
“Não há ninguém, julgo eu, que nunca tenha ouvido isto: «estou à procura daquilo que verdadeiramente quero». Esta frase toma como ponto de partida que existe algo que eu quero mas que ainda não sei o que é. Que esse algo pode – e deve – ser encontrado. E sugere que esse algo está numa localização precisa, um qualquer algures, provavelmente dentro de mim, e certamente à espera de ser encontrado.
Nunca partimos de outro princípio, que manifestamente é também possível: o de que não sabemos o que verdadeiramente queremos porque talvez não queira verdadeiramente algo; o de que se esse algo existisse já o saberíamos perfeitamente desde o começo; que procurar esse algo é talvez tão inútil como esperar que ele chegue por acaso até nós; que ao invés de existir esse algo dentro de nós existe antes uma multiplicidade deles fora de nós.”
Rui Tavares, pág. 8, Blitz nº 38, Agosto 2009
Nunca partimos de outro princípio, que manifestamente é também possível: o de que não sabemos o que verdadeiramente queremos porque talvez não queira verdadeiramente algo; o de que se esse algo existisse já o saberíamos perfeitamente desde o começo; que procurar esse algo é talvez tão inútil como esperar que ele chegue por acaso até nós; que ao invés de existir esse algo dentro de nós existe antes uma multiplicidade deles fora de nós.”
Rui Tavares, pág. 8, Blitz nº 38, Agosto 2009
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