segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Sugestões

Hoje apresento uma lista de filmes sui generis que, pela sua vertente alternativa, umas vezes jocosa outras controversa e até chocante, não podem deixar de permanecer incólumes aos e às amantes de cinema. São apenas alguns e não são “os” mais alternativos ou os clássicos mas são apenas uma amostra da maravilha da sétima arte.

América Proibida




Controverso, aborda a cultura skinhead no contexto norte-americano do séc. XXI. A história gravita em torno de um skinhead que procura reunir o seu grupo para expandir a sua ideologia numa zona com uma população negra crescente. O ódio fá-lo matar algumas pessoas negras e tal conduzi-o à cadeia. O seu irmão mais novo, sem referências, acaba por se basear na ideologia do irmão preso. Quando este sai da prisão, parece que algo o mudou e terá que lidar, juntamente com o professor de ambos, com um irmão que oscila entre o ódio racista e a redenção, ajudando a re-aprender. Mas uma vez iniciado o processo, nada o poderá parar. Brilhante actuação de Edward Norton, excelente produção. É, sem dúvida, um dos melhores filmes da sétima arte.

Serbian Film




Milos é um sérvio quarentão, por sinal bem charmoso, casado e com um filho. No passado exerceu a atividade de actor pornográfico. De repente, e saudoso do seu passado, recebe uma proposta misteriosa mas tentadora para regressar à sua anterior vida, isto é, à pornografia. Contudo, o que não sabe é que o seu novo contrato vai-lhe permitir explorar os limites (!) éticos da liberdade sexual, acabando Milos por entrar numa espiral onde as fronteiras entre o sexo e a morte são inexistentes. O filme é chocante principalmente porque aborda temas como a pedofilia, o tráfico sexual, a necrofilia ou o incesto. Desaconselhável a mentes sensíveis.

Brotherhood




Enérgico, e com um enredo jovem - parecendo mesmo um filme cliché sobre teenagers norte-americanos -, este filme tem uma característica interessante: todos os acontecimentos dramáticos surgem em catadupa. Tudo acontece quando, num ritual de iniciação para pertencer a uma fraternidade masculina (brotherhood), os caloiros tem que assaltar uma loja. Na verdade, tudo não passa de uma farsa porque alguém localizado perto da loja lhes fornece o dinheiro, sendo pois só um teste. Contudo, devido a um erro, um dos jovens acaba mesmo por assaltar a loja e desencadear um tiroteio no qual sai ferido. Esse acontecimento leva a sucederem-se outros que irão por uma causa o próprio conceito de fraternidade.

The Mist



Poderia ser uma mistura entre um filme de terror, um drama e um blockbuster de sci-fi, de facto não anda muito longe disso. Tudo se passa numa aldeola dos EUA, quando várias pessoas se refugiam num supermercado para evitar um nevoeiro misterioso que se instala e dentro do qual surgem criaturas sinistras e mortíferas. Com o passar do tempo, as pessoas dividem-se entre uma religiosa fundamentalista que obriga as pessoas a permanecerem no supermercado, sobre a égide do fim dos tempos, e aqueles/as que de lá querem sair. Fica a dúvida se o nevoeiro não será uma nuvem radioactiva que modificou espécies animais (erro que o Governo norte-americano pretende esconder) – hipótese comum – ou não será uma metáfora maior para uma cegueira colectiva (ou ambos)? Final surpreendente.

Dogville




De Lars Von Trial e com a fantástica presença de Nicole Kidman, DogVille tem uma particularidade interessante: é gravado num cenário de estúdio que procura imitar uma cidade, demarcada por giz. De resto, é secante... 2h50m?

Guerra dos Mundos



A obsessão de Steven Spielberg por aliens é mais do que evidente e a presença do astro Tom Cruise é muito sui generis: um pai que procura conciliar a sua relação com os filhos. Apesar de não ser um filmão, consegue prender, quer pelos mistérios alienígenas, quer pela luta pela sobrevivência. Indicado para quem gosta do recente “Super 8”.

Pink Flamingo



A estrela do filme é, nada mais nada menos, que Miss Divine (Harris Glenn Milstead), a reconhecidíssima drag queen norte-americana dos anos 70. Com um reduzido orçamento (notória na produção do dito cujo), “Pink Flamingo” é uma ode à cultura gay/camp, profundamente sarcástica no que toca à crítica ao conservadorismo e com laivos de punk atitude.


Sem comentários: