sábado, 10 de abril de 2010

Os destruidores homofóbicos


O artigo do Pedro Arroja é o exemplo perfeito do carácter histericamente homofóbico que as falácias e as generalizações podem assumir. O carácter imediato dessas generalizações tem o poder de se misturar com o populismo machista e homofóbico do analfabetismo português e fazer dos homossexuais (gays, particularmente, ou não vivessemos numa sociedade patriarcal) um bode expiatório perfeito (como as minorias étnicas ou as mulheres).

Exercício interessante: substituam a palavra homossexual por homem e o resultado será o mesmo. Independentemente da orientação sexual desse homem! Provocação: os homens heterossexuais e os homofóbicos tem um apetite muito superior pela destruição. Por outro lado, os conservadores decidam-se: ou concentra-se no estereótipo da efeminação gay ou no suposto lado violento dos gays. Em quê que ficamos?

Reparem na relação grosseira entre o HIV-Sida e os gays. Reparem no estereótipo da promiscuidade. Reparem na tentativa inusitada de colocar a homossexualidade como lei universal (como se os homossexuais quisessem ser uma norma ou como se certas práticas heterossexuais pudessem ser tomadas como leis universais. Exemplo: cunnilingus).

Texto cheio de erros argumentativos baseados em ilações (até a sexualidade de Kant - filósofo preocupado com a verdade moral das coisas - é posta em causa). Artigos científicos para fundamentar as suas pressuposições? Etnografias de lugares gays? Pedro Arroja, o povo pode ser tomado como estupido mas há uma diferença entre parecer e ser. E por favor: PA, não seja um destruidor! Mas Pedro Arroja têm razão numa coisa: talvez devéssemos ser mais violentos, talvez o Pedro Arroja não escrevesse bosta como essa.

Ass: um gay, não violento (mas no caso do Pedro Arroja abro uma excepção), seronegativo, futuro mediador sócio-pedagógico.

Foto: dois rapazes iranianos condenados à morte por actos homossexuais.

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