sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A Isildinha, os pro-"vida" e a sua "preocupação" com os gastos públicos


Isilda Pegado (sim, a mulher não para. Ainda vai bater o recorde da Cher em relação à persistência na sua presença indesejável...) entregou na Assembleia da República uma petição (ela e as petições) e disse, na quarta-feira, que o Estado já gastou 100 milhões de euros com o aborto desde que foi legalizado em Portugal, há quatro anos, acrescentando que o aborto em Portugal é "frequente, ilegal e inseguro".

Pois, esqueceu-se de dizer o aborto é frequente porque agora passa a ser legal e seguro pois permite-se «a interrupção voluntária da gravidez em condições de humanização e de segurança.» pois, como se sabe, a maior parte das mortes maternas se devem a abortos clandestinos. Cai por terra o argumento que é inseguro. Só não percebo a parte do "ilegal" porque, de facto, é legal... Isildinha, vá, o contrário de estar vivo é estar morto, o sol é um astro e a água é um líquido ok?

Os gastos estatais? Ora, os abortos são realizados com recurso a medicamentos e não com recurso a internamento hospitalar, ao contrário dos abortos clandestinos, além disso, a maior parte das mulheres são tem insuficiências económicas em relação à média (salário médio de 1000€), o que constitui um factor externo inevitável, isto é, no one's the blame.

Mas acho engraçado que o lobby pro-"vida" tenha tanta pena dos gastos estatais quando a política direitista procure destatizar ao máximo... Ironias! Rezo (hey lá) para que uns 60 mil futuros pro-"vida" não resistam à evolução. Assim sim, faz sentido ser a favor do aborto!

A foto não é uma provocação a Isilda Pegada, aliás, o vestido foi o melhor que encontrei por cá e até a favorece...

3 comentários:

João Roque disse...

Já enoja, esta gaja, porra!!!!

mlf disse...

Li o seu blog por acaso, estava a pesquisar pró-vida. Mas não resisto a explicar, é "frequente, ilegal e inseguro" porque é frequente, quando 1 dos argumentos era que legalizando diminuiria. É ilegal porque muitas vezes feito fora dos prazos legais (e não só, mas fico por aqui) e é inseguro porque o aborto é sempre prejudicial à saúde da mulher, mesmo quando feito nas melhores condições e ser feito em clínicas não o torna inócuo. Aliás se pesquisar um pouco pode descobrir os imensos escândalos que se têm descoberto nos EUA das condições oferecidas pelas clínicas de aborto e do respeito que têm pelas suas clientes. Não sou a Isilda mas sou amiga dela e tenho imensa admiração pelo seu trabalho e dedicação à causa da Vida e do respeito por todos, independentemente das suas condições e idade. Não espero que publique o meu comentário XD, nem o escrevo para isso, é só mesmo para si. Quanto àquilo por que "reza" só queria acrescentar que os pró-vida têm o seu nascimento bastante seguro, são os pró-aborto que estão em risco. Eu rezo para que todos possam nascer e ser acolhidos com amor. Luisa Fernandes

Lobby Queer disse...

Concerteza mas o argumento anti-aborto que proibido deixaria de existir é uma falácia. Aliás, as leis só existem na medida em que podem ser corrompidas (cf. Foucault; Popper). Quanto à ilegalidade, é o último recurso de contornar a realidade, isto é, a sua legalidade. Quanto à insegurança, é muito mais seguro sendo legal do que ilegal. Nisso não há discussão possível.

A minha única preocupação é que aqueles e aquelas que se auto-intitulam de pro-vida são do mais anti-vida que pode existir sobre a falácia paternalista do amor. Porque na verdade o que interessa aos direitistas é o taylorismo biológico, isto é, a descartização da espécie com o aumento da natalidade.