é Rihanna, “Dangerous” e “Smooth Criminal” abriram caminho para o hip hop da década de 90 e “Billie Jean” (a minha favorita dele) é um tratado sobre a América negra, masculina e classe média/baixa e as suas problemáticas (um bocadinho o que a Papa don’t preach da Madonna é para a América branca, feminina, classe média/baixa).

Outras cantigas como “Human Nature”, “Heal the world” (cara chapada do Justin Timberlake – com os BEP), “Wanna be starting something” (cara chapada de The Point Sisters) ou a lamechas “You are not alone” sao importantes contributos para o espectro da música mundial que se ajoelharam a Jackson (e, ás vezes, demasiada parra e pouca uva).

A polémica está sempre presente. Em “they don’t care about us”, “Scream” (com a mana Janet) ou em “Dirty Diana”.

“You rock my world” parecia ser uma tentativa de regresso e apenas inspirou o seu aprendiz-mor, Justin Timberlake (“So like I love you”).




Além de MJ, Little Boots e Deolinda, também ando a descobrir a banda mais lesbiónica do planeta: The Gossip. O remix de Fred Falke da fantástica “Heavy Cross” mexeu comigo, que querem? A banda agora tem álbum novo chamado “Music for men” e onde se pode encontrar uma canção chamada “Men in love” com um refrão viciante e muito gay: “na na na/ men in love/ na na na/ men in love with each other”.



Os White Lies foram também uma alegre (?) surpresa com o seu rock triste e épico a piscar os olhos a The Editors.


E preparem-se: a rainha da pop, Madonna, está a preparar uma mega lançamento dos seus terceiros greatest hits com três músicas inéditas (duas produzidas por Paul Oakenfold): “I’m sorry” (já não tinha uma canção com esse título?), “Broken” e “Celebrate” (uma espécie de “Holiday” versão novo milénio). Depois de nos brindar com uma das baladas mais sinceras e poderosas da sua (longa) carreira, Miles Away (que só pecou por não ter um clipe à altura embora o remix dos Morgan Page esteja qualquer coisa do outro mundo), vai lançar quatro CDS recheados de hits, clipes e material extra (e ultimamente, com o padecer da indústria musical, material extra não vai faltar).



Estou vidrado também nalguma black music como Kid Cudi e Kanye West e no hit dos Holy Ghost “I will come back”.



Rihanna com “Disturbia” (muito 2008, eu sei, mas e quê?), o fenómeno The Ting Tings, Fischerspooner (“We are electric”) ou MGMT (“Electric feel”, “Weekend Wars”) vão fazer parte do meu álbum de recordações auditivas deste ano.



O lançamento do novo álbum dos U2 teve no seu primeiro single “get on your boots”, o isco perfeito para os referenciar no penúltimo ano da década, embora “Magnificent” não fique nada atrás.


De referir também o fenómeno Lady GaGa e o contributo de Spears para esta coisa dos discos com o seu sexto álbum. Da primeira há que reter o estrondoso hit “Pokerface”, magnético, viciante, glamouroso. Da segunda, o single “Circus” é uma demonstração de que, quando quer, a princesinha da pop consegue fazer coisas engraçadas e (espante-se!) com sentido.

E agora: FÉRIAS! As torres gémeas já se foram e Michael Jackson morreu. Nenhuma notícia pode ser mais bombástica do que essas para que as minhas férias fiquem perturbadas.
Boas férias a tod@s! (e apetece mesmo dizer: “i will come back”).

As melhores de 2009 (até agora):


Lady Gaga – Poker face
The gossip – Heavy Cross (Fred falke remix)

Kid Cudi – Day and Night
Cut Copy – hearts on fire
Buraka som sistema – Kalemba (wege wege)
Tiga – Shoes
Peaches – I feel cream
Miss Kittin – 1000 Dreams
White Lies – To lose my life
Britney spears – circus

Madonna – Miles away
Little Boots – Mathemathics
Glass Candy – Poison Or Remedy
Duffy – Rain on your parade
Deolinda – Movimento perpétuo associativo
Michael Jackson – Beat it
ReVaughn - Revolver (Bonus Track)

Aqui está a minha playlist para Julho e Agosto:


Gomo - Final Stroke





Lembram-se daquela canção enjooativa, muito tutti-frutti, que invadiu o Verão português de 2004 e que pertencia igualmente a um português? Chamava-se “Feeling Alive” e o intérprete é Gomo. Ele voltou com mais música, embora tenha cortado no factor camp, endureceu a sonoridade soft-pop que o caracterizava. Anyway, igualmente sumarento como um gomo de laranja. Aliás, de laranja e de todas as cores do arco-íris…



Holy Ghost – I will come back





MGMT em versão disco pedindo emprestado luz e cor aos Cut Copy. Um dos hits de verão de 2009, vai uma aposta? (não deixem de ouvir também “hold on”, muito boa!).

