quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Novas Oportunidades (para estar calado)


Adoro os comentários desta gente tão letrada. De repente nem foi preciso as “Novas Oportunidades” para se tecer comentários tão omniscientes, tão elaborados do ponto de vista intelectual. Dos processos de reconhecimento de competências nada se sabe mas manda-se umas boquinhas anti-PS (anti-esquerda), muito discurso anti-facilitismo (onde está o facilitismo em fazer-se exactamente o mesmo exame nacional que os outros e outras que vieram do secundário?), pincela-se com umas pitadas de populismo (como se as “Novas Oportunidades” pretendessem ser um modelo universal normativo) e voilá! Temos a arraia-miúda (patrocinada pelo despotismo reaccionário) toda licenciada, mestranda e outras coisas acabadas por “ada”.

A saber: embora a escola seja uma instituição social importante e represente o locus de poder simbólico de uma sociedade, o seu saber é apenas um entre muitos. Nem tudo o que se aprende na escola fica retido ou tem utilidade. Essa analogia é falsa. Quem critica o (suposto) facilitismo dos CNO’s não é adepto das aprendizagens em si mas das ritualizações do esforço/saber. Parece claríssimo…

Os mesmos e as mesmas que criticam o sistema dos CNO’s são essencialmente os mesmos e mesmas que condenam as taxas de analfabetismo absurdo do pais… ESTRANHO! E é vê-los e vê-las com o discurso da “família devia educar os seus filhos e filhas” bla bla bla. Pois… Utopias? Eu respeito as de cada um/a mas os Estados não se devem guiar por utopias nem se imiscuir na vida privada de outrem… Não é verdade, Tea Party?

Pergunto-me: é justo um/a estudante entrar num curso que não quer só porque entrou com uma boa nota retirando a vaga a outrem que quer esse curso? O despotismo das médias é ou não é pernicioso?

Pergunto-me: é facilitismo um aluno ou aluna candidatar-se ao Ensino Superior só com a nota de UM exame ao contrário dos/as outros/as que entram amparados/as pela média?

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