segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Playlist de Inverno

Estelle ft. Kanye West – American Boy

Esta música simplesmente não me sai da cabeça, e escusado será dizer, da minha playlist semanal! O Senhor Sofisticação do Hip Hop norte-americano, Kanye West, junta-se a uma aprendiz da Corinne Bailey Rea, senhorita Estelle, e o resultado está para os meus tímpanos como a coca para o Maradona.

“American Boy” é uma arma de arremesso R’n’B disparada na direcção do pop timbaladiano, futurista, urbano, de mãos dadas com um minimalismo electrónico charmoso. Coloquem os vossos shutter shades e vagueiem pela baixa luminosa da cidade.



Ladytron – Destroy everything you touch

Roubaram o nome a uma canção dos Roxy Music e estrearam-se em 2001 com 604. A electrónica pulmonar aliada à voz peculiar da búlgara Mira Aroyo (um misto de Björk, Dolores Ordian e até mesmo Karin Dreijer). O sucesso do seu primeiro trabalho rendeu-lhes a primeira parte dos concertos dos Nine Inch Nails. Regressam este ano com Velocifero (Velocidade + Lúcifer) mas o mundo nunca lhes perdoou o sucesso de “Destroy everything you touch”.



The Aikiu – The Red Kiss

Descobri este rapazito quando fazia zapping pelo MySpace. Normalmente não paro num perfil para ouvir a não ser que seja realmente muito bom. Bem, é realmente muito bom! A voz lamuriante sobre uma sonoridade pesada que remete ao melhor dos anos 80 recorda-me o vocalista dos The Cure, Robert Smith, que por sua vez parece o vocalista dos Smash Mouth, Steve Harwell (ouçam Friday I’m in love e apaixonem-se mesmo que hoje seja segunda). Um refrão contagiante faz toda a diferença sobre o olhar atento dos cartazes de néon de Natal enquanto se olha para o embaciado de uma loja de brinquedos antigos. Esta música faz-me lembrar um amigo…

The Bravery – No Brakes

Começa melodiosa e inofensiva. Uns Strokes em versão sussurro. O refrão aparece do nada e cheira aos últimos cartuchos de Verão. Ideal para ouvir no Inverno. Brandon Flowers cuidado com a concorrência…




MAU - I need a Priest

Tudo o que pode ser dito sobre esta banda portuguesa multi-étnica (ironia?) já foi irremediavelmente dito. Desde do instrumental gingão de “Cum Sexy Cum” (algo como: “Vem-te Sexy Vem-te”) passando pela infantilidade colorida TMNiana, e diga-se de passagem, entediante de “It’s Lovely”, percorrendo todo o espectro erótico de uma libido em desespero de “Prick (I Am)” não nos podemos esquecer onde tudo isto começou: na fusão exótica da electrónica com um coro de vozes que persegue incessantemente o pop. “I need a priest” tem uma dominatrix 2.0 possuída pelo diabo, um nerd assustado mas profundamente feliz e um rap francês que faz o que pode para exorcizar tudo o que vê. Pai-nosso que estais no céu…



The Ark – Clamour For Glamour

A Rockyabilidade inicial é só para enganar. Uma voz que parece saída do planeta Paiva surge como quem conta uma história. O refrão cor-de-rosa ataca todos os vértices do pop e pede bis constantes com o raio da cerveja na mão num barzeco do fim da avenida. Thing For Thing/ Clamour For Glamour/ e o resto é um exercício viciante de cantarolar ditongos numa música…



Brandi Carlile – The Story

Quando se inventou a música para os anúncios ou até mesmo para as telenovelas temia-se que o teor da coisa desvalorizasse o artista e o seu trabalho tal era a massificação da canção. Isto claro, se não se tratasse de música pop. Ao longo dos anos assistimos ao fim desse preconceito e a tendência tem mesmo vindo a inverter-se. Descobriu-se a mina de ouro num panorama musical muito pouco animador. Nunca se pensou que uma balada (de potencial acusticamente rock, verdade seja dita) ainda por cima cantada por uma mulher num anúncio comercial a uma cerveja (Super Bock) tivesse o impacto que teve. Mas se o Obama pode ser presidente e se os homens se depilam da cabeça até ao dedo mindinho do pé, porque não?

The Editors – Munich

Os meninos dos The Editors ainda estavam subdivididos em óvulos e espermatozóides quando os Joy Division surgirão. E podíamos dizer o mesmo dos Joy Division relativamente aos The Chameleons (Second Skin). E poderíamos, de facto, dividir a coisa até chegarmos ao tronco comum. Mas como dizia o outro «o todo é mais do que a soma de todas as partes». Ou se calhar é tudo um grande exagero! “Munich” é isso. Mais do que qualquer coisa. Intensidade. Um laivo de crueldade. Um exercício de psicologia. A repetição para que fique bem explícito: The Editors não brincam em serviço. “People are fragile things you should know by now/ Be careful what you put them through” apetece dizer. Apetece atirar à cara em jeito de aviso. Gestalt que me perdoe…

Christina Aguilera – Hurt

Que Christina Aguilera tem um vozeirão isso toda a gente sabe. O estranho é não acabar como Celine Dion a cantar intermináveis baladas na tentativa forçada de alguma calhar na banda sonora de alguma filme de 3ª categoria. A esperança… Mas Christina não vai em roletas russas! Provando que é versatilíssima desdobra-se em mil e uma personagens. Até numa trapezista triste e arrependida. Voilá, temos balada!

Mutya Buena ft. Amy Winehouse – Be Boy Baby

Fazer covers e usar samples está na moda. Culpem o revivalismo eighties. Mutya Buena é demasiada informada para desconhecer esse facto (ao contrário das outras bebés doces). Mas mesmo que a leste do Ocidente seria tomada como um alien se não soubesse que Amy Winehouse é a grande divã do século 00, uma espécie de Aretna Franklin Big Benizada (e alcoolizada também). Já dizia o ditado, diz-me com quem andas… Não é o caso mas Mutya bem tenta. Mas como a gente não é esquisita até podemos esquecer que The Ronettes não são apenas uma marca nova de pensos higiénicos, colocamos o barrete de Pai Natal e toca a gingar. Que o Pop esteja connvosco…



Mel & Kim – Respectable

E por falar em 80s quando os sintetizadores eram a canela das tribos Disco e brincar com as vozes eram uma espécie de água em Marte. Os duos eram o avant guard e Mel & Kim prometiam fazer boa música. Esqueceram-se de dizer que os one-hit-wonders também… Anyway, cumpriram a promessa.



Royksoop com "What Else Is There" , Keane ou Depeche Mode ficam sempre bem no sapatinho.

Sem comentários: