quarta-feira, 1 de junho de 2011

Spartacus


«Spartacus» é, como o próprio nome indica, uma série fantasiosa e estendida para lá do inimaginável sobre o legendário gladiador “romano” e que parece ir beber inspiração a filmes históricos como «Gladiador», «300» ou «Calígula».

Quando digo estendida é mesmo com o sentido exagerado (ou, para usar um termo - sem medo de cometer um anacronismo histórico -: barroco) que se estende às cenas gratuitas de violência perversamente mórbidas (onde carradas de sangue – estrategicamente vermelho em contraste com ambientes cinza («Lista de Schindler?») - , carne e ossos coabitam com a areia, mijo e merda até nos discursos) que se esgotam nos seis primeiros episódios; às cenas de nudez e sexo (hetero, lésbico e, de forma revoltantemente velada, gay, etc) no limiar da pornografia, sorvendo inspiração ao polémico e clássico «Calígula» e ao drama shakespeariano, com romances entrelaçados com interesses obscuros e segredos, contudo, sem muita profundidade, ou pelo menos, sinceridade afectiva, onde libido, dinheiro e intriga são uma constante. Aliás, o enredo gravita à volta da tentativa desesperada de Calígula reaver a sua amada esposa (e libertar-se do jugo da escravidão).

Violência, sexo e intriga, as três componentes mais magnéticas que uma serie pode mobilizar para atrair audiências.

O problema da série é os efeitos especiais cuja inovação deve ter sido a mesma que usaram no «Ben-Hur», parada algures no período posterior à Guerra Fria. Com efeitos 3-D, sim, e bastante tecnologizados, fracassam várias vezes por serem demasiados computorizados e inoportunos. Aliás, tal e qual o mesmo tipo de dilema do filme «300», motor inspirador de «Spartacus».
A componente homoerótica é previsível mas aqui faz-se um senão. O sexo hetero é uma constante: orgias, ménages, duplas penetrações, anal. O sexo lésbico, dentro do possível, também: é amizades cúmplices fortuitas, masturbações, trios, danças. Pois, mas e o sexo gay, tão mais frequente neste tipo de séries? Fica reduzido a um romancezinho sem sal, que acaba por ser dissolvido muito antes do final (as personagens batem as botas!) e que só se percebe que é gay por meia dúzia de bate-chapas arrancados à força que, tem como objectivo pedagógico provar que os gays também amam (oh, que lindo!) mas o efeito perverso de esconder aquilo que desagrada ao patriarcado (estrutura edificada pelo homem heterossexual que subjuga mulheres e gays) mas que é consubstancial e inerente à própria homossexualidade masculina: um homem a enrabar outro.

Aliás, dilema que é passível de se colocar se se assistir à nudez total feminina (seios, vagina) e à parca nudez total masculina ficando-se apenas pelos troncos nus (raras vezes são aquelas que vemos um penizito lá no meio).

Em suma, é uma mediana série de entretimento, às vezes aborrecida (e para isso contribui o excesso de duração: 50 minutos e tal) que só ganha vida com duelos, por vezes também aborrecidos e cenas de (os/as brasileiros/as usam a expressão) “putaria” desgraçada.

Destaque para o actor Andy Whitfield que, mesmo com as dificuldades em interpretar o papel por causa de problemas de cancro, conseguiu dar a volta por cima e a Manu Bennet que, juntamente com o primeiro, ajudam a atrair os olhares com a sua beleza viril.

1 comentário:

Betãoo disse...

Claro!!! eu sou mais gostoso
que este cara ok?

Betão pica de aço!!!