domingo, 31 de outubro de 2010

Playlist de Outubro

Playlist de Setembro

1. Kelly Roland ft. David Guetta - Commander
2. Scissors Sisters - Any Which Way
3. Kylie Minogue - Get Outta My Way
4. Enrique Iglesias - I Like It
5. Robyn - Hang With Me
6. Sia - Oh Father (Madonna Cover)
7. Frank Sinatra - I Get a Kick Out Of You
8. South Street Player - Who's keep changing your mind (Remix)
9. Robbie Williams ft. Gareth Thomas - Shame
10. Arcade Fire - Mouth Of May


Tarde mas veio. O que se pode dizer desta playlist de Outubro? Muito dançavel e vanguardista. Bem, mas não são todas?
De lado ficaram o saudosismo folk de Brandon Flowers (Only The Young), o house gostoso de Ali Love (Love Harder), a miscelanê jazzy de Chromeo e Vampire Weekend (I Could Be), a pieguice enjoativa de Enrique Iglesias (Heartbeat) e Travis (Billionaire), o rock despido de Kings Of Leon (Radioactive), a decadencia outonal de Royksoop (Senior) e a electronica vanguardista de Daft Punk e !!!.

1. Rick L. ft. MCK – Babilonia



O sufocante Verao de 2010 já lá vai mas a verdade é que deixou hits incontornaveis. «Babilonia», apesar de parecer uma pimbalhice house, é uma ode às noites escaldantes do Bela Cruz.

2. Tings Ting – Hands



Não tardou muito para que a banda indie (seja lá o que isso for!) se rendesse à onda eighties que, feliz ou infelizmente, esgota os últimos cartuchos nesta virada de decada ou, pelo menos, se transforma numa black house calibrada. Vieram tarde? Vieram mas a verdade é que criar hits pop que perduram na nossa cabeça (quem não se lembra de “Shut up and let me go”?) é obra e destino de Tings Ting. Tudo é evocado nesta faixa: a doçura electro de Little Boots, samples de , . Caso para dizer: está tudo nas «hands» deles (e dela).

3. Goldmember - Everybody move your body



E por falar em dança calha mesmo bem ouvir esta faixa que rebusca o saudoso refrao de Martin Solveig (em Everybody) e a house erotica de Armand Van Helden (Hear My Name). O resto? É só seguir o título da canção…

4. Hurts - Confide In Me (Kylie Minogue Cover)



Ouvir o album destes jovens senhores (“Happiness”) é uma descoberta incrivel. Apesar de se pensar que tudo andará à volta de saudosismo a preto e branco (e diga-se de passagem, em parte, é isso), a versatilidade sonora é marca constante. Da veia soturna e mecanicista de Editors (Better Than Love) ao camp erotico de Pet Shop Boys (Wonderful Life), do charme iconico de Morissey (Water) à aridez country mas frenetica de Brandon Flowers (Sunday – a melhor do album), da plenitude pop de Coldplay (Silver Lining) às deixas que roçam o gotico romantico de uns HIM (Blood, Tears & Gold), do clamor de estádio que evoca multidões num misto de Mercury (Stay) e uns piegas U2 (Evelyn) à densidade sedosa de Kylie (Devotion), Hurts é muito mais que pop charmosa. E por falar em Kylie, a diva até direito a um cover tem…

