quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Crespalhices


Diz o Nuno Castro no seu blogue "Solstício" (a minha recente descoberta):


« (...) Ao omitir, judiciosamente, o nome do tal executivo da televisão – que afinal é o patrão de Mário Crespo – o jornalista está a reincidir no viés desta visão unilateral. O mesmo caso aconteceu com Manuela Moura Guedes, não admira portanto que esta venha agora a terreiro emprestar o seu ombro ao companheiro ferido. O que estes dois jornalistas fazem é usar o discurso da vitimização com o intuito de ocultarem a prática da canibalização. No fundo, tendo chegado onde chegaram, sabem perfeitamente que o jogo está viciado à partida (como podem não saber se são eles que constroem diariamente o jogo?). Mas apenas quando são eles as (supostas) vítimas da promiscuidade informativa é que se lembram de lançar anátemas como virgens ofendidas.


Estes dois jornalitas não me merecem respeito. Foram sempre a jogo, quando este lhes era favorável. Tinham poder para não o fazer. Mas o conservadorismo que ambos apregoam como raison d’être, sempre os deixou confortáveis com a configuração dos poderes. Nunca lhes pareceu censurável a força dos grandes da televisão e do jornalismo; nunca lhes pareceu estranho a concentração partidária dos órgãos de comunicação social onde trabalham; nunca acharam escandalosas as fortunas geradas, justamente, pelo privilégio em aceder a informação privilegiada e em saber movimentar-se nos meios apropriados. Eles são parte da máquina e trabalharam para a fazer. Quando esta, porque possui uma voracidade imparável, lhes tritura os próprios dedos, saltam como se lhes picassem o cu. Alguma vez Mário Crespo afirmou ter dado aulas na Independente aquando da polémica Sócrates? E não foi ele um dos “encrespados” jornalistas perante as manigâncias da licenciatura socrática? Estão a ver a contradição (se não estiverem então é porque já vos deveria ter sido diagnosticada morte cerebral)? (...)»

Não acrescentaria uma vírgula. Perfeito!

1 comentário:

João Roque disse...

Junto a minha à tua voz.
Estou farto de hipócritas...