quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Óoobama à loja


Pois é. Parece que a popularidade do presidente Obama caiu em flecha após um ano na Casa Branca. A pior crise de todos os tempos (maior que a crise bolsista no Wall Street na década de 30) parece não ajudar muito; a tendência escape goat para culpar os lideres políticos perante os cenários de crise revela-se uma realidade (sim, podem interpretar este poste como justificação da minha constatação) mas convenhamos: apesar de gostar do homem, Obama não fez grande coisa. Ganhou um Nobel, mais por aquilo que pretende fazer do que pelo que fez. Futurologia? Se foi futurologia, as previsões sairam goradas, o Nobel merecia ser devolvido e o povo reembolsado. Não só o americano, mas sim o povo mundial.

Como jovem (ihih) de esquerda que sou, simpatizo com os democratas (e bem sei que parece uma incoerência visto que a política norte-americana é, toda ela, capitalista - republicanos e democratas - no entanto, temos que reconhecer que a grande distância entre eles se prendem com prioridades, príncipios, costumes e medidas sociais). Dessa forma, identifico-me com o socialismo obamiano. Contudo, os democratas têm um enorme problema: são demagogos e retóricos. Ora, Obama absorve o pior dos democratas.

Os seus discursos, muito à la Milk, soam a isso mesmo: palavras, não a actos. Ora, a política não se faz só de palavras (embora estas sejam essenciais): faz-se também de acções. Exemplo: disse que iria acabar com a política Don't Ask, Don't Tell que impede homossexuais assumid@s de servirem nas Forças Armadas. Pois, prometeu em 2008 (salvo o erro) até agora nada. Basta ver o seu discurso dirigido à comunidade LGBT para se deduzir que tanto aplauso é em vão e as suas ilusões sobre a capa dos sempre tão empolgantes direitos humanos não passam disso: caça ao eleitorado. Manifestou-se contra o casamento entre PMS mas disse que era favor da ampliação dos direitos nas uniões civis. Alterou alguma coisa?

Que a crise não se resolva com meias medidas e imediatamente é um facto, que os democratas enveredem por uma política de medidas graduais (o que eu chamo de apalpar tereno) é outro (note-se as movimentações pacifistas e os diálogos com a Rússia, China e tentativas de diálogo com o Irão) mas é preciso mais. A esperança não chega. Corre o risco de ser a primeira a morrer, o que é uma pena porque até gosto do Obama.


1 comentário:

Tiger! disse...

O homem também não é nenhum super heróis, é um mortal como qualquer outro que teve a infeliz ideia de se candidatar a presidente...