
O caso Esmeralda não é novo. Teve a oportunidade de ser mediático porque um dos elementos envolvidos é sargento (era suposto dizer isso?) mas a problemática levantada é comum. Os nossos amigos brasileiros já fizeram dela mil e umas histórias de encantar fazendo com que a NBP mexesse os cordelinhos para enfurecer a concorrência. Adiante. A questão pertinente aqui resume-se à eterna dicotomia da Psicologia: Biológico versus Social. Claro para toda a gente ver. Até o Stevie Wonder. As questões formuladas ganham forma: quem serão mais importantes no desenvolvimento da criança? Os pais biológicos ou os pais afectivos? Se pensa que a resposta demora a surgir engane-se, a resposta está mesmo diante dos seus olhos. Até já a referi: pais AFECTIVOS! A biologia contribui para que Esmeralda tivesse dois olhinhos, uma boquinha, cincos dedinhos na mãozinha mas pouco mais. Esmeralda vive com os seus pais afectivos desde dos 3 meses. Todo o seu processo psicológico e emocional foi concretizado no seio da família em que ela cresceu. O aparecimento do pai biológico representa uma ruptura. Um desconhecido. Não nego que haja laços significativos unidireccionais do pai biológico para a sua filha mas eles são mesmo isso: unidireccionais.A importância excessiva que foi dado ao biológico ao longo dos séculos foi o que permitiu a conceptualização absurda do que a mulher seria parte integrante do homem (logo esta deveria estar sujeita a este como um receptáculo passivo e incompleto), e que os negros fossem considerados seres inferiores nomeadamente a nível cognitivo. Perspectivas biológicas são perspectivas válidas mas opressoras e tradicionalistas. O bom senso exige que ambos encontrem um caminho pacífico rapidamente e não recorrendo à via judicial, sob pena da sua Esmeralda perder o brilho.
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