5. Madonna - It's So Cool (Final Demo 2002)



De vez em quando surgem a público algumas raridades do bau musical da eterna Rainha da Pop (GaGa ainda terá que esperar!). “Animal” é um inofensiva musica pop a tentar tocar o sado, “Latte” (a tao falada música com o Timbaland) é tosca e sampla descaradamente Gogol Bordelo, “Broken” é uma celebration em estado puro (e não se percebe porque não constou no terceiro album de memorias em 2009), “In Love For Love” é uma balada roqueira mas jovial muito à American Life e Set To The Right é (dentro da linha American Life) uma mensagem política forte sobre a capa de cançao acustica desarmada (e cuja frase “i have learned nothing is for free/ if my ship goes down, no one’s gonna come for me”, tão Madonna, é tão real e apetece ser dita eternamente). Entre estas e outras, o destaque vai para “It’s so cool”. Em Celebration a música aparece calibrada (e sejamos francos, super mega hyper tecno pimba); a versao recem lançada é um demo acustico (com direito a coro) de 2002 (a música seria integrada no American Life) e faz muito mais sentido. Ás vezes pergunta-se porque é que Madonna escolhe tão mal as canções de albuns com demos, b-sides, bonus tracks e raridades tão bons. “It’s so cool” era na verdade uma canção soft: “profets are telling us, we’re near the end/ but i’m telling you, that’s all pretend”. Madonna gosta mesmo de provocar, hein?

6. Katy Perry - Firework



Não adianta! Nunca amarei Katy Perry. Dirão voces: “mas a morenaça do pedaço apareceu tres vezes nas tuas playlists!”. Ok, assumo, o que não quer dizer que venere. “I Kissed a Girl” era uma estrategia de marketing escancaradamente inteligente (e como hit pop, muito bem conseguido), “Waking Up in Vegas”, apesar de mais diluido, continua a ter um forte magnetismo pop, “Hot’n’Cold” é uma mega bomba, “California Gurls” um acto falhado, “Teenage Dream” chover no molhado e “Peacock” malicia declarada. Contudo, ao ouvir uma música do novo album (“ET”), descobri o jogo de Katy (tirando o velhissimo jogo da exploração corporal e eatrategia de garota do poster): Katy explora muito bem o imaginario conceptual das canções e das metaforas populares (como Madonna o faz, Britney nem se quer tentou e GaGa não consegue muito bem no meio de tanta salgalhada). É inteligente concerteza. “Firework”, seu novo single, está para Perry como “Beautiful” está para Aguilera: exploração de dramas e evocação da esperança atraves da musica (tem gays? Tem). Não se pode dizer que, apesar de “Fireworks” ser pegajosa como a gripe A, Katy seja musicalmente multifacetada. Repito: não a amo mas não posso dizer que não gosto.

7. Dragonette ft. Don Diablo - Animale



Frenesim algures entre Crystal Castles e MIA. Me gusta!

8. Rihanna - Only Girl (in this world)



Tal como Perry, parti de uma ideia errada de Rihanna. Parti do pressuposto que Rihanna era uma copia mais modesta e magra de Beyonce. Como acho Beyonce uma cantora com personalidade falsa, os meus amores por Rihanna não abonavam muito a seu favor. Os inocentes albuns (com forte pitada caribenha) iniciais também não eram muito apeteciveis. “Umbrella”, a musica mais chata de sempre, tornava Rihanna um alvo a abater (só salva pelo estrandosa “Disturbia”). Bem, nada a favor. Contudo, ao ouvir Rated-R achei Rihanna mais controlada e assertiva (Photographs é um show). “Only Girl (In This World)” está longe de ser magnifica (até pelo clipe básico onde não se percebe muito bem onde começa Kelis e acaba RuPaul) mas dá para viajar na doçura pop da musa negra.

9. Shirley Manson - Sanson & Dalilah

Assumo: uma cota de parte de ver The Sarah Chonicles deve-se à Shirley Manson. Para quem não sabe, Shirley é a vocalista das minhas bandas preferidas de sempre, ou melhor, a minha preferida: Garbage, e portanto uma das minhas maiores musas. Em “Sanson & Dalilah” volta ao seu período Angelfish onde o indie-rock cru misturado com o erotismo encandescente da feminilidade vaporosa de Shirley parece recriar uma teatrialidade apocalíptica que combina com a série.

10. Cut Copy - Where I'm Going



Ouvir “Where I’m Going” dos Cut Copy e ouvir uma música dos extintos Beach Boys é exactamente a mesmissima coisa. Parece que Cut Copy deixaram de lado a sua onda retro, ou melhor, foram muito mais longe: lá onde os iconicos 50’s se aliam à rebelia 60’s. Em vez de perguntarem para onde vão deviam perguntar de onde vem…

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