segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Internet Killed The Pen & Paper Star


Dissertar sobre o hi5 é, afinal de contas, enunciar os malefícios e benefícios da Internet na actualidade. Que aspectos negativos ou positivos são esses?

A facilidade de trocas a mais variados níveis como, por exemplo, trocas de informação à escala mundial contribui, quando a informação é seleccionada, para uma certa democratização do conhecimento e também para o desenvolvimento da comunicação social e a sua crescente importância nas formações de opinião. Em última instância, assiste-se a uma maior participação activa do indivíduo em sociedade (exercício de cidadania). Por outro lado, essa facilidade levanta vários problemas, nomeadamente em questões de segurança (se bem se lembram a Internet foi desenvolvida como um serviço de contra – espionagem norte-americana, durante a Guerra Fria, contra a URSS). Tal como foi dito na aula, hoje em dia é muito fácil conseguir-se um mapa detalhado de qualquer região do mundo, o que seria impensável há uns anos atrás (O Google Earth é um caso desses). Mas lá esta, a facilidade de trocas de conhecimento é positiva por si só. Somos nós que somos os agentes e que usamos as ferramentas para o bem ou para o mal. É uma questão de consciencialização e de uma certa ética. A questão da partilha de ficheiros mp3 de forma ilegal tem levado a indústria musical à loucura, fazendo com que o lucro decresça em flecha, o que se traduz em prejuízos e consequentemente num maior número de desemprego nessa área. O youtube já foi processado em matérias de direitos de autor. Em compensação, todos tem acesso à canção do momento ou ao filme acabadinho de estrear no cinema, o que contribui para a popularidade do produto. Todos. Desde do menino da Guiné-bissau até ao esquimó da região mais gélida do Árctico passando pelas montanhas do Tibete. O eBay, assim como sites do género, permitem uma maior rapidez e comodidade na compra e na venda do produto. Representa uma mais-valia. O hi5 surge neste contexto. Compete à pessoa decidir o que fazer com a ferramenta que tem. É a sua responsabilidade. Eu, por exemplo, tenho hi5 e tenho para aí 140 amigos. Mentiria se dissesse que todos são realmente meus amigos mas garanto que conheço todos eles pessoalmente. Não sou muito dado a amizades virtuais. Soa-me muito a “Morangos com Açúcar”, muito teen fever. Há questões como o copy paste da fotografia e fazer-se passar pela pessoa, aliciamentos em redes pedófilas ou redes de prostituição mas como já disse, a pessoa tem que fazer uma certa triagem daquilo que pretende e daquilo que põe na rede. Outra questão pertinente é aquela velha história do “estaremos a ser controlados pelo hi5?” (Complexo Big Brother). Não será prejudicial tanta exposição? O hi5 é óptimo para reencontrar velhos amigos, despertar aquela cusquice que todos nós temos e aquele nosso lado exibicionista. Gostamos de aparecer. Mostrar a nossa individualidade (se bem que autenticidade, hoje em dia, é não ter hi5). Dizer “não” ao hi5 é dizer “não” à nossa liberdade de expressão (que falta fazem os blogues!). Eliminar um bem só porque existem aspectos negativos que fazem parte da componente potencial desse mesmo bem representaria, a uma escala maior, eliminar o computador, por exemplo. Acredito que se deva discutir mais estas questões porque o futuro passa por aqui (Olhem o exemplo do Magalhães!), alertando para os perigos e reforçando as virtudes. A educação e as problemáticas pedagógicas não se concretizarão doutra forma. E porque não uma moral tecnológica? Death for pen and paper. Long live the Internet!

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