segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Playlist de Agosto II

Playlist de Agosto II


E aqui está a segunda playlist do mês por excelência do Sol e da praia.


Serge Devant – Addicted



Lânguida e fresca. Esta malha que tanto me faz lembrar «Hear My Name» de Armand Van Helden tornou-se uma das minhas músicas de Verão de 2010. E cuidado: tal e qual o título da canção, fica-se mesmo viciado…


Jace Everett – Bad Things



É a música do genérico de «True Blood» e não podia melhor a se adaptar à série. Blues energizado contando histórias que misturam perversidade sexual e cenários kitsch. Apetece cantar de forma maliciosa: «i wanna bad things with you».


Cazwell – Ice Cream Truck



O clone de Eminem (que por acaso anda a fazer furor com a sua nova música com Rihanna) em versão gay está de regresso e com eles todos os clichés do homoerotismo pimp. Atente-se na falsa inocência, a roçar o infantil, do título e na pornografia gratuita do clipe onde garanhões musculados, artificialmente masculinizados, flirtam com o sabor de mini-gelados de framboesa. A música está repleta de metáforas kinky mas não é grande coisa embora dê sempre vontade de chupar…


Pedro Cazanova ft. Andrea – My Body & Soul



«My Body & Soul» não foge muito à regra das anteriores colaborações com Andrea («Selfish Love» e «My First Luv»). Há promessas de amor e luxúria, divertimento até altas horas e sol no horizonte. Contudo, «My Body & Soul» é mais centrada nas saídas nocturnas («my clock is ringing midnight») e descomprometida. Atreveria-me-ia a dizer que esta é uma das suas melhores malhas. Peca pela repetição lírica…


Alphabeat – dj



A onda eighties já lá vai mas os Alphabeat sedimentaram assim a sua carreira. Pedir ao Eagles para deixarem de fazer country deve ser complicado também. «DJ» (mesmo no clipe) é uma ode aos 80’s e pisca o olho aos Dead or Alive com aquela ingenuidade que só o pop britânico pode conter (Alcazar, por exemplo)… Não merece ser hit mas pode ser cantarolado a caminho do trabalho…


Dangerous Muse – I Want it all



Remonta já a Setembro de 2009. O duo electro-pop norte-americano não se fez rogado com «I want it all». Não é mal apostado mas depois de um mega-hit como «Rejection» merecíamos mais. O clipe saltita entre a negritude da «Tenderoni» de Kele Orekeke, o erotismo de Hercules & Love Affair e os devaneios de Patrick Wolf. Para quem quer tudo ainda lhes falta muito…


Pete Tha Zouk – La Medicina Sagrada



Estupendamente tribal seria talvez a descrição certa para esta malha do poderoso Pete Tha Zouk que misturada com dizeres cubanos de prepotência máscula tornam-na na música ideal para actos de sacrifício house ao som de tambores frenéticos e flautas de pã saltitantes que tanto fazem lembrar «La Mescla». Em suma: não sendo muito boa como auto-ajuda, é certamente a medicina sagrada para os dias de má disposição.


Mika – Kick Ass



Parece que Mika se habitou a cantar para as maltas jovens e não quer outra coisa. No mundo das maravilhas de Mika, o acústico une-se à energia electro (já testada em «The Boy who knew too much») e tudo sobre o olhar suspeito de Red One. Mika sofre portanto da síndrome de Peter Pan: musicalmente não cresce.


David Vendetta – Bleeding Heart




E depois de Tha Zouk, é a vez de Vendetta que pede ajuda à veterana Rachel Starr e, com toque de midas, transforma esta faixa chill-out numa manjedoura de inocência em iminente perigo house agressivo. Sem dúvida, uma das melhores faixas de dança do ano!


Sophie Ellis Bextor – Bittersweet



«Heartbreaker» foi a primeira mostra da colaboração de SEB com os Freemansons e que rica mostra! «Bittersweet» segue o mesmo caminho. Fatalmente comparável aos innuendos house de Kylie , «Bittersweet» consegue ser mais durona do que «Heartbreaker» e eleva SEB a outro nível. Princesa britânica da house?


Justin Bieber – Never Give Up



A moda de exploração musical de miúdos não é nova, que o diga Britney ou mais recentemente MIley Cyrus. Em tempos de crise toca a deitar às mãos às sementes! Justin Bieber é o exemplo disso. Com tiques de galã e de olhar inocente lá conseguiu conquistar os topes com músicas imbecis sobre a esperança e a opaca luta pelos sonhos. Desde da popularidade com imitações da «Bad Romance» até às loucuras homofóbicas da Westboro Church foi um tirinho. «Never Give Up» é insossa mas também poderá ser muito bem as portas para a pior das preocupações de Justin… Timberlake!


Zero 7 – Futures (Carl Craig REMIX)




Portugueses que fazem música boa já não é espanto para ninguém. É um espanto, no entanto, o house alternativo a que muitos dos nossos compatriotas se podem comprometer. «Futures» é assim. Puro chill experimental mas alinhadamente organizado para que seja possível desfrutarmos de um barcadi numa esplanada qualquer da foz sem a sensação que existem preocupações que mereçam a nossa atenção.

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