domingo, 16 de janeiro de 2011

O PSD e as liberdades convenientes


Desde da lei da blasfémia irlandesa que não me ria tanto, e espero que rir seja permitido… Ora, não vou discutir conceitos tão relativos como “interesse público” ou de inspiração religioso-fascista como “moral”. Admira-me sim que o país que, recentemente, tenha assumido a presidência rotativa da EU, tenha este tipo de leis anti-democráticas, inquisitórias e de índole fascizante. Que a comunicação social jogue muitas vezes o jogo do populismo conservador e das relações de lobbying, compreendo e não aceito mas limitar as liberdades de informação/expressão é atroz.

Mais: as instituições censuradas devem, em certos casos, dizer quais são as suas fontes. É legítimo, no sentido em que se trata do rigor e ética jornalística mas ilegítimo porque se trata de uma conveniência para uma censura inadiável (“se não agradar a fonte, censura-se”). Medo dos wikileaks deste mundo? Concerteza! Impossibilidade política nas sociedades do conhecimento de aplicar a lei? Ah pois, pensavam que a globalização poderia parar os fenómenos censuradores? No way. Eles estão aí…

O curioso nesta questão toda é que o PSD vetou uma crítica bloquista à lei da censura húngara, levando até o Francisco Louça a escrever no seu facebook. Curioso porque se trata do PSD que, há uns tempos, queixava-se da “censura socrática”. Ou as liberdades são dimensões defensáveis só quando nos cheira?

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