Kings of Leon – sex on fire





Quer nas massas quer nos circuitos mais indie, os Kings of Leon são uma das bandas mais faladas do momento e os Coldplay sabem isso melhor do que ninguém. O clã Followill parecem uns meninos do coro mas as doses massivas de sexo e marijuana tornaram-se o habitué da casa. Para ajoelhar e ouvir…


Britney Spears – Radar





A princesinha da pop andou muito triste com a morte do seu ídolo, Michael Jackson mas nem por isso desacelerou nas polémicas em seu redor. A mais recente, tem a ver com o seu mais recente vídeo. Constou que miss Britney apareceria nua (qual é a novidade?) só com pétalas de rosa a cobrir os seios. Afinal, parece que afinal era mentira, embora misture gajos bonzões com equitação (ai garanhão). Bem, voltando à música: “Radar” tem toda a probabilidade de se tornar um mega-hit. Refrão chorudo, sonoridade urbana, retro-eletro-pop, sintetizadores ao rubro. Já fez parte do Blackout (Britney adora mexer no baú) e surge inalterado como bónus track de Circus (não lhe perdoo não ter tornado a “unusual you” single). O que Britney não faz para sondar os tímpanos alheios. A NASA que se prepare…

Simian Mobile Disco – Audacity Of Huge





Putz. Putz. Putz. Atente-se à dicção luxuriante do “HHHuge!”, coisas do Chris Keating com a sua voz frágil, quase a sucumbir a um belo orgasmo. Faz parte do “Temporary Pleasure” dos SMD. E pelo nome do álbum, está tudo dito…

God-des & She- Lick It





Este “Lick It” está para as lésbicas como o “Relax” dos Frankie Goes to Hollywood está para os gays. Prova máxima de que como o desejo dyke pode recopiar o machismo varonil e grotesco dos homens heteros e de rappers como 50 CENT, Eminem, etc, este “Lick it” é uma ode ao cunnilingus com um clipe muito pouco ortodoxo.

Nouvelle Vague – Just can’t get enough (Depeche Mode Cover)




Aproveitando o facto de os Depeche Mode terem vindo cá ao Super Bock Super Rock mostrar que anda têm algum sangue bom nas guelras, depois de tantas tentativas de auto-destruição, e que os Nouvelle Vague, por pegarem nos mega-hits do punk e do new wave e lhe darem tratamento de luxo injectando charme massivo, se tornaram simplesmente uma banda de culto em Portugal, deixo-vos a minha sugestão. Saciem-se!

Chris Cornel – Scream




Glurp. Imaginem o Kurt Cobain a fazer um dueto com Justin Timberlake ou Eddie Vader a dançar com as Pussycat Dolls. Não estão mesmo a ver pois não? Deixem lá, os fãs de Chris Cornel também nunca o veriam “produzido” por Timbaland… Só apetece gritar: AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH…

Fischerspooner – We are electric




Ninguém diria que estes magos da electrónica, responsáveis pelo hit “Emerge”, iriam criar um hino rock electrificado para estádios, mas de facto, they are electric.

Black Eyed Peas - Bow poow poow




A banda hip-hop que se intitula como banda não hip hop veio a Portugal e trouxe hits como “Shut Up”, “Don’t phunk with my heart” e “Pump It”. Desta vez, a fórmula não varia muito apesar de a estética estar mais sofisticada. Mau era. Aliás, até o tema do single de abertura não representa grandes inovações e baseia-se na fórmula pop das onomatopeias. Se a estratégia se desse nas bandas nacionais teríamos títulos de canções como “Traz!”, “Catrapus”, “Toim”, “Pimba!” (‘perem lá, já não temos uma canção chamada Pimba?). De resto, “bow poow poow” é um doce electro-hip hop: BEP entraram agora no século XXI. (Destaque para "I Gotta Feeling" produzida por David Guetta).

Pet Shop Boys - Opportunities (Let's Make Lots Of Money)




Os refrões pop com “P” grande dos PSBs começaram aqui. Um hino à filosofia capitalista da década de 80, Ambition is good, e idolatração ao teor físico da coisa.

The Glass – I wanna be dancin’




Voz masculina lânguida, gritinhos black house à finais dos anos 80 e sintetizadores Kraftwerk melancólicos a fazerem de RP’s da pista de dança.

Roxette – Spending my time




Eu sei que mereço ser gozado durante três ou mais milénios mas admito: Roxette faz parte dos meus guilty pleasures musicais. A banda mais lamechas dos anos 80, 90 tem pérolas deliciosas. E sim, esta “Spending my time” fez parte da minha pré-adolescência tardiamente, chorei tanto com esta canção, meu deus. É a música do meu coming out. E mais não digo!

Shakira – objection (Tango)





E já que estamos numa de confissões acerca dos nossos prazeres culpados tomem lá esta. A música do apogeu da minha adolescência (13 aos 17), quando a Shakira era uma boazona latina e armava-se em feminista pop.

Busta Rhymes ft. Estelle- World Go Round (DJ Mehdi Remix)




Rap energizado de Busta, voz cosmopolita de Estelle sobre um manto house e uma canção selvagem a pensar nas melhores discotecas do país. Hit na certa.

