segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Turma (agora) sem segredos


Sinceramente eu não vejo a “Casa dos Segredos” (CS). Contudo, pensei em elaborar um jogo dentro do seio da minha turma em que consistia, simplesmente, na nomeação de duas pessoas para serem (simbolicamente) “expulsas” da turma. Como era de esperar, vozes revoltadas emergiram…

Na passada quinta passou um documento que solicitava às pessoas que votassem. Natcho achou por bem fazer um novo documento, elaborado à luz de principio éticos, alertando para o facto de as nomeações incidirem sobre a pessoa que mais nos desiludiu na semana anterior (e não propriamente sobre o nosso “ódio de estimação”) e, simultaneamente, pedir às pessoas, que quisessem aderir, a sua assinatura já que ninguém é obrigado/a a nomear/votar. Assim foi. Algumas pessoas assinaram, outras não. Uma nova polémica instalou-se: o grupo restrito de jogadores/as podia (poder, pode-se sempre, a questão que se coloca é se seria, eticamente, justo) nomear/votar pessoas fora do grupo? A minha opinião é sim. E justifico:

Temos opinião sobre o José Sócrates. Temos opinião sobre o Estaline que já morreu e o Bin Laden que nem sabemos se morreu ou não. Temos opinião sobre o casamento entre pessoas do mesmo (como se isso dissesse respeito às pessoas que vão ou pensam casar com pessoas de sexo diferente!) e sobre o Orçamento de Estado (como se de repente fossemos todos/as grandes economistas), porque raio não haveríamos de ter opinião sobre outras pessoas que, por acaso, até convivemos durante três (longos e cansativos) anos?
Argumento I: é muito mau porque as pessoas vão saber que estão a ser nomeadas!

Resposta: mas esperem lá, afinal as pessoas que não querem participar de repente querem saber se são ou nomeadas? Faz-me lembrar as pessoas que são anti-praxe: de um momento para o outro já sentem o bichinho da praxe só de ouvir os/as outros/as falarem…

Argumento II: é um direito que elas têm de o saber…

Resposta: consagrado por quem? Pela Constituição?

Argumento III: continuo a achar que podem nomear/votar só entre as pessoas que decidiram participar…

Resposta: continuo a achar que a liberdade de expressão não serve só para enfeitar ou marcar presença nos discursos bonitos e que dizer aquilo que toda a gente sabe não é chocante, pelo contrário, é banal…

A “Turma dos Segredos” vai (ou está?) causar polémica? Vai (e está) mas infelizmente era sobre as nomeações e não sobre a participação no jogo que achei que essa polémica incidiria. My mistake! O objectivo de o jogo acaba por ser exprimir aquilo que toda a gente sente (e os/as outros/as sabem). De certa forma a Turma dos Segredos é um paradoxo em si: só contribui para uma Turma… sem segredos!

2 comentários:

Anónimo disse...

E assim vai o ensino superior em Portugal...

Lobby Queer disse...

LOL uma brincadeirazinha n faz mal a ninguém, aliás, esta coisa das nomeações e hierarquias e competições são tão (ideologicamente) pedagógicas n é? ;)