sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Contradições naturais


A propósito da suposta inconstitucionalidade do casamento entre PMS afirma Marinho Pinto que o casamento é uma instituição criada pelo ser humano e: «o Homem pode, a qualquer momento, alargar o seu âmbito, modificá-la ou até extingui-la (...) o casamento enquanto instituição foi criado em condições históricas concretas, em obediência a valores concretos, e que variam de sociedade para sociedade. Há sociedades onde permitem o casamento poligâmico, outras permitem o casamento entre pessoas do mesmo sexo, e o que se vê é uma instituição historicamente relativizada»

Já é um avanço. Quer dizer, não sei se é realmente um avanço pois, se refere e bem a mutabilidade do conceito de casamento num prisma histórico (mutabilidade essa que não cai no erro do relativismo pois continua a basear-se num mútuo acordo e na liberdade de cada indivíduo) parece ignorar que o próprio conceito de família, ele mesmo, não é fixo e sim flexível (continua sempre a existir 5 critérios-base, impermeáveis ao relativismo - afecto/carinho, apoio mútuo/dedicação, conhecimentos específicos para crianças, poder económico e estabilidade psicológica/relacional): «na família natural, nada é permitido, porque foi a natureza que organizou as coisas assim»


Família natural?! O Marinho Pinto ainda não percebeu que a própria família não é natural mas sim uma construção social?

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