terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Andou Pandora a abrir a sua caixa para isto...

Nunca tive, por hábito, ir ao cinema. Quer dizer, vou de vez em quando mas passo bem sem pisar uma sala de cinema, sem as pipocas barulhentas besuntadas em caramelo de 2 semanas e a coca-cola borbulhante que me incita: bebe! be-be! Apesar de gostar de ver filmes (como a maior parte das pessoas) sempre achei um desperdício dar 4€ (3,50€, cartão de estudante) por uma experiência de um hora e tal, por mais agradável que ela seja, quando se pode sacar um filmezinho em menos de 50 min e vê-lo no aconchego do lar, mais concretamente, do sofá da sala (é ilegal? é tão ilegal como a marijuana ou o aborto antes de 2008).

Foi precisamente no aconchego do meu lar que hoje vi o Avatar. Sim, aquele fime que está no top ten dos filmes mais lucrativos de sempre e cujo personagem principal é um monstrozinho azul de 2 metros e tal de altura e cara de gato (pensar nele como um ex-fuzileiro paraplégico também não ajuda muito...).

Por norma, os filmes seguem um enredo que, apesar de extremamente variável pois as histórias são múltiplas, a regra é invariavelmente: personagem - acção - resolução. Filmes que, como o Avatar, abordam a luta de povos pelo sobrevivência existem aos magotes (e até levou os activistas gay norte-americanos a enxergar homofobia onde pode até existir o contrário: reconhecimento e aceitação da diferença). E sim, o Avatar é um desses filmes. Uma espécie de metafóra para o colonialismo misturada com o actualissimo desejo de evasão cibernético onde o real e a ilusão se misturam, o amor (hetero, por supesto) sempre pronto a fazer das suas, efeitos especiais e voilá: duas horas e meia de entretenimento de massas.



Não desgostei. A dada altura, já estava coladão ao ecrã do portátil a trocer pelos Na'vo, a chorar com a morte da Grace Augustine (adorei o facto de Sigourney Weaver ter participado num filme de ficção científica desta envergadura que tanto faz lembrar o alien), a cantar o "I see you" da Leona Lewis (detesto Leona!) e a suar de vertigens com a escalada do nosso guerreiro para obter o seu ban-shee. Desfiz o meu preconceito mas não é um grande filme, é só mais um. Que Eiwa me perdoe.

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