Muse – Uprising
A mesma energia pulsante de um “Time is Running Out”, um dramatismo à la Queen e o mesmo rock que faz parecer as experiências de abdução um encontro com o Criador. Poderia muito bem constar no Blacks Holes & Expectations. Mas as expectativas superaram-se com The Resistance. E eles resistem à democratização do rock…
Britney – 3
Britney não para de surpreender, e agora fala (de uma maneira não muito original e recorrendo a clichés intragáveis) de menage à trois. Um exercício de pop eficaz numa canção enfadonha. Nota: 3 para ser justo.
Editors – Papillion
Quando se pensava que os Editors pudessem descer mais abaixo na categoria de depressivos só a electrónica os poderia resgatar. Não o fez. Pelo menos, de uma forma comum. Continuam soturnos mas sem grandes momentos que os marcaram (“Blood”, “Munich”, “All Sparks” e “Lights”). “Papillion” é um potencial hit porque, precisamente, nos remete para os hits do passado e não se torna um poço de angústia inerte: é maquinal, fria, grave mas não sombria o suficiente. Joy Division no seu melhor.
Lady GaGa – Bad Romance
É com grande expectativa que aguardo o segundo álbum de Miss Lady GaGa, um ícone da música pop actual (espero não dizer isso precocemente), rainha do electro-pop norte-americano, um indiscutível símbolo gay, representação hedonística da pós-modernidade. Consta que o segundo álbum seja uma readaptação do primeiro The Fame, chamado The Fame: Monsters, onde cada canção retrata um medo e, de uma maneira genérica, o álbum evoca o lado negro da fama. Flirto com álbuns conceptuais, razão mais do que suficiente para gostar da senhora GaGa e para que o nosso romance dure para sempre. Final Feliz.
Mika – Blame It On the girls
Mas nem só de finais felizes se fazem as histórias. Neste caso as canções. Ou melhor, os artistas. O novo álbum de Mika é escasso em finais felizes e em bons momentos, Pelo menos, de momentos que me agradam. A extensão da ópera rock auto-biográfica foi longe demais e tornou-se um antro de canções inofensivas com um olho a piscar para o espectro-balada. “Blue Eyes” sabe a trópicos, Dr. John”, embora entediante, é fofinhoconhonho, “We are golden” um convite impúbere de confettis e “Rain” é um grito de revolta (talvez a grande canção do álbum). Outra canção que se safa é esta “Blame it on the girls”. Mika fazendo das raparigas o bode expiatório para a sua (homo)sexualidade. Sincera, orelhuda e com um cheirinho a salsa. Passa…
Martin Solveig – Boys & Girls
Androgenicamente retro, intensamente pop e totalmente virada para as pistas assim é o novo futuro hit de Martin Solveig. Seleccionada por Jean Paul Gaultier e com a ajuda de Dragonette, Martin Solveig não brinca quando o consideram como um dos melhores Djs da actualidade. Guetta, cuidado…
Little Boots – Not Now
A menina-prodígio do electro-pop britânico não é assim tão meiguinha e inofensiva, Fazendo just dos seus sintetizadores pede para não a chatearem. Impossível: com canção tão viciante e com sabor a frenesim natalício, presente no seu EP “Illuminations” (até o titulo nos leva ao nascimento do Deus-menino). Para ouvir com as rabanadas.
David Guetta – Sexy Bitch
Que Guetta se emaranhasse com os magos da black music já não era nenhuma novidade. Que o seu novo disco fosse um sucesso mundial também não. Com a ajuda dos vocais arrebatadoramente eróticos de Akon, “Sexy Bitch” é talvez o grande hino house de 2009 com o seu refrão sexualmente apelativo, masculinista é certo mas convenhamos, o sotaque cerrado de Akon torna-o tão supra-excitante que apetece mesmo fazer o amor. As feministas botam as mãos à cabeça e nós abanamos a nossa: “Damn, you´re a sexy betch”…
Robbie Williams – Bodies
Título sugestivo, frenesim bombado acompanhado de um misto de som profano e pratinhos chineses que exaltam o sexo e a religião. Estes não hesitam em andar de mãos dadas sempre incitando a polémica ou não estivéssemos nos a falar do enfant terrible da pop britânica.
Rammstein – Pussy
Nada é mais polémico que Rammstein (ok, Susan Boyle vai lançar o seu primeiro álbum de originais…). A banda alemã regressa com as suas sexualmente chocantes canções e os seus vídeos inarráveis. Foi assim com “Man Gegen Man”, com “Zwitter” e é assim com… “Pussy”. O nome diz tudo.
LCD Soundsystem – bye bye bayou
House relaxado, quase experimental, vocoder sexy e onda à Hercules & Love Affair. Deixam a irreverência pop dos últimos álbuns e dedicam-se à pista. Hello hello LCD Soundsystem.
Glass Candy – Candy Castle
Electrónica charmosa e feminina é tudo o que os Glass Candy fazem. E não é propriamente uma queixa. Muito pelo contrário, Glass Candy chegaram ao posto que ocupam os Hercules & Love Affair (e desculpem estar sempre a falar deles – é a febre de 4 de Dezembro). Quanto à febre de Glass Candy tem mais a ver com a gripe A: sintomas imprevisíveis. “Beatbox” de 2007 é um possível foco de infecção. Deixe na sua playlist e entregue-se. Atchim.
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