Peter Bjorn & John- It Don't Move Me (The Knocks Remix)




Bob Sinclair em potencial, verbalizações sexys e som futurista. Está no meu top 10 de férias Verão 2009.

Colton Ford – Losing My Religion (REM Cover)



Colton Ford está para a música como alguns modelos portugueses/as estão para os Morangos com Açúcar. O ex-actor de porno gay dedicou-se ao negócio musical e descobriu que a coisa é tão dura como no seu anterior trabalho (se bem em moldes diferentes eheh). Depois do sensual “That’s me” com o rapper Cazwell, do festival funk pop girlie, em “Tug Of War”, que tanto faz lembrar Madonna (em “Give it to me”) e da belíssima balada r&b com travos de chill “The way you love me” (e com uma frase simples mas arrebatadora: “the way you love me makes me want you more”), Colton decidiu homenagear as suas inspirações no seu segundo trabalho que se baseia em covers de artistas tão diversos como Britney Spears e REM. E como estamos numa de revivalismos de bandas que fizeram história nos anos 90, escolhi esta última e o seu mega-hit pseudo-ateu, “Losing My Religion” em versão house. Medo, muito me-do.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Delícias de Verão

Porque eu sou bonzinho e o Verão, apesar de reticente, promete bombar este ano vou-vos dar uma dose quíntupla.

Beckham

David Beckham é o homem-cliché, por excelência. Eu passo a explicar: qualquer blogue que se digne a ter uma secção para falar sobre os belos exemplares masculinos disponíveis pelo globo, tem obrigatoriamente que abordar David Beckham ou então não é blogue que se cheire. Tudo já foi dito sobre este ícone pop da década 00. Casado com a Vitória (ex-spice girl, e com aquele ar de bitch anoréctica, muito ex ex ex-spice girl), de facto,), foi considerado um dos melhores jogadores do mundo. Enfim, um sem número de vantagens. Eu e a minha queda para os loiros.































Aschton Kutcher


Como invejo a Demi More. E não, não é por ter 40 e ser uma mulheraça que aparenta ter os seus 20, é pelo rapagão que tem ao lado. E lado é uma força de expressão. O Aschton Kutcher foi o gajo cliché da minha adolescência. Eu e as minhas amigas (de ambos os sexos) aprendemos a arte do suspiro com o menino Aschton. Dá mesmo vontade de fazer kutcher kutcher.























Jude Law


Eu tenho uma panca com os mais diversos tipos de homens e recentemente concluí que os gajos mais alternativos (mas sempre na linha de bonzões) são-me como os Ferrero Rocher: irresistíveis! E dentro da categoria de rapagões alternativos está Jude Law. Como actor versatilíssimo (agrada-me bastante!), como homem, impagável. Desde que pintou o cabelinho de loiro ganhou uma nova energia e até as suas famosas falhas tornam-se um convite à descoberta. Olho azul cristalino, lábios carnudos de seda, ar de maduro sabichão e postura terrena. Não, não dá mesmo para resistir. Eu diria, talvez, que é um dos homens mais sexy do planeta. Ambrósio, apetecia-me tomar algo. Cala-te Natcho senão you’re arrested in the name of the LAW!
















































Tony Ward


Há algum tempo atrás estava entretido a navegar pelo Wikipédia e vi-o numa foto ao lado da sua namorada da altura, nada mais, nada menos do que Madonna. Imediatamente pensei: “Jesus! Que pedacinho de mau caminho!”. Posteriormente descobri-o no videoclipe no polémico “Justify my love” de Madonna (assim como “Cherish”). O seu “pacote” enche-nos a visão e não nos sai da cabeça. Conta a história que é bissexual e adora ser submisso, o que o torna ainda mais desejado (ar de machão e submisso? Agarra!). Tony Ward foi considerado um sexy symbol dos idos inícios dos anos 90 e com toda a razão. O seu ar kitsch e o seu lado camp tornaram-no requisitado. Uma delícia para as vistas.
















































Christian Bale


A primeira vez que vi o Christian Bale foi no filme Velvet Goldmine. Para quem não sabe, o filme Velvet Goldmine foi o primeiro filme LGBT ao qual eu me rendi e me despertou a gay scene (tinha eu, por volta, dos meus 15). Ver o Bale com aquele cabelo fino à tigela e risca ao meio, cara de menino inocentemente safado a masturbar-se no seu quarto enquanto contempla uma cena em que o Slade e o Wilde trocam um beijo despertou os meus instintos mais carnais. Foi a primeira vez que senti um ardor incomodativo no meio das pernas. Reacção idêntica quando o vejo no videoclipe de “Gambler “da Madonna (baseado no filme “Vision Quest”) a praticar ginástica. Com o passar dos anos perdeu aquele ar de puto irreverente, mas o ar másculo de Batman assenta-lhe que nem uma luva. A luva que eu gostava de ser em Velvet Goldmine.